Page 8 - Revista da Armada
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Submarino Arpão concluiu Docagem de Garantia
ONRP Arpão largou de Lisboa no já lon-
gÃnquo dia 7 de março e até 16 agosto, viria a ser a Revisão de Garantia. Saliente-se que da PNID (Portuguese Navy Inspection Detach-
momento do seu regresso à Base Na- como estas novas plataformas foram desenhadas ment), CMG EMQ Almeida Machado. Os siste-
para obterem a máxima eficiência em imersão, mas principais de bordo foram todos inspecio-
val de Lisboa, realizou um relevante conjunto o seu comportamento à superfÃcie faz-nos rapi- nados e sofreram a manutenção necessária para
de missões conducentes ao seu aprontamento damente recordar os tempos em que operáva- se manterem em excelentes condições de fun-
em termos de material, pessoal e operacional. mos draga-minas. cionamento. Para efeito de memória futura, fica
Entre os dias 7 e 9 de março o submarino par- Desta forma a docagem de garantia teria inÃ- o registo do desenvolvimento de mais de 5000
ticipounoaprontamentooperacionaldaFRACA- cio a 5 de abril, apenas um dia após a chegada a ações de manutenção inspetiva, preventiva e
BRAL, tendo de seguida entre 12 e 16 de mar- Kiel. Aliás, todo o dia 4 e boa parte do dia 5 pre- corretiva para além da instalação do sistema SA-
ço realizado as provas de calibração ao sistema senciaram uma atividade frenética da guarnição TCOM SHF da empresa espanhola Indra o qual
IDRS (Intercept Detection and Ranging Sonar), para conseguir desembarcar todo o material de vem acrescentar de forma muito relevante capa-
sob a direção de técnicos da Divisão de Subma- bordo necessário para que o submarino pudes- cidades de comunicações e sistemas de informa-
rinos da Direção de Navios que contaram igual- se ser colocado a seco em segurança. Esta tarefa, ção a estas plataformas, tornando possÃvel uma
mente com a participação de técnicos das em- acabadaemtemporecord,conduziuà subidada integração ainda mais efetiva em Forças Navais
presasAtlasElectronikeSonarteck,fabricantesdo Doca 5 da HDW Ã s primeiras horas do dia 5 e nacionais e internacionais.
sistema de combate e do IDRS respetivamente. em simultâneo ao regresso a Lisboa de parte da No decurso desta docagem o navio partici-
Estas provas, essenciais para aferir este relevante guarnição que não era essencial para as ações de pou nas comemorações oficiais do 10 de Junho,
sistema de bordo, contaram com o inestimável manutenção que se iriam desenrolar, nomeada- Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades
apoio do NAVICARLOS, o qual transportou Portuguesas na embaixada de Portugal na
o transdutor necessário á aferição de azimu- República Federal da Alemanha, tendo-se
te e distância, que permitiu a elaboração de deslocado a Berlim uma delegação de três
uma tabela de calibração do sistema. Este militares. De igual forma o navio teve a
sistema sonar, concebido essencialmente honra da visita do Embaixador de Portugal
para detetar torpedos em aproximação e acreditado em Berlim, Dr. LuÃs de Almeida
permitir a utilização do sistema de Torpe- Sampaio no dia 21 de junho. No âmbi-
do Counter Measures, é igualmente parte to desta visita, o Embaixador foi recebido
integrante do sonar Intercept Passive Sonar pela administração do estaleiro, pelo chefe
o qual permite detetar, seguir e classificar da PNID e Comandante do Arpão, CTEN
sonares em ativo. Baptista Pereira. A acompanhar a visita do
Praticamente sem interrupção, seguiu-se Embaixador, esteve o CMG Costa e Sousa,
mais uma participação no exercÃcio ope- Adido Militar em Berlim. O programa da
racional da Marinha para o ano de 2012, Visita ao Arpão do Embaixador de Portugal na Alemanha. visita consistiu numa primeira fase por três
o INSTREX 12 que ocorreu entre 19 e 23 apresentações, da HDW, PNID e por último
de março. Já havia sido o Arpão que em a do submarino, onde foram abordadas as
2011 havia participado no CONTEX 11, o suas capacidades e importância estratégica.
que de alguma forma nos permite afirmar A visita terminou com uma pormenorizada
que o Tridente tem participado nos exercÃ- passagem pelo exterior e interior do subma-
cios internacionais, como sejam o BOLD rino,tendoaparticularidadedeo Embaixa-
MONARCH 10, o NOBLE MARINER 11 e dor ter a oportunidade de observar o Arpão
o FLEETEX 12, enquanto o Arpão tem parti- a seco na doca, pelo que foi possÃvel cons-
cipado nos exercÃcios nacionais. Esta situa- tatar a dimensão destas novas e modernas
ção, no entanto, será alterada em breve tre- plataformas submarinas.
cho com a integração do Arpão no SNMG2 De salientar igualmente que no decorrer
e participação no NOBLE MARINER 12. dos trabalhos de manutenção o navio con-
Após o término do INSTREX 12 e sem tou com a presença de um fotógrafo profis-
demandar a BNL, o Arpão iniciou o trân- Arpão em trabalhos na doca nº 5 da HDW. sional, de nacionalidade portuguesa, o qual
sito para Kiel onde era aguardado no estaleiro mente o pessoal da área das operações. Desta realizou alguns milhares de fotografias de carac-
construtor, a HDW para dar inÃcio à docagem forma 21 dos 33 militares que prestam serviço ter técnico de forma a documentar esta profunda
de garantia. Ficou registado na nossa memória a nesta unidade ficaram em Kiel a acompanhar, de atividade de manutenção e fornecer à Divisão de
imagem dos navios participantes no INSTREX 12 muito perto, todas as atividades técnicas desen- Submarinos da Direção de Navios, um relevante
a entrar a barra sul do porto de Lisboa pelo pe- volvidas pelo estaleiro. Esta atividade, absoluta- conjuntodedocumentosquepermitammemória
riscópio enquanto o Arpão, já em imersão com mente fundamental para o futuro do material do futura desta importante atividade.
rumo norte, para um trânsito que duraria aproxi- navio, foi realizada com elevado grau de entrega Finalmente, em 2 de agosto, após quatro me-
madamente 11 dias, alguns deles sob forte tem- à tarefa, pois apesar de estarmos na presença de ses de intensos trabalhos tÃpicos de um estalei-
poral no mar do norte. um estaleiro onde se desenvolvem projetos de ro, o submarino Arpão fez-se ao mar e iniciou
O trânsito foi bastante exigente para a platafor- alta tecnologia torna-se essencial que o “cliente†as obrigatórias Provas de Mar e o trânsito de re-
ma e pessoal, sobretudo os últimos cinco dias, mantenha uma vigilância muito próxima de for- gresso a Lisboa.
porquantoonaviofoiapanhadoporumasuperfÃ- ma a aferir da qualidade dos trabalhos realizados Em 16 de agosto atracou de novo na Base
cie frontal na pior circunstância possÃvel para um bem como coordenar todas as tarefas de forma a Naval de Lisboa, mas já a preparar mais uma
submarino, com áreas pouco profundas e como evitar eventuais incompatibilidades. missão, com data de largada para 28 de agosto,
tal sem possibilidade de fazer imersão. Ondas de A docagem decorreu de forma muito intensa para a integração no SNMG2 onde participará
WNWcomcercade5metroscastigaramonavio entre o dia 5 de Abril e o dia 2 de agosto, altura na Operação “Active Endeavour†e no exercÃcio
eguarnição,oqueexigiumaisumaprovaaopes- em que o Arpão largou de Kiel para realizar as “Noble Marinerâ€.
soal que teve que efetuar um derradeiro esforço, provas de mar ao norte da Dinamarca. No perÃo-
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mesmo antes do inÃcio da próxima aventura que do em doca, as ações foram dirigidas pelo chefe Colaboração do COMANDO DO NRP ARPÃO
8 SETEMBRO/OUTUBRO 2012 • Revista da Armada