Page 191 - Revista da Armada
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HISTÓRIAS DE MARINHEIROS
72-0 apito
Ao v/afm. Braga da Silva
numa inconfidência ...
Há uns anos atrás deixou de
exercer funções no Comando Ibérico
do Atlântico, em Oeiras, um oficial
general português, onde cumprira,
com brilho, mais uma comissão da
sua já longa carreira naval.
Como é uso, realizou-se, na oca-
sião, um jantar de despedida, que
decorreu com a costumada anima-
ção.
Na altura dos brindes, O almirante
norte-americano, que comandava a
unidade, fez o justo elogio do oficial
que partia. E este, logo em seguida,
levanlou-se para formular as pala-
vras de gratidão que eram devidas.
E, no propósito de exprimir melhor a
sua disponibilidade para uma even-
tual colaboração futura, recorreu a
uma história, só por si bastante ilus-
trativa.
E, assim, contou que uma noiva
portuguesa, semanas antes do casa-
mento, se encontrava indecisa na
escolha de um quarto de dormir coo
mum, ou de dois separados. Ventilou
longamente o assunto com as ami·
gas mais intimas, no exame dos múl-
tiplos factores intervenientes. Umas
aconselhavam o isolamento, que da-
ria assim, a cada novo contacto, a
sensação de uma conquista. Outras
opinavam pela intimidade perma·
nente, na criação de hábitos difíceis
de perder. Uma, ainda, mais imagi·
nativa, achava que, num compromis·
so, era melhor intercalar as duas mo·
dalidades, colhendo da experiência
vivida a solução definitiva.
A discussão arrastou-se durante
vários dias, e, face aos múltiplos pa-
receres contraditórios, a noiva esta·
va perplexa, sem atinar com a reso-
lução mais segura.
No meio da sua hesitação, quis o
Destino que chegasse a Portugal - Apitaste, querido?
uma sua amiga inglesa - a Florence
-, e logo aproveitou o ensejo para vicção de uma vivência de alguns noiva portuguesa -, como é que tu
se aconselhar. anos. - Foi o que John e eu fizemos, sabes quando é que o John deseja a
- É melhor dois quartos, querida e temos sido muito felizes. tua companhia-?
- respondeu a amiga, com a con- - Mas Florence - objectou a - É muito simples, querida - re·
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