Page 14 - Revista da Armada
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A formacão na Marinha
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No significado que o sector da "Formação" também os dos "Objectivos de Formação" anunciados e se .integram no
Projecto. numa relação de auto-satisfação, de auto·reallzação e de
está a assumir na Marinha merece destaque amizade para com a Instituição Naval.
o papel da "ESCOLA DE TECNOlOGIA Caro leitor. Se esta informação o motivou, a tomar a iniciativa de
DE EDUCAÇÃO E TREINO" integrada no G2EA, participar no próximo curso (no próximo ano. poderão ser realizados
dois!) tanto melhor.
com a realização do Curso de Gestores de
Sistemas de Formação, bem como da inclusão UM DEPARTAMENTO DE FORMAÇÃO
na estrutura de formação do G2EA de um DE SARGENTOS NO G2fA
Departamento novo, designado por
A oportunidade para uma reflexão sobre a estrutura de formação do
"Departamento de Formação de Sargentos" Grupo N'2 de Escolas da Amlada, poopoooolada pela ,..,;são do seu
destinado especialmente à formação Regulamento Interno. trouxe. entre outras muda.nças. a oiação de um
e desenvolvimento dos quadros intermédios Departamento de fo<maçáo de Saogentos (DFSl. Na ,.roade. desde.
primeira hora que o seu actual Comandante, vem chamando a at~
da Marinha. dos seus colaboradores mais próximos, para que se aproxime a
estrutura escolar de uma realidade mais coosentânea com uma filo5ofia
de gestão integrada de recurso e de aproximação entre ~ Escolas.
CURSO PARA GESTORES DE SIS1fMAS DE FORMAÇÃO afastando o espírito e illdepeUdelltes. moendo cada uma para SI.
A lôgica da criação do Departamento de Formação de Sargent?S.
As formas de divulgação da infOfll'laÇão e da comunicação humana pa~ "",trariM tal \05ão. J>O«Iue nascetJ da separação do anU(!>
têm vindo a assumir um relevo crescente, à medida que as novas Departamento de Instrução Comum (Ola, no já anunciado OFS e no
tecnologias e o conhecimento humano se desenvolvem. O Curso para Departamento de Formação de Ungua Inglesa (DFlO. carece de
Gestores de Sistemas de Fomação, que se realiza anualmente, no mês explicação, para quem esteja menos informado sobre as questões que,
de Outubro, no Grupo N' 2 de Escolas da Amlada·EscoIa de TecnoIqja hoje em dia, se colocam na área estratégica da Formação. Na ve~,
de Educação e Treino, é um exemplo (pouco conhecido) das há muito tempo que muitos lamentam o mOOo como vem sendo genda
dificuldades de fluxo de informação e de oomunicação entre os diversos a formação dos quadros intennédios da f-Aarinha: os Sargentos. Também
escalões, na nossa Marinha. A realidade é que os instrumentos ao dispor a relevância da formação em língua inglesa evidenciava a necessidade
dos poteociais rntel Jos (~dientes· naturais) cootinuam a não ir além de se tratar esta área. de uma forma abrangente, constante e
do PA1M-Planeamento das actividades Internas da Marinha ou da tecnicamente mais qualificada. Indusivé. abrindo portas para ootras
mensagem de rotina. Isto, quando muitas vezes se diz em tom necessidades linguísticas. Uma área do conhecimento que a Marinha
reprovador: -Não te\'e cooneomento porque não quis! Você não lê as de\oe encarar como estratégica, em especial .... a da língua portuguesa!
Qrdensr. Também o esforço pessoal ou individual do: ·\~ha. porque Neste primeiro passo. procurou-se aproximar o OFS de uma ~
vai ver que não se arrepende!- não parece ser adequado. E tempo. pois, com reconheOda qualidade na fonnação. a Escola de Tecnologia de
de ref1ectitmos sobre a necessidade do recurso a téalicas de maJ1.:eting Educação e Treino-ElfT, como que foi conseguido, pode desde já
·social- (mais ajustadas ao nosso caso) e de definirmos requisitos afinnar-se. com segurança e sem prejuízos para aquela. POOerá ~izer:e
obrigatórios para qualif"", pessoas para OOJpaçáo de "'8"'- No caso que a oiação do DFS (nasceu no dia 10 de Setembro p.p, por dlreQl\'a
vertente do Curso que trago hoje ao conhecimento dos leitores, as do Comandante do G2EA) não obedeceu a uma visão estratégica sobre
opiniões dos participantes e das pessoas que, por qualquer outra forma as necessidades de formação dos Sargentos e, a um cooceito global
o conhecem ou nele intervêm, marcam \'aklres acima de 4,25 (numa sobre a carreira e a classe. Mas. o que é fado é que, perpassava na
escala de zero a dnco) para as seg.Jintes caraaeristicas: estimulante; útil; Instituição ii necessidade de se fazer algo que alterasse tal estado de
inovador; interessante; bem articulado; vale o tempo gasto. Tem coisas. E a realidade é que, com a sua criação, foi POSSf.ó'el, desde já,
destinatários bem definidos: os Directores e Subdirectores das Escolas e dispor-5e de um instrumento que integre todas as valências respeitantes
Centros de Formação da Marinha, bem como todos os oficiais ao assunto (atente.se que uma das grandes lacunas que subsiSle na
superiores que intervêm nas áreas da Formação (algumas ainda,com a formação do pessoal, por resolver desde os anos ao, é quem ministra e
designação de Instrução e Treino, mesmo após as recentes pubhcações como se ministra a formação dos padrões navais). Esta decisão favoreceu
dos deaetos regulamentares), Contudo, o que se faz com Qualidade e ainda a concentração dos escassos recursos existentes. alinhando.
por baixo custo, toma-se conhecido e tem procura e, assim, O Curso tem positivamente, pela directiva e pelas orientações mais recentes do ALM
sido frequentado p:>r diversas outras pessoas, oriundas do MDN, EME, CEMA sobre a Formação na Ntarinha e pelas mais modernas correntes e
EMFA, IEFP, PSP e de empresas privadas (oficiais superiores ou teorias sobre a Formação deste pessoal, quer ao nível da NATO quer ao
liw1d.1dosl. nível das experiências de sucesso na soóedade dvil. Se for continuada a
Com uma duração. necessariamente curta, de sete dias; (pois que, política de investimento na formação que vem .sendo seguida, en~ a
retirar os gestores de nível intermédio, das suas actividades executivas, Marinha toda vai benefidar, porque o inveslllTlento na formaçao é
um dia que seja, é ada vez mais diflCil) o curso piopoic:iolla um espaço apootado pelos mais importantes "opinion makers" como aquele que
para debate de ideias e uma informação ilCtUalizAda sobre a Gestão e as maior rentabilidade traz às Organizações militares 00 civis (ao rontrário
suas técnicas, em especial nas seguintes vertentes: estratégias de gestão; dos enormes rustos da não formação, como. mostra aliás, este exem~
recursos humanos; iJ"lO\'aÇáo e mudança organizaóonal; formação. de desinvestimento na formação das nossas chefias intermédias). E
Mas donde lhe a<h-ém essa qualidade propagandeada! evidente que o pequeno passo que foi dado (é preciso disso t~
Em primeiro lugar, da necessidade de dar satisfação aos req,uisitos estarmos conscientes) requer aprofundamento e empenhamento asSIm
crescentes dos partiópantes e do Sistema de FOIlTIaÇáa da Mannha e como, e principalmente, investimento de Qualidade e, ai~. ~.
seu modelo de abordagem siSlémica. Depois. dos recursos que são distanciamento e dedicação, para que se trate de forma pi e. 30ma
ooIocados ao dispor do coordenador do curso, os quais sendo escassos. de tudo, com rigor e exigência de sucesso, a forma~~ ~ todos. os
não têm contudo compatibilidade com os baixos padrões que ainda nossos quadros intermédios, segundo as crescentes exJgeOOas ao nl\t'I
temos em muitos acções de formação que se realizam na N\arirlha. E. do conhecimento e do domínio das t~ I
talvez resida aqui o segredo. do critério de selecçãclcontratação de
FOf'madores de alto nível. que servem não os seus propósitos. mas (CoIabcxação do CTfN EMQ lopes da CosW
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