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REVISTA DA ARMADA | 529
Dia Internacional da Mulher
na MARINHA
Ano Internacional da Mulher foi insƟ tuído
O ofi cialmente pela Organização das Nações
Unidas (ONU) em 1975, há pouco mais de 40
anos, na I Conferência Mundial sobre a Mulher,
na Cidade do México, num ano completamente
dedicado à condição da mulher um pouco por
todo o mundo, na sequência de convulsões eco-
nómicas e sociais que, em crescendo e desde o
início do século XX, foram pondo em evidência
a fragilidade da condição social da mulher e dos
seus direitos. Foi em função da necessidade de
tornar a sociedade progressivamente mais cons-
ciente desta realidade que, em dezembro de
1977, a Assembleia Geral da ONU, através de
resolução, proclamou um Dia das Nações Uni-
das para os Direitos das Mulheres e para a Paz
Internacional, a ser celebrado por cada um dos CTEN TSN-LING Carla Marinho
Estados Membros, numa data a eleger por cada
nação, de acordo com as suas tradições. Para a ONU, o dia Inter-
nacional da Mulher é comemorado a 8 de março, efeméride a que
Portugal se associou desde 1975.
Este ano o dia 8 de março foi assinalado pela Marinha de uma
forma muito especial. A Superintendência do Pessoal, através da
Direção de Pessoal e da Escola de Tecnologias Navais, assinalou a
efeméride com um evento que reuniu no mesmo palco mulheres
militares da Marinha que, como tantas outras, se destacam pelas
suas experiências e que neste dia deram o seu testemunho vivo,
perante uma audiência composta por homens e mulheres ao ser-
viço da Marinha.
A cerimónia foi presidida pelo Superintendente do Pessoal, VALM
Novo Palma, que com a sua alocução inaugural marcou o início de A 1TEN EN-MEC Mariana Duarte, atualmente a prestar serviço
uma tarde de parƟ lha de experiências na primeira pessoa. Atual- como chefe da Secção de Coordenação da Esquadrilha de Navios
mente prestam serviço na Marinha 826 militares femininas, apro- de Superİ cie, caƟ vou a plateia com o relato da sua experiência
ximadamente 11% do total de efeƟ vos da Marinha, distribuídas por ímpar na palestra “Operações de Manutenção de Paz na Colôm-
ofi ciais (37%), sargentos (23%) e praças (40%), uma proporção que bia”, relaƟ va ao período em que serviu numa comissão de ser-
consƟ tui um dos desafi os do momento, de acordo com palavras do viço na Colômbia, no âmbito da missão de manutenção de paz das
Superintendente do Pessoal. Nações Unidas, como elemento interlocutor das mulheres guerri-
Na sua apresentação “25 anos de mulheres militares na Marinha”, lheiras das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC).
a CTEN TSN-LING Carla Marinho, chefe do Gabinete de PerspeƟ va de No decurso desta experiência foi determinante o seu caráter
Género, e membro da Equipa Interdepartamental para a Igualdade asserƟ vo e a sua capacidade de persuasão para convencer a chefi a
de Género, enquadrou o tema recordando os momentos-chave da a deixá-la viver exatamente nas mesmas condições dos seus pares
progressiva integração de mulheres na Marinha, desde 1992 até aos do sexo masculino.
dias de hoje, e apresentando os dados estaơ sƟ cos que refl etem não Na verdade, em vez de aceitar fi car alojada num hotel da capital,
só a sua evolução ao longo dos úlƟ mos 25 anos, mas também a dis- a Engenheira Duarte coabitou numa tenda de campanha com os
tribuição dos militares de acordo com as áreas funcionais e cargos homens que faziam parte da missão e parƟ cipou em todas as tare-
de chefi a. fas da equipa, num esforço de permanente superação a par dos
Na sua palestra “Comando de um Destacamento de Helicópteros”, seus camaradas masculinos.
a CTEN Mónica MarƟ ns, conhecida de todos por ter sido a primeira A 1TEN CáƟ a Pacheco, atual comandante do NRP Orion, na sua
mulher piloto de helicópteros navais, falou do seu percurso desde o palestra “Comandar no Mar” traçou o seu percurso desde que
ingresso até ao dia em que foi convidada pelo Almirante Chefe do entrou para a Escola Naval até ao momento em que se especia-
Estado-Maior da Armada para comandar o futuro NRP Sines, abor- lizou em ofi cial de Navegação, tendo feito especial menção aos
dando os momentos que mais a marcaram, numa primeira fase, navios da Marinha em que embarcou, com parƟ cular destaque
enquanto ofi cial de guarnição e, após a especialização em piloto para os comandantes e chefes com quem teve o privilégio de
de helicóptero naval, a experiência de vários anos que culminou no aprender e colher o exemplo, até se tornar comandante de lancha.
comando de um destacamento de helicópteros, com a sua parƟ ci- Desta úlƟ ma experiência a Tenente CáƟ a Pacheco relatou o episó-
pação em várias missões, nacionais e internacionais. dio marcante de um dia diİ cil de mau tempo e mar alteroso para a
20 MAIO 2018