Page 299 - Revista da Armada
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vivos oferecidos por uma
empresil de Aquaculturil da
região de Setúbal, ilS focas
começaram posteriormente
a aceitilr peixe morto, tendo
aumenlado nitidamente de
peso. A titulo de curiosida-
de podemos referir que,
lanlo o Filipe como ii
Milfalda. só aceitilm robalo
como alimento tendo recu-
sado sempre as oulras varie-
dades de animais marinhos
que lhes foram oferecidos
alternativamente (carapaus,
bogas, sardinhas, lulas,
etc. .. ). No entanto, apesar de
todas as dificu ldades com
que tem deparado, o pessoal
do A.V.G. tem orgulho em
afirmilr que os animais se
encontram totalmente recu-
perados.
Neste momenlo, torna-se
fundamental devolver os
animais ao seu habitat natu-
ral já que se trata de uma
espécie protegida por lei no ticas do Atlântico Norte. A ladeadas por falésias e com lada que, apõs mudas suces-
nosso país (Decreto-Lei nU colónia mais numerosa loca- pequenas praias, reprodu- sivas, atinge geralmente o
263/81) e indicada na liza-se nas ilhas britânicas zindo-se quase sempre em padrão do adulto. O tama-
"Convenção relativa à (cerca de 76.000 animais de ilhas afastadas da costa. Nas nho médio desta espécie é
Conservação da Vida acordo com uma estimativa colónias britãnicas e nas que de 2 metros. As focas cin-
Selvagem e dos Habitats publicada em 1981). O limi- lhes estão associadas o peri- zentas nâo realizam migra-
Naturais da Europa" II' Sul da área de distribui- ado de reproduçã o tem ções embora se verifique
(Convenção de Berna). Por ção desles animais situa-se lugar entre Setembro e uma dispersão geral destes
outro lado, o aumento de nas costas francesas da Dezembro. Na altura do animais após a estaçâo
temperatura que se faz sen- Bretanha, onde a espécie nascimento as crias medem reprodutora. No entanto, os
tir no Verão co loca sé ri os tem sido assinalada com cerca de 63 cm e pesam jovens podem divagar até
riscos fi sobrevivência destas alguma frequência desde o aproximildamente 15 kg. O grande distância das colóni-
focas, naturais de regiões século XVI II. No entanto, desmame dá-se cerca de as de origem. Ta! deverá ser
bem mais frias. É ainda esta espécie de foca foi já duas ou três semanas após o o caso das duas focas que
importante referir que as observada na Penín sula nascimento, altura em que este ano deram ii nossa
otárias do A.V.G. encon- Ibérica, tratando-se muito as focas recém nascidas costa, bem como das anteri-
tram-se impossibi litadas de provavelmente de indivídu- sofrem uma primei ra muda ores ocorrências. Até ao pre-
sair para o exterior para os erráticos, bastante afasta- substituindo a pelagem ini- sen te, tinham sido regista-
apanhar sol, necessário à dos da sua úea normal de cial. branca e de pêlos com- dos em Portugal 7 apareci-
sua saúde, desde que as ocorrência. Costumam fre- pridos, por outra de pêlos mentos de focas desta espé-
focas cinzentas ocupam o quentar as costas rochosas, curtos e de cor cinzenta azu- cie. Destes. dois exemplares
t,lnque exterior destinndo a de machos jovens de foca-
esse fim. localizado na parte cinzenta viveram algum
traseira do tanque de expo- tempo nas instalações do
sição ao público. Cons- A.V.G .. A foca "Ma riana ",
cientes do carácter de ur- arrojada a uma praia da
gência na resolução deste zona de Peniche em 29 de
problema, a Direcçdo e téc- Nove mbro de 1981 , viveu
nicos do A.V.G. têm intensi- cerca de um ano no Aquá-
ficado esforços, em conjunto rio, tendo morrido a 13 de
com o Instituto da Con- Novembro de 1982. O se-
sen'ação da Natureza, no gundo exemplar, que foi
sentido de se proceder ao encontrado na costa de
transporte das focas para Lavas (Figueira da Foz) em
um centro de acolhimento [2 de Dezembro de 1986,
destes animais. em Ingla- apresentava-se muito de-
terra, onde posteriormente pauperado e com diversas
serão libertados na nature- manchas de nafta na pela-
". gem, sobreviveu apenas seis
As focas cinzentas habi- dias. .L
tam exclusivamente o
hemisfério Norte e a sua
distribuição estende-se a (Cola/mação do
águas temperadas e sub-árc- Aquário Vasco da Gama)
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