Page 336 - Revista da Armada
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                                   ,














      N.E. -5.!gm" 110 Pacífico                              N.f. "S.gm"



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      1\  !>I'IIIII  ·~rgrt'S" 110 /!;)rllJdr Usboa          frQsnln "D. frmarldo /I r Glória"

                        RSRMUNHO(',                                                   I          I"avam  especial
        "O /lOSSO primeiro enCOlltro deu-st lIó quase um quarto de séCllfo, a     -~             prlldêllcia  para evi-
                                                                                  "- .
        bordo de um grande veleiro em viagem de instrução.                ----    ~'-"';--~ -    tar acidel/tes.
         Dtpois, as  circunstâncias  da  millha carreira aliaram-se a uma                          E qual  ê o resul-
        boa  estrela,  permitindo-me ser camarada  de  Roger Chape/el  em                        tado de li/do isto?
        diversas  ocIIsiõrs,  uma  vez  que o artista,  sempre interessado  pelo                   t  bem  fácil  de
        mar e pelos  "avios,  especialmente os  veleiros, obteve autori:ação                     ver.  ta diftrellça
        das  autoridodes navais portugufSlJs para  efectuar outras viagens a                     el/tre a vudade e o
        bordo do N.E. USagTes".                                                                  resto, i  a dislãncia
         Foi assim  que me foi possível ,011l1ecer o homem  f  o artista, ou,                    que separa  a reali-
        mdhor, o marinl,eiro e o artista, porque, de facto,  Mestre Chapelet                     dade  que é o mar -
        valoriza o seu imenso talento com  uma sabedoria e uma experiência                       aI/de os marinlleiros
        da  vida do  mar que grande parte dos  profissiol/ais "ão desdenhari-                    se  reconhecem  - da
        am possuir.                                                                              pintura dos  artistas
         Nas paragells frias  do mar do  Norte ou através da agitada e bru-                      de salão.
        mosa Biscaia, no azul profundo das dguos da  Madeira ou  /Ia aride:                        Mesmo  sem lor-
        das iI/las eterl/amellte ventosas de Cabo Verde, eu vi o pintor dedi-  Úlllflogodllt:cpusiç60   mação estética,  ell-
        c/lr-se li observação e ii recollla dos detal/lt5 da ma/lobra do aparellro               tre  mil. recollheço
        e das velas, das fai/las de rotina, tllfim, de tudo o que ele iria depois   sempre uma pintllra de  Roger Chapelel. t. aquela qut me fo:  senlir
        utilizar com sucesso nos seus quadros.               a bordo. aquela que me transmite a sensação indescritii.'fl da  pie/ri-
         Mas foi.  sem dúvida, duraI/te o seu último embarque,  minta idade   tude que 1I0S invade qual/do estamos lIa paI/te dI.'  11m  veleiro lia a/to
        em  que a maioria dos homells já remmciou a toda a actividade, que   mar.
        Roger Cllapelet  /lOS deu a medida exacta do seu valor como artista e   Não  lell/ro outro cllmprimento a fa:tr-llre. Agora qlle o OlltOIlO da
        da sua coragem como marinheiro. Nessa época, tendo embarcado 110   vida  se aproxima,  jnexordvt/, I.' me obriga a t'it>fr de recordações, ell
        "Sagres" elfl  S.  Francisco, sllportoll a dure:a de uma longa  traves-  dtsejo  qlle a providtllcia  seja  doce  a Mestre  C/rapell.'t  e lhe  dê  a
        sia do  Pacífico, por  iJt':t'S sob tempestades excepcionalmente Dio/ell-  oportunidade de  contillllar a maravilhar-nos  com  o $til talelllo de
        tas, sem abrandar a sua actividade artistica.  Durallte os três  meses   pintar o mar  I.'  II  1r0llrar-IIOs  com  o calor da  sua ami:ade, que em
        passados  a bordo e até ii  c/legada  à lendária  Hong  Kong,  aI/de   cada fllcolltro se reforça."
        dtsembarCOlI,  ele  recolheu  (flltellas  de  lIotas  sobre  a vida  a bordo
        sob a forma de t'Sboços  rápidos, ágeis e perfeitos, transferindo para o         José FernQ/ldl.'S Martins e Silva
        papel as tOllltlidades t  (I variedade dos aspectos do mar e do céu, por   Úlp'laHt-nril'''''gUtT7i1 ilnllgO. ","I/lIIIÜllllt dII  -s,g'(j
        ve:L'S em ocasiões em qlle o II/all  tell/po e o balal/fo do naDio aCOll5('-  r i RttoIhidl1 t  Intdu:iJo do ProglilltLl da Exp!1!'ICh


       1 O  NOVEMBRO 93 • REVISTA DA ARMADA
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