Page 382 - Revista da Armada
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o N.I. uSAGRfS" NA RO'A
DAS NOSSAS MIMÓR'AS OR'IN'A'S
Outubro, "receb,da encostado a uma enorme roda RUMO A MACAU
com enorme s,mpa- de leme".
tia por toda a tripu- Nesse dia, o Presidente da A viagem de Tanegashima para
lação e ajudada por República dirigiu uma mensa- Macau, numa extensão de
um mar excepcio- gem especialmente dedicada à cerca de 1.000 milhas, previa-
nalmente calmo, a guarnição do N. E. "'Sagres"', -se que viesse a decorrer com
comitiva que acom- simultaneamente de elogio e de normalidade, pois o navio per-
panhava o Presi- incemivo. cuja transcrição foi corria a mesma rota em que
dente da República feita no jornal de bordo. a navegara em Setembro, embora
privou com a tripu- conhecida " A Barca .... e que em sentido inverso.
lação, ouviu o tes- nesta edição divulgamos. Porém, já nas aproximações 00
temunho desses au- No dia 27 de Outubro, pelas navio a Macau, chegou a bordo
tênticos 'embaixa- 08.' 5 horas. o navio fundeou uma iniormação proveniente dos
dores' de Portugal junto do cais de Nishinoomote Serviços Meteorológicos e
nos quatro cantos e, após o desembarque dos Geofísicos de Macau, que alertava
do mundo, comeu jornalistas, o Presidente da para a próxima passagem do
com eles, apreciou- República recebeu as honras ciclone tropical '"Ira", pelo que
-lhes a faina. Até da Ordenança do Serviço a "Sagres" saíu da sua rota e
uma peladinha de Naval, incluindo os .. vivas .... retardou a sua aterragem àque--
futebol se jogou no mas com dispensa de "salvas". le porto, até que o "Ira" deixas-
convés (com c/arís- deixando o navio e embarcan- se de causar preocupações.
sima vitória dos do numa embarcação que O No d~ J de No'>',nOo O N. (
marinheiros, como aguardava. "'Sagres" entrou em Macau sem
seria de esperar ... ). Pelas". t 7 horas locais, novidade, atracando no termi-
~~oj Aproveitou-se, após ter terminado a cerimónia nar do porto exterior, para uma
entretanto, para de boas-vindas no cais, nos ter- estadia mais demorada. J,
~=-" fazer o balanço da mos acordados com a Emba i-
o dia 26 foi um dia de des- visita ao Japão e Mário Soares xada de Portugal, o navio sus- (Colaboração do comando
contracção para a guarnição. deu uma pequena conFerência pendeu e deixou Tanegashima, do N. E. "'SagreS"")
Segundo o HPúblico" de 28 de de imprensa ao ar livre, com rumo a Macau.
Depoimento
No âmbito das comemorações dos 450 anos da chega- formas de cooperação entre a Armada e a Comissão
da dos portugueses ao Japão, realizaram-se neste país Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos
e em Portugal muitas actividades que puderam dar a ~ Portugueses, que ampliaram o efeito do navio nos
Dentro de um programa vasto c multiforme que ,
conhecer diversificados aspectos das respectivas cul- sete portos em que tocou, dando uma dimensão mais
turas e testemunharam o interesse que existe em alargada à sua capacidade de verdadeiro embaixador
aprofundar as relações entre os dois povos. \ de Portugal.
Quer equipando o navio com exposições e materi-
mobilizou grande número de meios, dificilmente ais de divulgação, quer fazendo coincidir com as suas
congregados para iniciativas deste género no estran- etapas outras acções comemorativas, como exposi~
geiro e que envolveu um número considerável de es, ofertas de bibliotecas a instituições científicas,
instituições nacionais e japonesas, teve espedal relevo a missão assinaturas de protocolos de cooperação, etc, foi possível materi-
do N. E. Sagres ao Japão. alizar uma metodologia de trabalho que potenciou diferentes
Continuadores de uma tradição naúlica que emblematica- vocações e meios específicos de distintas instituições, num
mente caracteriza a história portuguesa, os marinheiros da objectivo comum de divulgar dignamente o nosso país.
Sagres, com ii sua competência profissional e com uma dedica- Dentro desse espírito, se deve também salientar a viagem do
ção exemplar a uma missão de relações públicas difícil e exi- Senhor Presidente da República, realizada na Sagres, entre
gente, contribuíram decididamente para que a estas comemora- Nagasaqui e Tanegashima, no termo da sua visita ao Japão.
ções não faltasse o elemento simbólico, por excelê.ncia, dos fae- Dificilmente se poderia ter encontrado melhor momento para
tos que se comemoravam. lembrar a nossa história e para chamar a atenç.1o para Portugal.
Com efeito. a silhueta elegante do navio, aproximando-se len- Viagem carregada de simbolismo e de significado político, ela
tamente dos portos com as velas largadas e com a guarnição for- fica a coroar a missão que a Sagres tão galharda e competente-
mada no convés, trazia consigo um pouco dessa memória de mente desempenhou no Japão.
Portugal que tão viva é ainda no sul do Japão. Testemunha preferencial desse excelente trabalho, quero, nas
As cerimónias da chegada do navio, em que a troca de presen- páginas desta Revista, saudar, na pessoa do Comandante
tes entre O seu comandante e as autoridades locais selava prolO- Rodrigues Leite, toda a guarnição, publicamente agradecer
colamlente um desejo de amizade num sentimento de respeito todas as provas de camaradagem que a delegação desta
mútuo, eram acompanhadas depois pelas visitas de milhares de Comissão lhes mereceu e desejar-lhe os melhores ventos na sua
cidadãos japoneses à Sagres, nomeadamente jovens, onde lhes viagem de regresso a Portugal.
eram prestadas, com enorme disponibilidade e simpatia, por
todos OS membros da guarnição, informações sobre o navio e Novembro de 1993
Portugal. Frmldsco Faria Pauli"o
Para essa missão da Sagres no Japão foi possível encontrar VogAI da ComiSSlio f:ucutiva dA CNCDP
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