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ACADEMIA DE MARINHA
Sessão Cultural
Sessão Cultural
o passado dia 16 Fevereiro rea- aperitivo à abordagem do tema, que não rias de Filipe IV (III de Portugal), a saber,
lizou-se a apresentação da obra substitui, de modo algum, a sua leitura. a reconquista da Bahía, a batalha de Por-
N“1625-Reconquista da Bahía – O autor assinala com realce o entusias- to-Rico, a rendição de Breda e a batalha de
Portugueses e Espanhóis na defesa do mo popular gerado em Portugal e pelo Génova. Note-se que a ocupação holande-
Brasil” da autoria do Cte Blanco Nuñez da grande número de fidalgos que se ofe- sa do nordeste do Brasil atingiu o apogeu
Marinha Espanhola pelo VALM Alexandre receram para tomar parte na expedição, no período do governo de Guilherme de
Machado da Silva da Fonseca. que ficou conhecida como “A Jornada Orange, Príncipe de Nassau. Com a sua
Na mesa da saída aumen-
presidência en- ta a resistência
contravam-se local e a inter-
o VALM Sa- venção de uma
chetti Presi- forte esquadra
dente da Aca- portuguesa ba-
demia, o Cte teu as forças
Blanco Nuñez, holandesas nas
o VALM Ale- batalhas dos
xandre da Fon- montes Gua-
seca, a Vice-Pre- rararepes, em
sidente Prof. 1648 e 1649,
Dra. Raquel levando à reti-
Soei ro de Brito rada definitiva
e o Dr. Pedro de dos holandeses
Avillez, Presi- em 1654.
dente da Edito- O VALM Ale-
ra “Tribuna da xandre da Fon-
História”. seca terminou
O VALM Ale- felicitando o
xandre da Fon- Mesa da Presidência da sessão. autor da obra,
seca começou por agradecer a presença dos Vassalos”. Des- fazendo votos para
do Dr. Pedro de Avillez, de quem recebeu creveu com porme- que à sua brilhante
o honroso convite para apresentar a obra nor a composição carreira naval, siga
citada e também a presença do Cte Blan- da força naval e da uma não menos
co Nuñez. força de desembar- brilhante carreira
Explicou que a obra agora apresentada que comandadas, literária.
insere-se na colecção “Batalhas de Portu- respectivamente, Na comunica-
gal” dirigida pelo Prof. Castro Henriques pelo Capitão-Gene- ção do Cte Blanco
e Dr. Pedro de Avillez e que tem o patro- ral de Mar e Terra Nuñez que intitu-
cínio da Comissão Portuguesa de História D. Fradique de To- lou “Contactos e
Militar, do Instituto de Defesa Nacional e ledo e pelo Mestre Vivências Portu-
do Exército e Marinha. Fez também a apre- General D. Pedro guesas do autor”
sentação do autor desta obra o Capitan de Rodriguez de San- apraz destacar a
Navio José Maria Blanco Nuñez, oficial tiesteban, marquês sua satisfação pelo
que ao longo da sua carreira desempenhou de Coprani. A expe- convite da Acade-
elevados cargos no Estado-Maior, no gabi- dição compunha-se mia e seu acolhi-
nete do CEMGFA e na Missão Militar em de 54 navios com mento na apresen-
Bruxelas, e que desde Setembro de 2003 é três mil homens de tação do seu livro.
o Secretário Geral da Comissão Espanhola mar e nove mil e quinhentos homens de Teceu agradecimentos ao ALM Sachetti,
de História Militar. armas embarcados. Como conclusão pes- ao ALM Fonseca, ao Dr. Avillez seu editor,
Passou seguidamente a apresentar a soal, que julga ter merecido a concordância ao Dr. Amaral, coordenador da obra e ao
obra, com cerca de cem páginas, profusa- do autor, retirou que o êxito da operação Dr. Mendo Henriques do IDN. Divagou
mente ilustrada e de edição muito cuidada. se deveu à ocorrência simultânea de vá- pelas muitas recordações que vieram à
O texto está naturalmente centrado no epi- rios factores, designadamente: uma deci- sua memória das amizades na Marinha
sódio da reconquista da Bahía, mas aborda são rápida do Rei, um forte apoio popular Portuguesa das suas visitas a Portugal e
também os seus antecedentes e consequên- à expedição, à mobilização de forças ade- dos contactos que teve com alguns oficiais
cias. Abrangendo seis capítulos que tratam quadas à missão e, por fim, à competên- da Armada, quer em comissão, quer em
sucessivamente da conquista da Bahía pe- cia e à eficácia do comando. Também é de cursos frequentados no estrangeiro. Ter-
los Holandeses, da participação Portugue- salientar a boa cooperação entre as forças minou na esperança que as páginas deste
sa, da operação de recuperação de S. Sal- portuguesas, espanholas e napolitanas, e seu livro resumam o carinho e a admira-
vador da Bahía, do desembarque, cerco e entre estas e as forças locais, quer milícias, ção por esta parte a oeste do Guadiana e
conquista e por fim um epílogo. quer tropas regulares. a sul do Minho.
O VALM Silva da Fonseca fez uma curta No último capítulo da obra o autor as- Z
síntese do livro que veio a constituir um sinala ter sido 1625 o ano das cinco vitó- (Colaboração da Academia de Marinha)
REVISTA DA ARMADA U MAIO 2006 15