Page 284 - Revista da Armada
P. 284
Pedras que falam
em de longe. de hú séculos. das primcira~ navc- critos em portos da Escócia. nas muralhas do Cabo da
gaçóc:.. e !0T110U-)'C urna lr:tdiç;lo do~ nosso:. ma- Boa Esperança. numa doca Outuante de Batávia. em ,ír-
rinheiro:-, gravar (.::,cri\o:- nas lÍrvorcs e nas 1"0- vares de Timor. nas docas de Kowloon. em frente a
Vclw ... ou pinl<'l-lo), na!'> rnuralh,ls de portos distan- Hong-Kong. e até nas arribas da baia dos Elefantes, estas
te:- que tkmanuav'lln. fei tas com pedras "Iiadas de branco.
Era () c ... pirilo da «I1rio:'<I» ti bater-lhes no peilo. no co- E. caso curioso: ainda há poucos anos. fora das zonas
raç:10 e na alma e o orgulho de serem portugueses li trans- ri bei rinhas. fomos encontrar nos domínios do degredo do
hordar ~c1llprl.!. ao longo de vi<lgcns. morosas de anos. cm José do Telhado. na ricu regiiio de Malange. em Angola.
que {) tempo mal conlllva. li uns quinhentos quilómetros para o interior. o nome do
o.ti resultaram Ic:.tcrnunhm. históricos que falam da aviso «Gonçalves Zareo» e a dat;! de 1937 numa rocha da~
ml:-S,I pn::!.cIH.;a nn:. 111;lis remOIas c<lnlos da Terra. quando quedas de úgua do Duque de Bragança,
o Mundo era ainda desconhecido e o mar uma aventura No histórico e milenar embandeiro de Boma. no cx-
Il..'nenrosa. -Congo h~lga. encontrarn-~c. nas prirncira~ and:lina~ de
Mas, aquela Iradiçào tornou-se mesmo um hábito. ramos. os nomes de navios portugueses, como «Beira».
E quando no segundo quancl deste século deambuláva- "Diu». e Olltro~ ClljO~ nom~~ nüo 1l1~ ocorrem. Dizia-~e
mos por esses mares de Cristo. nas chamadas viugens de até ljue. no cocorulO daquc:1e rnon~trllmo Bm/C/ da nora
soberania, encontnímos nomes de navios portugueses es- africana . havia ins(Tiçõ~s deixadas por Diogo Cüo. o que
nüo ê mui to prov{lvel.
T"lrnbém na Angra do Negro (nome que era dado anti-
gamcnHl ii baí'l de Moçúmedcs). cm Angola. foi cncon-
Irildo cm 17KS. por Lllf~ Cúndidn Cordeiro Pinheiro FtLT-
t;ldo. um rurioso arquivo que vcio <ljudar a esclarecer a
pr~!'oença portllgm::~a naquel'l~ par:lgem. Era um elevado
número de inscriçôe~ gravadas no arenito da falésia Sul
da b,,(,1. com d<ltas I..' 11(Jl1le~ de mare.mles I..' <lvcntureiro,
quI..' no~ ~~culos XVII e XVI ll frequenwram a velha An-
g.r,1. A inscriç;10 n1ai~ 'lIltiga dat,l til..' 1665 e di7.ia: «Lui,
de flarros pas~ou por 'lllui».
A e~le arquivo ~I..' rl'fere t;lmbém o com,l1ldanle Ak-
x'U1dr~ M<lgno de Caslil hu. no seu n.lOnumcntal trabalhLl
- " Rntl'iro da CoSt;1 Ot'idel1t,ll da Arrica» - . publicado
~11l IH()(l.
E~tas inscriçôl..'~ j;i mio I..'Xistl..'fll. O morro onde tinham
!'oidl) kit'l' fui Cl)T1;ldl) na déc;It!;l dI..' ,ess~nt;1. P,lflI dar
lug<lr an cais aeo~t;i\1..'1 duma das mil is belas cidade, de
Angola. lIul..' a Gl..'lltc Lusitana il1lpó~ ao de~crto - [\'10'
<;úmede,.
AcwlIecl..'. porém. que o vcl ho bai rro pise'l1ório de~\;I
l"idadl..'. liril"1l1ll'Tltl' ;lIgarv!o, que 'l' ôl~ndc ao longo da
IX<lia :lh.':ln I,/o/eol/ ,ohranc~iro ao morro t];l~ imcriçôe"
ficou cllllhccitll) por Bairro da Torre do Tmnbo. \l que
m;m km \ i\ <I <I ]lrc~ .. 'rl{.;a til) CU rilho arquivo desap'lf~cido.
Outro lmp01"lal1k' monllm~nto <10 ,crviço da verdade
hi,tlÍril'<I ,ohrl' a dl·,,·ob ... rl:l da Am0ric<I 'Ü() as in,crjçôe~
d:1 Pedra lI..- Dighlon( l. kit;l.' igualml..'nte por 1l1arinhei-
ro~lk' P\Jrtug<ll.
N:I \l·rd.ltl..-. fl)i o pn)k!'o~()r tliI universidilde amcriea·
n;1 dI." Brn\\ll. Edmundo DI."I<lhmrl'. que num estudo atu-
r,u.l(J dI..' ;IJl(J~ ll..-'\I..'ndllll o~ pctroglir()~ gra\ados naquela
rol"lw. que pnn'Hll ter~m sido fl'ilo~ por Migucl Cone·
-RC'lll..' pcl;1 ~Ila gl..'utl..'. quI..' a li dl'VI..' m tl'r n,luf ragado :lnle~
dI..' 1511.
1/~ll/Jm''/1iI 111""';( "<"' '/<"",,0111' /,,,,.I)I,,.~(J (ú" 11<1' I,J, 1"",/" "'/"/11. ii"
'/Ii/ll/,,''''''' "","
30