Page 46 - Revista da Armada
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'ns'a'a,õe. da Marin.a





                     a.rem-se ao 'e;o








     Desde 1947 que um inestético muro separa a
     Avenida Ribeira das Naus e as instalações da
     Marinha, vulgarmente conhecidas pela sua
     tradicional designação de Arsenal da Marinha.
     Também, já desde essa data, muita gente da
     Marinha defendia soluções diversas e mais
     apropriadas para essa verdadeira muralha,
     implantada num dos mais nobres pontos da
     zona ribeirinha, que, qual llmuro de Berlim",
     punha a Marinha de costas para o rio Tejo. Só
     agora o muro vai cair, por via de um acordo
     estabelecido entre a Marinha e a Câmara
     Municipal de Lisboa.

           o  dia  6 de janeiro,  o   protocolo, apadrinhado pelo
           Chefe do Estado-Maior   Ministro da  Defesa  Nacional dr.
     Nda  Armada, Almirante      Fernando Nogueira. através do
     Fuzeta da  Ponte, e o Presidente   qual se irá  proceder às obras de
     da  Câmara  Municipal  de   substituição do muTO, com frente
     USix><l, dr. Jorge Sampaio, pro-  para  ti  Avenida  Ribeira  das
     cederam à assinatura de um   Naus, por um gradeamento, e ao










                                                            a~lrdinamenlO do espaço interi-  algumas décadas de divórcio
                                                            or. Com esta obra, é dado um   com o seu  rio e as suas zonas
                                                            importante passo no sentido da   ribeirinhas, compreende agora a
                                                            valorização da qualidade visual   importância dessa ligação, sem
                                                            do ambiente urbano e da identi-  quaisquer reservas.
                                                            dade histórica do p<llrimónio de   E  não  se  trata  apenas  de
                                                            Lisboa, que são hoje objectivos   potenciar a  relação com o Tejo
                                                            fundamentais assumidos por   numa  perspectiva lúdica e de
                                                            toclos OS que têm  uma ambição   lazer, mas,  sobretudo,  permitir
                                                            para a cidade: fazer de Lisboa a   que os lisboetas estejam  mais
                                                            capital atlântica da EUfOP.l.   próximos de alguns dos mais
                                                              Assim, a criação e valorização   emblemâticos símbolos da iden-
                                                            de espaços ribeirinhos, con~lgan­  tidade  da  cidade  e  da  sua
                                                            do as  suas diversas ocupações   História, como sucede com  a
                                                            actuais  com  as  suas  po-  Ribeira das Naus.
                                                            tencialidades para  funções  lú-  A Marinha tinha manifestado,
                                                            dicas, de lazer ou de fruição da   uma vez mais, a vontade de valo-
                                                            relação com o rio Te.P, constitui   rizar a fachada do edifício da
                                                            U!Thl opção consagrada no Pl.lno   Administração  Central  da
                                                            Director de Lisboa e é, desde há   Marinha,  substituindo o  muro
                                                            muito,  uma  medida  necess~ria   com  frente  para  a  Avenida
                                                            para melhorar a ligação cidade-  Ribeira  das  Naus  por  um
                                                            -rio.                      grade.lmento, que permitisse ao
                                                              Essa  ligação vcm sendo cres-  público uma  leitura das facha-
                                                            centemente  assumida  pela   das  pombalinas.  A  Câmara
     o inicio ~mbd"Cf) do demJbto do 'mINO do ~r 01/ 'mllro do IIt,nl>iMo"   população lisboeta, que, após   Municip.ll de Lisboa,  no âmbito
     8  FFVFRFI!I()Ql.  ~FVI~TA nA ARMAn A
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