Na sequência do maior exercício da NATO com sistemas não tripulados, que decorreu na Península de Troia, entre 11 e 27 de setembro, Recognised Environmental Picture (Maritime Unmanned Systems) 2019 - REP(MUS)19 -, a Marinha Portuguesa revelou a existência da Célula Experimentação Operacional de Veículos Não Tripulados (CEOV).
A edificação e o objetivo desta célula, projetada pelo Comando Naval, enquanto iniciativa estratégica de transformação do setor operacional da Marinha Portuguesa, é o de acelerar a adaptação a um mundo em rápida mudança onde as ameaças são ilusórias, disseminadas, e assimétricas por natureza.
A CEOV foi criada em outubro de 2017 e compreende cerca de doze militares da Marinha, de vários postos e classes, com experiência variada e que compartilham interesse e paixão pela engenharia e tecnologia. A célula responde diretamente ao Comandante Naval e é orientada de acordo com as suas diretivas.
Durante a madrugada do dia 01 de outubro de 2019, por volta das 06h00, um dos protótipos desenvolvidos pela célula foi colocado no Rio Sado, junto das instalações navais de Troia, com o objetivo de realizar a primeira travessia costeira de uma embarcação não tripulada militar autónoma movida inteiramente a energia renovável.
O drone marítimo realizou a travessia conforme planeado, numa duração de cerca de 12 horas, percorrendo 47 milhas náuticas, tendo realizado o trânsito de saída de Troia e Barra de Setúbal, dobrando o Cabo Espichel, com destino a à Base Naval de Lisboa, no Alfeite. Durante todo o trânsito o protótipo foi acompanhado pelo NRP Cassiopeia que garantiu a segurança e monitorização da travessia, tendo levado uma equipa técnica da CEOV embarcada.
Realizando uma navegação totalmente autónoma, o drone marítimo entrou o porto de Lisboa pelas 13h10, no dia 01 de outubro assinalando o primeiro teste de utilização de uma embarcação não tripulada da Marinha, movida a energia solar, que cruzou as águas do rio Tejo com destino à Base Naval de Lisboa, no Alfeite.