Page 359 - Revista da Armada
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* CANTINHO CHARADíSTICO gumas vezes, tinham de pedir di- Cabo Verde não estavam nas rolas
nheiro emprestado para cobrir aque- desses comboios.
1. __ + CA '" Preciosa árvore asiá- la enorme despesa. No entanto é Já ali permaneclamos há vários
tica de grande porte. justo salientar, a alegria de propor- dias quando apareceu, vindo de co-
__ +CA-Cada um dos nós cionar aos filhos a concretização de missão, um aviso de 2.· classe tipo
dos dedos. um sonho. tudo fazia esquecer. ..Gonçalo Velho». Era um dos .. novos
__ + CA '" Que tem riquezas. Naquele enxoval nAo faltava na- navios_ com uma instalação de má-
__ + CA - Quantidade de peixe da do que se previa necessário pa- quinas moderna, caldeiras aquitubu-
que pertence a cada ra atender a todas as contingências lares e turbinas, em tudo muito
um dos pescadores, daquela primeira viagem de cinco diferellte daquela com que estáva-
num almoço. meses, que era a viagem de adap- mos a contactar.
CONCEITO: Óxido de cobre. tação, e serviria de base para futura A oportunidade de mostrar des-
2. Tem defeito na cabeça ou fafha utilização a bordo dos navios, caso de já, aos futuros oficiais de máqui-
no trabalho. quem apenas dá à não fossemos excluldos. Eram far- nas uma instalação mais evolulda
I{ngua. 2·2 (Adie.). das brancas e cinzentas de cadete, nAo podia perder-se. Tudo foi com-
3. Bord40 de buxo, 56 para dias de fardas brancas, azuis e cinzentas binado e, no dia aprazado, lá fomos.
luxo. 3-2 (Aler.). iguais às de marinheiro, lençóis, rou- Os uniformes brancos de marinhei-
4. Casa-se com a miséria quem a pa interior, toalhas, tesoura, escova ro - com o distintivo dourado de ca-
sua fortuna esbanja. 4-3 (Apoc.). de unhas, meias brancas e pretas, detes de máquinas que era um
5. Homem desempenado e elegan- sapatos brancos, sandálias e botas ... hélice e uma Ancora, sobrepostos -
te com boa farpela, nao é ba- um ror de material, tudo armazena- estavam impecáveis; os panamás
gatela. (Em terno). do em saco-mochila de grossa lona novos, as botas pretas bem engra-
6. Um canhoto com felicidade p0- amarela e grande mala de porAo. xadas e, lá por baixo, o corpete ain-
de, por gozo, ser caricioso? 2-2 Em todo aquele material havia da intacto.
(Enead.). porém, uma peça de vestuário - A embarcação fez com facilida-
7. A mentira é mau parceiro que dos que faziam parte do plano de de, o trajecto entre os dois navios
não tem letreiro. 5( + 2.3,)7. uniformes - e que é inesqueclvel, fundeados e, após os cumprimentos
8. Tempo frutuoso é sempre deli- pois era um martlrio usá-lo e que,lo- ao comando do navio, o chefe do
cioso. 2-3 (Epent.). go por azar, nos vestia em quase to- Serviço de Máquinas deu-nos uma
9. Manhã de dor, n40 querelamor. das as situações: era o corpete. ideia da instalação que íamos visitar.
3-2 (4) (Haplol.). Este corpete, branco, debruado Depois fomos ver o material; des-
10. Nascimento que corta o sono es- a azul, parecia uma saca de flanela cemos à casa das máquinas princi-
tá sujeito ao abandono. 2-2 grossa, com aberturas para o pesco- pais, seguimos para a casa de
(Interc.). ço e braços, e que chegava aos máquinas auxiliares e entrámos na
11 . Velho parolo às vezes torna-se joelhos. casa da caldeira que estava
tolo. 7(4) (Metam.). Com o passar dos tempos os apagada.
12. Descompostura não é pão que mais ousados foram arranjando Tudo correu normalmente ape-
se dê a um espertalh'o. 2-3 umas miniaturas, com uns aUlhos, sar de nos sentirmos aturdidos pelo
(Parag.). para substituir tal camisola que, de- mundo novo que nos cercava - que
13. O bojo da vela enfunada causa- baixo do alcaxa e da blusa, além do parecia nAo ser facilmente abarcável
rá afliçAo. 2·3 (Prot.). calor que fazia, nos picava por todo - e do calor que se fazia sentir.
14. Gordo filão, grande presunç'o. o lado. Devia ter sido inventado por Faltava agora visitar a casa da
3-2 (Sine.). penitente que o desejava como cill- caldeira que estava acesa.
15. Mulher em bando pirata, não cio, para alcançar merecimento. Explicaram-nos como Unhamos de
gosta de musicata. 2-2 (Sint.). Durante a viagem de adaptação entrar na cAmara de equilibrio e o
os cadetes maquinistas navais (co- cuidado a ter com o fechar das por-
MINDOGUES
mo eramos designados então) além tas; de modo algum podiam abrir-se
•••••••••••••••••• das instruções gerais começavam a ao mesmo tempo. Esse descuido p0-
tomar contacto com as máquinas dia pOr em perigo quem estava lá em
* QUADROS NAVAIS •.. marltimas em geral e, especifica- baixo. E deram-nos pedaços de des-
EM MINIATURA (XX) mente, com as do navio onde está- perdfcio para as mãos, de cuja ne-
vamos embarcados, neste caso o cessidade só nos apercebemos
NE .Sagres_ (o antigo). depois.
RELANCES DA VIDA NA MARINHA
A primeira etapa da nossa via- Quando abrimos a escotilha da
Os rapazes que, depois de terem gem completara-se ao fundearmos casa da caldeira, após fecho da por-
passado em rigorosa inspecção e no Porto Grande de S. Vicente que, ta da câmara, fomos inundados por
apertado concurso, faziam a sua en- nessa altura, era pouco concorrido. uma vaga de calor intenso acompa-
trada na Escola Naval, como cade- Decorria a 2.a Grande Guerra e os nhada por aumento de pressão; com
tes , eram acompanhados por navios que cruzavam o AtlAntico pro- o vagar de quem não está habitua-
adequado, exigente e variado enxo- curavam fazê-Io em comboios escol- do àquelas lides e não quer sujar o
val, dor de cabeça para as mães em tados, na tentativa de escapar mais fato - apesar da limpeza de tudo o
organizá-lo e marcá-lo, e grande facilmente aos ataques que lhe que nos cercava - começámos a
aperto na algibeira dos pais que, al- moviam os submarinos. As Ilhas de descer.
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