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REVISTA DA ARMADA | 529








          ACADEMIA DE MARINHA



          SESSÕES CULTURAIS




          “ESPADAS, SABRES, ADAGAS E ESPADAS PROTOCOLARES
          DOS OFICIAIS DA MARINHA PORTUGUESA”

            m sessão cultural de 6 de março foi apresen-                   nossa História, matéria total e formalmente regu-
         Etada, pelo Académico Paulo da Silva Santos,                      lamentada. Verifi ca-se, portanto, uma interes-
          Secretário da Classe de Artes, Letras e Ciências,                sante diversidade no Ɵ po de armamento branco
          a comunicação “Espadas, Sabres, Adagas e Espa-                   privaƟ vo usado ao longo dos anos na Armada,
          das protocolares dos Ofi ciais da Marinha Portu-                  pelos seus Ofi ciais. Algumas dessas armas de
          guesa”.                                                          diferentes Ɵ pos, origens e fabrico, são indicado-
           Para o conferencista, a Espada do Ofi cial  da                   res de uma grande infl uência inglesa. No entanto,
          Armada Portuguesa é, do ponto de vista histó-                    há caracterísƟ cas e pormenores estéƟ cos muito
          rico, uma arma branca de combate, funcional,                     próprios referentes ao armamento português e à
          geralmente de grande qualidade. Na sua fun-                      Armada, sendo a evolução histórica e a estéƟ ca
          ção contemporânea, a Espada Naval representa                     dessa arma especifi camente interessantes.
          essencialmente um símbolo do poder e da auto-                     A fi nalizar, o especialista revelou que esta inves-
          ridade conferida aos Ofi ciais. Sendo uma peça                    Ɵ gação, resultado de mais de 2 anos, irá apre-
          Regulamentar para uso com determinados Uniformes, congrega   sentar mais de 30 modelos de Espadas, 15 modelos de Adagas
          tradição e história da Armada de Portugal. Contudo, as “Espadas   e 5 exemplares de Espadas Protocolares da Marinha Portuguesa
          do Padrão de Marinha” e o seu uso naval, não foram ao longo da   desde o Século XVIII até à atualidade.


          “VIAGENS E QUOTIDIANOS DA CARREIRA DO BRASIL
          EM SETECENTOS”


            m sessão cultural de 13 de março foi apresen-                  Arrábida, que acabaria por se juntar à frota no Rio
         Etada a comunicação “Viagens e quoƟ dianos da                     de Janeiro, seguindo depois para o Rio da Prata, se
          carreira do Brasil em Setecentos”, pelo Académico                descobre um diário inédito, provavelmente elabo-
          Artur Teodoro de Matos.                                          rado pelo piloto, mas que nem por isso deixou de
           O Professor destacou que a sua comunicação                      anotar informação alheia à navegação.
          Ɵ nha por objeƟ vo reconsƟ tuir aspetos do quoƟ -                 A terminar, deixou-nos algumas referências,
          diano a bordo desta carreira, tais como a alimen-                nomeadamente em relação à viagem do 1º Bispo
          tação, passatempos, festas, devoções, comunica-                  de S. Paulo em 1746, de Lopes de Almeida; o diário
          ção, saúde, confl itos, acidentes e muitos outros.                da nau que conduziu Luiz de Albuquerque Pereira
          Referiu que as principais fontes que suportaram                  e Cáceres de Lisboa ao Rio de Janeiro em 1771; a
          este estudo foram: um diário da jornada ao Rio da                jornada para Lisboa em 1771 dos jesuítas e alguns
          Prata em 1736, escrito por um anónimo que viajou                 franciscanos expulsos do Pará e que foi contada
          na nau capitânia Nossa Senhora da Vitória, como                  por um desses inacianos; por fi m, algumas refe-
          sendo um homem ilustrado e práƟ co nestas viagens e que nos dei-  rências interessantes da viagem de Lisboa à Baía, em 1756-57, que
          xou uma extensa e rica fonte sobre o quoƟ diano de tais viagens e   António de Brito Freire havia deixado no seu diário náuƟ co.
          outros aspetos, até porque a armada cumpria não só a função de
          comboiar a frota ao Brasil, levando e trazendo carga e passageiros,                    José dos Santos Maia
          como a de expedição militar. Também da nau Nossa Senhora da                                        SAJ


                                    PRÉMIO “ALMIRANTE TEIXEIRA DA MOTA” / 2018

            Até 28 de setembro de 2018 está aberto o concurso para atribuição do Prémio “Almirante Teixeira da Mota” /2018, a um trabalho
           original de pesquisa e invesƟ gação cienơ fi ca nas áreas de artes, letras e ciências ligadas ao Mar e às Marinhas.
            O regulamento do Prémio está disponível no Portal da Academia de Marinha – academia.marinha.pt



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