Page 104 - Revista da Armada
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Uma visita






            à velha fortaleza






             da Mina








                Estávamos  em  1954  e  regressávamos  a  Lisboa   Visitámo-la demorada  e  interessadamente,  seguin-
             duma viagem a Luanda, a bordo do aviso «Afonso de   do-se, inesperado, mas bem-vindo lanche, rematado
             Albuquerque». De caminho fizemos uma breve esca-   por um pequeno discurso do nosso guia. Não o enten-
             la em Takoradi, numa visita de cortesia. A Costa do   demos, mas delicadamente coroámo-lo com uma sal-
             Ouro (actual Gana), onde se situava aquele porto, es-  va de palmas, abanando delicadamente a cabeça em
             tava ainda sob o domínio britânico.                sinal de concordância com o que fora dito.
                De acordo com a tradição, em visitas do género, as   Era preciso responder, mas ninguém se entendia
             autoridades locais ofereceram passeios pel9s arredo-  com o inglês. A verdade é que havia que safar a rasca-
             res à guarnição. Organizaram-se a bordo listas de vo-  da, e para isso todos nos voltámos para o mais antigo,
             luntários, mas como constava serem os passeios cur-  o  1.°-sargento  artilheiro  Casimiro,  que não hesitou
             tos e não meterem nariz de folha, as inscrições foram   um segundo, saindo-se com esta:
             muito poucas. Por isso, como também é da tradição,    Sorry.  1 speak inglAs  very litle.  Entretanto,  we
             não havendo voluntários ... nomearam-se.           queremos agradecer a  vossa hospitality demonstred
                Eu fui um deles. Ainda argumentei que o receptor  aqui,  in Fortification,  que the portuguese peope de
             não estava bom, que tinha que o reparar ...  mas não  antanho construiu and the ingleses more late sum',
             me valeu de nada: calhou-me, tinha que ir. Com mais  piaram; thank you very much.
             alguns sargentos e  uma vintena de praças tomei lu-   Por fim, todos assinámos o Livro de Honra dos visi-
             gar num autocarro posto à  nossa disposição e  lá fo-  tantes  da  fortaleza,  ficando  uma  das suas páginas
             mos, acompanhados por um sargento negro a servir  preenchidas com nomes iguais dos dos intrépidos na-
             de guia.                                           vegadores lusitanos que ali chegaram há séculos.
                Percorridas algumas dezenas de quilómetros, pa-
             nÍlnos junto à fortaleza da Mina, construída pelos por-
             tugueses alguns séculos atrás, como ponto estratégi-                             Pedrosa de Carvalho,
             co para o comércio do ouro e, sobretudo, de escravos.                                        1.-'cfUl.SO




                                 Ouarto de Folga








                                              * À PERSPiCÁCIA DO LEITOR

                                              SEGURANÇA,  QUE  TAL?                  pessoas a gritar «fogo», quando
                                                                                     está em casa, deve:
                                               1.  Se começa um fogo na sua casa     a)  sair imediatamente do ediH-
                                                  ou apartamento, você deve:            cio;
                                                  a)  chamaras bombeiros;            b)  ficar  em casa e  esperar por
                                                  b)  tentar apagar o f090.             socorro;
                                                  c)  sair de casa e depois chamar   c)  tentar descobrir a origem do
                                                     os bombeiros.                      fogo.
                                               2.  Se  lhe  cheira  a  fumo  ou  ouve   3.  Se ficar encurralado num quarto

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