Page 384 - Revista da Armada

o CtÍlteme . Olympias. a navegat Ilas proximidades do local onde. Um aspecto da popa do ~ OJympia !i., onde se veoduploleme.
há ce''fl! de 25 séculos. se desenrolou a bacalha de Sala mina.

Revivendo o passado

num trirreme

o âmbito da Comissão Internacional de Histó- deiro quebra-cabeças que teve de ser resolvido com
ria Militar Comparada teve lugar em Atenas, a ajuda de um computador.
N na segunda quinzena de Agosto do corrente A construção da embarcação iniciou-se em Maio
ano, o XII Colóquio Internacional de História Militar de 1985, n9 estaleiro de Kerastsini, e ao mesmo tem-
e o I Colâquio Internacional de História NavaL po foi feito um modelo para ser submetido a testes
Estas reuniões, organizadas pelo comodoro sistemáticos tendo em vista, entre outros aspectos, a
Constantin Varfis, desenrolaram-se com grande êxito confirmação da velocidade de cerca de 10 nós, como
nas magnificas instalações do Museu da Guerra. era mencionada nos textos históricos.
Os temas escolhidos para os referidos colôqUios Na construção do trirreme houve que enfrentar al-
foram liAs Insurreições Nacionais nos Países do Me- guns problemas técnicos e, por esta razão, a obra só
diterrâneo e do Atlântico)) e liA Introdução do Vapor ficou pronta ao fim de dois anos. A madeira usada foi
na Guerra Navalll, respectivamente, assuntos que ti- o pinho de Oregon, dado que os pinheiros que exis-
veram largo desenvolvimento pelos representantes tem actualmente na Grécia são de qualidade inferior
de vinte e sete países. aos de 25 séculos atrás. e se pretendia que a constru-
Estes colóquios coincidiram com as cerimónias da ção tivesse a mais alta qualidade e a maior duração.
entrada ao serviço de um trirreme, acontecimento O método usado na construção -assentamento
que teve um enorme impacte na Greéia, mas cuja re- das tábuas do costado seguido da colocação das bali-
percussão atingiu inumeros países. A história desta zas- fez relembrar uma técnica que não era pratica-
embarcação merece ser contada. da na Grecia nos ultimas 2000 anos.
Na Primavera de 1984, o historiador inglês J. Mar- O esporão, a principal arma do trirreme, foi fundi-
rison e o construtor naval J. Coates apresentaram, no do em bronze e as velas, como nos antigos navios, fo-
Museu Maritimo do Pireu, uma comunicação sobre o ram feitas em linho, na Escócia, onde ainda se fazem
desenho de um antigo trirreme, idêntico aos que, há velas deste material. Cerca de 25 mil cavilhas de co-
cerca de 2500 anos, comandados por Temístocles, bre, dos mais variados tamanhos, foram fabricadas
derrotaram a frota de Xerxes. manualmente.
O Ministério da Defesa Nacional considerou que a Uma das grandes dificuldades que teve de ser en-
construção de um trirreme tinha interesse nacional e frentada, foi o facto de nunca terem sido encontrados
o estudo foi desenvolvido por especialistas da Mari- os restos de um trirreme, pela simples razão de que,
nha. principalmente no que dizia respeito à posição sendo estes navios construídos em madeira não se
dos 170 remadores e de outros tantos remos, verda- afundavam e por isso, após o combate, eram reboca-

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