Page 103 - Revista da Armada
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EmtxJrqw/U D. CatafÍnll th Bragança noc:auda Ribdrade UlboD (gra"W!athSwop, tZ~nu no Mustu NadoMld01Cochu, tm Ulbod).
da por provas de estima e consideração, tendo tido um encontro to que viria a propagar· se a todo o pars e a todas as classes
com o próprio rei. sociais. Também, segundo o jornal -O Tempo,., edição de
Entra em Portugal por Almeida, sendo esperada duas 10-6-87. em artigo com o título _Catarina de Bragança Rainha
léguas antes, em terra espanhola, pelo visconde de Barbaccna I de Nova Iorque,., de Manuel Andrade e Sousa, emidades ofi·
que na fronteira fonnara um pé de exército, cujos canhões sal· ciais e prh'adas famo ponuguesas como americmws e asso·
vam três vezes. A vila está repleta de forasteiros e militares I ciaçi)es vocacionadas para il/crememar as rclaçlJes elllre
e a rainha radiante por voltar à sua terra. Portugal e os Estados Unidos estlJo emperl/uulas em concre·
O cortejo começa a sua marcha a caminho de Lisboa. tizar uma iniciativa do Centro POrlugllb de Turismo de Nom
A rainha tem pressa de chegar apesar da sua precária saúde. Iorque. Trata·se de dar condigno participaçl10 histón"co·
Fazem-se jornadas de dez horas! Pinhel, Celorico da Beira, ·cultural portuguesa às comemorarlJes do 350. () anil'ersán"o
Gouveia. Oliveira do Conde, Santa Comba Dão. Coimbra, do lIascimelllO da rainha em hOl/ra da qual foi dado o nOnle
onde é acolhida em festa. Condeixa. Pombal. Leiria. Bata- de «Queen 's .. ao amigo condado dos arredores de Nom lar·
lha. Alcobaça. CaJdas da Rainha, Alcoentre, Vila Franca. Via· que que hoje corresponde a uma das ZOllas mais imponantes
longa. Póvoa de Santo Adrião. viram desfilar o cortejo. Trazia e populosas da grande metrópole amen"calla. Essa participa·
a Sra. Rainha três carroças suas e por aula lima puxm'om çdo poderá parecer despropositada tanto li maion"a dos por·
oilO cavalos dos que chamam ureas; além delas vinham doze tug/leses como dos novaiorquinos. pois .ms e outros ignoram
de estado para se re\'f~zarem; a bagagem em seis C(JstelhallllS que essa rainha, mulher de Carlos II de Ing/aterro. era a prin·
e liteiras .. . cesa portuguesa Catarina de Bragança ( .. . ).
Finalmente, Lisboa. Era o dia 20 de 1alle;ro. Todas as
tropas da guamiçdo militar de Lisboa. estaml1! em onnas com
unifonlle de gala. Comandal'a asforças o duque de Cadaval.
A rainha recebida com grande cordea/idade pelo rei seu ir-
mdo. D. Pedro /l, passa para o coche deste ( ... ).
O cortejo dirige-se ao Palácio Real de Alcântara por entre
aclamações do povo, salvas de artilharia, saudações das tropas.
Acolhida com muita amizade pela cunhada e rainha Maria
Sofia, foi viver mais tarde para O palácio do conde de Redondo,
no alto de Valverde, em Santa Marta, depois no palácio do
conde de Aveiras, em Belém, e. finalmente, no palácio da
Bemposta, que mandou construir nuns terrenos que comprou
e que hoje são ocupados, palácio e terrenos, pela Academia
Militar. Aqui vive feliz e sem ostentação até à sua morte. ocor·
rida no último dia de 1705. Foi regente do reino por duas vezes
e em curtos períodos. por impedimento do rei D. Pedro U.
A recordá-Ia, existem vários factos históricos de que des·
tacames: o seu nome e o de Portugal em duas ruas da zona
central de Londres - Catherine Street e Portugal Street; o
Queen's Regiment, nome daJo ao contingente militar envia-
do para Tânger quando a cidade foi cedida a Inglaterra. que
ainda hoje se mantém e é um dos mais condecorados por feitos
Ramiro Martins,
em campanha. ..x-mar. R
É de rea1çar ainda que foi D. Catarina de Bragança que
introduziu o hábito de beber chá na corte de Inglaterra, hábi- *****************
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