Page 78 - Revista da Armada
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Os Artistas Portugueses
e a Armada
Beatriz Costa na "SAGRES"
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Estávamos em 1945. Tinha acabado a guerra. Na guesa - a «Sagres»; a viver no Rio a «nossa»
sequência das vitórias das democracias - com Beatriz. A sua visita à «Sagres» não se fez espe-
uma excepção - sobre as ditaduras, havia sido rar. E, ei-Ia a bordo a confraternizar com oficiais,
eleito Presidente da República do Brasil o ma- sargentos e praças; com todos ela conversou e
rechal Outra, em substituição do Dr. Getúlio Var- conviveu, recordando a sua terra distante. As
gas. A posse do novo presidente realizar-se-ia câmaras de oficiais e de sargentos, a coberta
em Fevereiro de 1946 e Portugal, como muitos das praças e a camarinha do comandante rece-
outros países, far-se-ia representar na cerimón ia beram a sua visita numa ânsia de com todos
de investidura por luzida embaixada da qual fazia contactar e viver, com a sua contagiosa alegria
parte o navio-escola «SagrE1s». e espirituosos ditos - não fosse ela a nossa me-
Na ocasião encontrava-se radicada no Rio de lhor artista de teatro ligeiro.
Janeiro a nossa mais popular artista do teatro Como não pOderia deixar de suceder, teria de
de revista, Beatriz Costa, que brilhava nos tabla- se fazer o tradicional «boneco» com a Beatriz
dos dos teatros do Brasil, onde granjeara enorme Costa, e tudo se encaminhou nesse sentido: a
e merecida estima. Havia já alguns anos que dei- 'bordo encontrava-se um simpático repórter foto-
xara Lisboa, de forma que a saudade dos portu- gráfico brasileiro; o castelo da «Sagres» foi to-
gueses pela «sua» Beatriz Costa era grande. mado de assalto - a bordo havia mais de 100 rapa-
O infalível teria de acontecer. Na Baía da Gua- zes com 20 ou menos anos de idade; a artista
nabara encontrava-se um navio da Armada portu- exigiu que o cozinheiro ficasse a seu lado (foi
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