Page 204 - Revista da Armada
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A poucos anos da transferência do território de
Macau para a soberania chinesa, a Escola
Naval decidiu incorporar no seu património
alguns símbolos da cultura macaense, que futu-
ramente atestarão uma presença portuguesa de
mais 4 séculos no Oriente e recordarão a ínti-
ma ligação da Marinha à cidade do Santo
Nome de Deus_
A "nova" SALA MACAU já é uma memória-
-viva dessa terra, a que D_ João IV chamou
"a mais leal entre todas".
~
um hábito naval, sobrelUdo A recente iniciativa de criar mas valiosas peças do artesa· ialta uma decoração geral no
W
nas unidades em terra, con· uma ~Sala Macau na Sala dos nato de Macau, uma réplica bom estilo oriental.
E servar muitas das peças que Proiessores, insere-se nessa tra· de um junco, vários instru· A Sala Macau constitui, simulta·
simbolizam o seu passado. que dição da Marinha e da Escola mentos náuticos, nomeada· neamente, uma memória duma
historiam a sua evolução, que Naval. mente um belo exemplar de convivência de mais de 4 sécu·
simbolizam a sua cultura e que Nela se podem observar algu· bariciclinómetro, um aparelho los, e uma homenagem da Escola
são testemunho de memórias. que serve para prever e anali· Naval às sucessivas gerações de
de tecnologias. de artes e de 5ar a evolução de tufões. As oiiciais da Marinha que, na guer·
histórias. São elementos carac- suas pinturas murais, na mais ra e na paz, contribuíram para a
terrsticos da cultura naval e ver- pura técnica chinesa, conie· afirmação da soberania parlu-
dadeiros museus, quase sempre rem à Sala Macau uma identi· guesa, para o desenvolvimento
sem espaço próprio, onde se dade muito própria, a que não de Macau e para o prestígio de
conservam peças de mobiliário, ~-.n;;:;;;!;;;;~;;;;;;;!Iii_.-- Portugal no Oriente.
vitrais, protótipos, livros, mode-
los, quadros, armas, azulejos, Para aJém da
H
fOlograíias, palamenta. docu- "nova Sala Ma·
mentos, entre tantos outros cau, que se espera
objectos de interesse cultural. possa vir a ser enri·
Uma dessas unidades é a quecida com ou·
Escola Naval, em cujos corre- tras peças disper·
dores, átrios, biblioteca e algu- sas, a Escola Naval
mas salas, se alinham peças de providenciou a co-
grande valor museulógico, que locação, no âtrio
pedagogicamente preservam a do ediiício do re-
memória histórico·cultural da feitório de oliciais
Marinha e da Escola que forma Piinel de ~u/e;05 com o br&1o e cadetes, de um
os oíiciais da marinha. eh Rui Ac"ademia 00s Cu.irM-Marinhils painel de azulejos com o brazão
da Real Academia dos Guardas--
A MARINHA 1M MACAU .. Ylarinhas, antecessora da Escola
Naval, que no prôximo ano
comemorarâ o seu 150" aniver·
A presença da Marinha tem sido uma constante na vida de
Macau ao longo dos séculos, revelando·se na memória de sário, e procedeu à redecoraçào
árduos combates e de naufrágios dolorosos, na acçào gover- do bar dos cadetes, que agora
evoca um ambiente muito seme-
nativa, numa intensa intervenção cultural, na sua toponímia
actual e em numerosos elementos patrimoniais. lhante aos atraentes e tradicio-
nais bares dos navios.
Em livro recente, que intitulou ~Marinhei ros ilustres relaciona- J,
dos com Macau", Monsenhor Manuel Teixeira apresenta-nos
uma extensa lista de 66 marinheiros, cuja acç30 fOi importan-
te para a vida de Macau e que inclui, só neste século, oilo
Governadores do território que foram alunos da Escola Naval:
Martinho Queirós Montenegro, Álvaro de Melo Machado, José
Carlos da Maia, Gabriel Maurício Teixeira, Albano Rodrigues
de Oliveira, Joaquim Marques Esparteiro, Pedro Correia de
Barros e Vasco de Almeida e Costa.
o bdricklinómellO
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