Page 212 - Revista da Armada
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chegava  a  bordo  do  patacho.  e  assim
           continuou 011 que se içou o escaler nos
            turcos e se procedeu d manobra de ri-
           lar.  mas  quando  o  capitlJo-de-fragata
           deu ordem ao mestre para apitar a des-
            cer e de preparar para içar. vimos n6s,
            que  estdl'(lI1ws  sobre  a  pega  grande,
            onde era uso nosso subir para activar as
            manobras da gdvea. atirar o gageiro da
            gala  consigo  (JJ)  mar  do  lais  daquela
            \'erga; os outros viram-no ir pelo ar e
           supuseram  que  ele  carra.  e  por  isso
            grilamm:
              - Homem (JJ) mar! Homem ao mar!
              Mas n6s bem observdmos que ele o
           filera de pr0p6sito.  O CQnumdallte grilou
            logo:
              -Arria a bujarrona, larga a eSCOla
            grande.  larga a escota do traquete, ala
           aqui o grande a barlavento;  carrega a
            vtla grande. carrega o traquete, carre-
            ga tudo; chega aqui para as talhas do
            escaler,  salta  ao  escaler  a  estibordo!
              E  logo  os oficiais  que  eSlavam  na
            tolda atiraram com os comedouros das
            galinhas. selllas das adriças. carretel da
            barquinha  e  o  xadrez  da  escotilha  da
            praça de armas ao mar.  Disseram das
            gdveas:
              - ~o dois,  sIJo dois!
              E nós vimos com efeito duas pessoas
            pela  alheta  que  bracejavam  no  mar,
            parecendo-nos  um  deles  o  guardo-
            -marinha e  o  oulro o  gajeiro dn  gala.
              Arriou-se o escaler d pressa. daque-
            le  modo que todos sabem  acontece em
            tais ocasilks, com geme de mais e remos
            de  menos.  que  sempre  algum  esquece
            ou  se  perde,  e  dirigiu-se  ao  grupo.
                                                                                                           .,
            lallçalldo-se  logo  mIJo  do  guarda-                                          A . M.A"-"~
            -marinha. que nllO sabia lIIUlar.  e que o
            bom gajeiro dn  gata mal podia suster.   mar, porque o primeiro  vinha  chegan-  ros,  plMm esses cabos claros e repane
            Tralawun de o tirar dn dgua e outros de   do. Atracou ao portal6. acudiu genle d  a  gente  para  ir  de  leve-arriba!
            dara mito ao gajeiro. extenuado delor-  trincheira,  trocaram-se vozes de toda a   Tudo isto era mandado pela bU<.ina.
            ças por causa  de  aguenlar  o  guordn-  parte e t/uceram dois  homens a pegar  como selosse poro a gávea de proa. de-
            -marinha sem movimen/o, quando todos   no guardo-marinha. que parecia morto.   baixo de aguaceiro duro; e o mestre wrs
            bradam ao mesmo tempo das gdveas, dn   Veio para a tolda.  puseram-no de bru-  e o guardilJo mandando juntamente. que
            grinalda  e do escaler:           ços para lançar a dgua que havia bebi-  ningulm se entendia,  quer pelo estado
              - Jamanta!  Uma jamanta!        do.  chamaram  o  primeiro-cirurgido  e   de constemaçIJo em que tudo ficou pela
              E ajamantafilou o pI do gageiro e   COnu!çartln1 a dar-lhe os primeiros socor-  perda do gajeiro.  quer pela morte apa-
            mergulhou com ele! N6s vimos com elei-  ros.  O  capitlUHle-fragata,  que  nUllca   renle  em que jOlia  o  guarda-marinha.
            to  um peixe enorme.  esplae de arraia   largara o degrau. como sefosse em com-  acerca  do  qual  ninguim  atilUJ\'O  por
            imensa.  que  nos  pareceu  ter  mais  de   bate.  ~'f!ndo o guarda-marinha den/ro do   que raz.IJo carra ao mar.  O capitIJo-de-
           duas  braças  de  largura.  em'Olver  o   navio tratou de içar o escaler e as gd-  -fragata loi continuando  a  dar  vaus:
           marinheiro e sumir-se com ele pela dgUll   veas para marear.  e por isso chamou o   - GuardilJo. olha que o escalerndo
           abaixo,  repetindo  quem  observaI'  o   mestre:                     iça sem Ioda a gente subir e ficarem s6
           lacto:                                - Sr.  Mestre,  l'OmDS içar o escaler;   dois homens para engatar as talhas: bota
              -  Uma  jamama!  Uma  jamanta!   pega nos tirodores. chega para as talhas,   a palamenta para cima,  a fim de pesar
              Falou-se pela buzina do escaler, cuja   marinheiros e soldados; as palescas das   mellos  e  IIIJO  ir algum  remo  ao  mar.
            guamiçtlo parecia at6nita,  e o  coman-  adriças de gdvea servem para os tirado-  Anda com a m12o.  \'amos de longo. pode
            dome mandou saltar ao escaler da popa   res; desengata ali e engata nos arganlus   içar?
            para socorrer o outro.  e  começaram a  do trincanis; Sr.  Mestre.  olhe nI10 haja   O guardilJo. em cima da trincheira.
            saltar a ele.  mas niJo chegou a cair (JJ)   rascada.  GuardiIJo. cabos de marinhei-  agarrado ao primeiro ovim da en:cdrcia
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