Page 59 - Revista da Armada
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cavaleiro da Ordem de Cristo de que                                 cia  e,  um  ano  mais  tarde,  morreu
           o seu senhor era governador.  Capi-                                  O.João VI, sendo então aclamado rei
           taneando  uma barca, Gil  Eanes  ul-                                de Portugal, com o titulo de O. Pedro
           trapassou,  em  1434,  aquele  cabo                                  IV, mas abdicou poucos dias depois
           que os navegadores da época pen-                                     a favor de sua filha O. Maria da Gló-
           savam ser o fim  do mundo navegá-                                    ria, com sete anos de idade, na con-
           vel.                                                                 dição de ela casar com o tio,  O. Mi-
              Diz-se que o feito se deve princi-                                guel, a quem seria confiada a regên-
           palmente à experiência adquirida em                                  cia do reino. Mas O. Miguel, exilado
           anteriores e falhadas tentativas,  fei-                              na Áustria desde 1824, regressou  a
           tas por outros navegadores, com ex-  em 1807. O príncipe O.Pedro, ape-  Portugal  e,  pouco  depois,  tentava
           plicações que vão desde o receio do   nas com nove anos de idade, foi as-  restaurar o absolutismo.
           desconhecido até a assaltos pela na-  sim para aquela colónia portuguesa,   O. Pedro regressou do Brasil para
           vegação  moura.  É  natural  que  a  e difícil era então imaginar que papel  defender os direitos de sua filha, aca-
           maior dificuldade se prendesse com   tão relevante lhe estivesse reserva-  bando  por vencer  seu  irmão  O. Mi-
           a impossibilidade de bolinar  que ti-  do na evolução histórica, não só da  guel, à frente das forças liberais.
           nham  as  embarcações  então  usa-  colónia, mas também da própria me-  Faleceu em 1834, no  Palácio de
           das, dispondo apenas duma vela de  trópole.                          Queluz, onde havia nascido 36 anos
           pano redondo.                         Um  conjunto  de  circunstâncias   antes.
              D. Pedro I do Brasil e IV de Portu-  fez com que, em 1822, o Brasil se tor-
           Qal-  A invasão do nosso país pelas  nasse independente e que O. Pedro
           tropas de Napoleão fez com que a ta-  fosse aclamado seu imperador. Em                     M. Curado,
           milia real se retirasse para o Brasil,  1825 foi  reconhecida a independên-                  l.o.len.SG




           Hino da Marinha





           Regulamento do Concurso para a composição poética



              No  nosso  n."  15WDez. de H4  (secção S<libam Todos)   júri  do  Cor/curso  para  a  Compmiçào  PO,étiCll  do
           demos nOlicia que  iria  ser aberto concurso  publico  para   Hil/o  da  Maril//w -  é.,·tado-Maior da Armadll-
           a composiç<"io poética do Hino da Marinha.  Hoje, pode-   /1  Divi.wio - Pruça do Com ércio, onde tem de dar
           mos acrescentar que foi j,\ publicado o respectivo regula-  entradll afé 3 (Ie A bril de 1985.
           mento. que a seguir transcrevemos:                     9.  O.~ COllcorrellte.f deveriio ob.fen1ar o .feguime:
               1.  t Abl'rlO COI/Cllr.w !J/íbfico para a compo.çição do
                                                                       a)  As obra." .I·ão encerradas em sobrescrito laCr(!-
                  /-IiI/o da Marinha.
                                                                          do,  idelltificlu/o pMteriormellte pelo pselldó-
               2.  O /-IiI/o da Marinhll,  C/ljll mlí.,·ica virá a ser sl/bor-
                                                                          nimo do aWor,  o  qual não poderá de qua/-
                  t/imula ti  re.VJl'cliI'a  letra,  objecto desle conCl/r.w,
                                                                          quer modo denunciar 011  .mgerir o  I/ome do
                  t/t'Vl'rtí ter sell/ido palriôlico e característica.l· mili/a-
                                                                          co" correme re.\pectil'o;
                  re.l·  e IWL1ai.I·,  .\"(!IIdo  li f!.I·trll/ura Iilerâria  livre,  mll.l·
                                                                       b)  O lIome e o endereço l/O (lutor .ção ellcerrado.\·
                  lIda!,/(íl'el li finalMade propO.WlI.
                                                                          floutro sobrescrito lacrado, idenlificado exte-
               3.  O júri !}(Ira a/Jrecillçtio (llI.f  obra.I·, constitllldo por
                                                                          riormente pelo mesmo pseudónimo.
                  1/fI/ preúdellfe e cinco jurados .. ferá lIomelu/o por
    •             de.I"/}(lelw  do lIlmirame chefe do  é.wado-Maior l/a
                  Armm/a.                                         I (I.  O júri re.l·erva-se () direito de II/iO atribuir qualquer
               4.  Os membro.~ tio júri lião IJoderão apre.çelltar quais-  prémio li 'fllalquer da.l· obras apre.çell tada.f.
                  quer Irabllllws no âmbito deste COI/CU r.\"{}.
     •         5.  A  obru que Jlier a wr escolhida pelo júri. flcllrá .I·U-  I I.  O jtíri filio tomará cOl/hecimell/o de lflwflfuer reela-
                                                                     mllçiio .wbre lIS deci.wie.,·10I1Il1dlls.
                  jeita  li po.fterior IlOl1/ologaçcio  do almirame chefe   12.  Todo.\"  o.~ ca.ws omis.\"Os  /leste  regJ/lalllel/fO .çerao
                  do EWlIdo-Maiorda Amwdll'.                         (lprecüu/o.l· (! decidido.l· pelo júri.
               6.  Além (/e  11m  prémio de âmbito nowll,  é (lfribuida   13.  O re.mltado do cOI/curso .,·erli !)/IbliClldo 1/0.\' árgão.f
                  uma remuneraçtio de cefllo e vime e cinco mil escu-  de Comunicaçào Social
                  dox  (125  ()()()$()())  ao autor da obra que vier a .çer   14.  O  tll/tor dllletm que  vier li ser homologada. cedl'
                  apurada pelo júri e homologada pelo chefe do és-   tiO  Estado-Maior da Armada, 0.1"  re.fpectiJ·lH direi-
                  tado-M(úor d" Armada.                              10.\' de tll/tor.
               7.  O  COIICl/r.WJ  estlÍ  aberto de 2 de  Fevereiro a  2 de   15.  Pmteriormellfe.  e  .\"Ubordil/ado  à  fl'fm  l'.fcolhidll.
                  Abril de /985.                                     será  aberto COI/Curso  para  a CO/llpo.\·içflo  /ll1I.Slmf
               8.  0.1' cOllcorrellle.'·  deveráo  enviar lU  suas ()bra.~ ao   do Hino da Marinha.

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