Page 388 - Revista da Armada
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A Stena Line inaugurou recentemente em Gotembur- - Aquele que matar outro a bordo dum navio será
go (Suéc ia) um terminal ferry, provàvelmente o maior amarrado ao cadáver da vítima e lançado ao mar.
e mais moderno da Europa. - Aquele que matar outro em terra será amarrado
O term inal, cujo custo total fo i de 22,5 milhões de ao cadáver da vítima e enterrado com ele.
coroas, tem uma superfíc ie total de 32 000 m 2 e a - Aquele que puxar de faca ou outra arma branca
zona de estacionamento comporta 800 viaturas com intenção de ferir outro ou o ferir, derramando
e 130 cam iões com reboqu e. sangue, perderá a mão.
- Aquele que ferir outro com a mão, não derramando
(Do - Boletim Ana lítico da J. N. M. M .• )
sangue, será mergulhado três vezes no mar.
- Aquele que proferir palavras ofensivas ou opro-
DISCIPLINA NO SÉCULO XII biosas contra outro p agàrá, de cada vez, uma onça
de prata ao ofendido.
Eis algumas das reg ras disciplinares em vigor
- O ladrão terá a cabeça rapada à navalha, lan-
quando Ricardo I de Inglaterra, de co laboração
çar-se-Ihe-á pez a ferver sobre ela (a cabeça) e,
com Filipe Augusto de França, organ izou a cru zada
depois, penas ou penugem. Na primeira ocasião ,
de 11 89 , e que são consideradas os artigos de
será posto em terra .
guerra mais antigos determ inados na Marinha bri-
tânica : (Da - História da Marinha Portuguesa.)
CARNEIRO HIDRÁULICO
Essa máquina desconhecida ...
Já constitu i denominador comum duma tradição geiras agente diplomático do seu país, com as
por demais c imentada - da qual, diga-se, 'nos orgu- responsab ilidades inerentes.
lhamos, embora por vezes afectando ar res ignado Não há dúvida : do mato à metrópole cosmopolita
para ganhar jus àquela misericórdia de terce iros o marinheiro é chamado a tudo, com raras excep-
que nos envolve sempre com certa sensação de ções. Mas não nos traz aqui, e agora, o desejo
conforto - que a Marinha dá para tudo. Homens de evidenc iar, ou trocar em pormenores, esse ec le-
célebres (não agora nós e a nossa modesta pena) tismo da gente do mar. Queríamos apenas servir-
o disseram já. Em navios será natural esperar-se -nos de premissa satisfatória para arranjarmos
dum marinheiro que se desembarace dos bons e razão (que não fosse apenas desculpa) de virmos
dos maus momentos, dos afazeres de mar chão falar de carneiros, mesmo hidráulicos, em publi-
e dos de tareia grossa. Já em terra, todavia, pode cação que se destina, antes de mais, a gente
parecer menos adequada tal exigênc ia, se exc luir- do botão de âncora.
mos, sobretudo, o que se enquadra extensivamente É que o carneiro em causa, máquina de sua natu-
no ramo do serviço naval ou com ele afim . reza muito simples , embora de pergaminhos, não
E, contudo, repare-se que a Marinh a tem com ba- é vulgarmente conhec ido na complexa mecânica
tido em matos africanos montada como os seus de navios nem de estações de terra guarnecidas
camaradas de cavalaria, a pé, co mo gente de por gente de mar. Este carneiro é maquineta pri-
infantaria, percorreu sertões em tarefas de exp lo- mitiva, pob re de estrutura mecânica , alheio à evo-
ração geog ráfica, botân ica , etnológ ica e dos de- lução , e vem c itado em canhenhos da especiali-
mais ramos da c iênc ia, e não se esqueça que o dade com o argumento de interesse histórico (di-
simples marinheiro é por natureza em terras estran- zia-nos, há d ias, um jovem engenheiro cumprindo
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