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REVISTA DA ARMADA | 529
navegação, que lhe exigiu prova das suas competências de chefi a e ção dos confl itos armados e de resgate e na construção de proces-
liderança, junto da sua guarnição. sos de paz duradouros.
A representante do Estado-Maior-General das Forças Armadas A sessão prosseguiu com um debate moderado pelo CMG Rodri-
e membro da Equipa Interdepartamental para a Igualdade de gues Pinto, Chefe da ReparƟ ção de Nomeações e Colocações, da
Género, CTEN TSN-LING Marta Gabriel, na sua apresentação sobre Direção de Pessoal, e com a parƟ cipação das atuais membros da
“A Integração da PerspeƟ va de Género nas Forças Armadas como Equipa Interdepartamental para a Igualdade de Género do Minis-
Fator MoƟ vacional”, fez referência aos valores descritos na Plata- tério da Defesa Nacional, CTEN Carla Marinho, CTEN Marta Gabriel
forma de Pequim, de que se destaca o pressuposto de que a con- e MAJ Diana Morais.
creƟ zação da igualdade entre homens e mulheres é afi nal uma De acordo com o comandante Rodrigues Pinto, é de destacar a
condição para a jusƟ ça social. Os dados estaơ sƟ cos apresentados, ideia generalizada de que muito foi conseguido desde o início do
desagregados por sexo, relaƟ vos aos Ramos das Forças Armadas, século XX, em parƟ cular nas sociedades ocidentais, sem prejuízo,
espelham resultados semelhantes, em termos de percentagem de no entanto, de que se reconheça que há ainda trabalho a fazer ao
mulheres militares, aos resultados da Marinha. nível da mentalidade e da cultura das organizações e também na
O seminário contou também com a parƟ cipação da MAJ Diana insƟ tuição militar. Na sua análise conclusiva, o Chefe da ReparƟ ção
Morais, atual Vice-Presidente do Comité ExecuƟ vo do NATO Com- de Nomeações e Colocações da Direção de Pessoal referiu ainda
miƩ ee on Gender PerspecƟ ve (NCGP) e membro da Equipa Inter- a importância de se incluir a perspeƟ va de género nas operações
departamental para a Igualdade de Género. Na sua apresentação militares, numa lógica de prevenção e resolução de confl itos,
subordinada ao tema “A Integração da PerspeƟ va de Género incluindo a redução do grau de violência empregue.
nas Operações Militares”, a major do Exército fez referência os No s eu discurso de conclusão e encerramento da cerimónia, o
diversos papéis que as mulheres assumem habitualmente no con- VALM Novo Palma aludiu ao longo caminho já percorrido pela
texto de confl itos militares. Sendo as mais afetadas pelos confl i- Marinha, no que à igualdade de género diz respeito, nomea-
tos armados, para além de víƟ mas de raptos, violações e outras damente no que concerne à igualdade de tratamento entre
formas de violência, as mulheres têm também vindo a assumir homens e mulheres, e de oportunidades concedidas a ambos os
o papel de agentes nos confl itos armados, designadamente nos géneros, reconhecendo no entanto que persistem ainda aspetos
países do Médio Oriente, onde são cada vez mais uƟ lizadas como a aperfeiçoar.
armas ou até como guerrilheiras. Há, contudo, um outro papel de Na verdade, a organização soube adaptar os seus meios e infraes-
grande relevância para as Forças Armadas que as mulheres pode- truturas à integração das mulheres e desta adaptação e reajusta-
rão desempenhar nos confl itos, o de intervenientes nas decisões mento da Marinha resultaram alterações signifi caƟ vas na cultura
dos processos de paz, tal como o preconiza a Resolução 1325 do da organização, sem prejuízo da preservação de direitos funda-
Conselho de Segurança das Nações Unidas. mentais como o da igualdade salarial, da igualdade de oportuni-
Com efeito, um dos pressupostos da Resolução 1325 é o de que dades de progressão na carreira e de acesso a cargos de comando,
os esforços de manutenção de paz são mais sustentáveis quando direção ou chefi a.
as mulheres são ouvidas como parceiras nos processos de preven-
MENTORIA PARA A QUALIFICAÇÃO INDIVIDUAL
E TUTORIA PARA O REGIME DE CONTRATO
ma organização, para se destacar das demais no atual pano-
Urama, necessita de implementar práƟ cas de recursos humanos
que apostem na valorização do seu capital humano, tornando-se
mais atraƟ va para os futuros colaboradores e para os que dela já
fazem parte.
A DireƟ va de Planeamento de Marinha 2017 (DPM2017) atribui
grande importância à capacidade de retenção dos recursos huma-
nos da Marinha, à sua valorização e ao ensino e formação.
Desde o momento de incorporação, importa desenvolver nos mili-
tares da Marinha um senƟ mento de pertença à “família naval”, a
par do seu acolhimento e integração na organização, na nova con-
dição militar e na nova realidade que escolheram como percurso
profi ssional. Através de um processo de acolhimento e integração
forte, a Marinha promove os seus militares a nortearem a sua ação
pelos valores da disciplina, lealdade, honra, integridade e coragem
e a contribuírem aƟ vamente para a concreƟ zação da missão deste
ramo das Forças Armadas. Simultaneamente, é importante que os ciaƟ vas estratégicas da DireƟ va Setorial de Recursos Humanos 2017
militares da Marinha possuam os níveis de qualifi cação adequados (DSRH2017), decorre da necessidade idenƟ fi cada de existência,
ao desempenho das suas funções e necessários para a sua evolução por um lado, de um programa que permita aos militares aumentar
profi ssional, nomeadamente para o ingresso nos Quadros Perma- o seu nível de qualifi cação, por orientação formaƟ va individual e,
nentes (QP), no caso dos militares em Regime de Contrato (RC). por outro, de um programa que promova a minimização das saídas
A criação do Programa de Mentoria para Qualifi cação Individual e extemporâneas ocorridas durante a fase de instrução. A criação
de Tutoria para o Regime de Contrato preconizado em duas das ini- das fi guras de mentor e tutor na Marinha surge como uma evolu-
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