Page 223 - Revista da Armada
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DIA DA MARINHA J 996
Mensagem do Almirante CEMA
dia 8 de Julho de , 497 marca a data em que crescente participação das marinhas aliadas em exercícios
largou do Tejo a armada que havia de realizar o que organizamos. Tud~ isto realizásteis melhor, por que
O feito mais famoso de toda a história marítima dos com menos recursos. E a este engenho e pundonor que,
portugueses, a descoberta do caminho para a índia. de forma realista, apelo para o nosso futuro comum.
Ao comemorarmos o dia da Marinha após cinco séculos
deste evento, dirijo-me a vós, mulheres e homens da Temos gerado forças internas suficientes para nos auto-
Marinha, para manifestar o meu apreço pelo que juntos questionarmos, para nos auto-reestruturarmos, para nos
realizámos no último ano tornarmos mais eficientes
e para deixar uma men- e eficazes. A Nação, toda
sagem de fé e de espe- ela sujeita num futuro
rança no nosso futuro con- próximo e já presente a
junto. um esforço histórico, para
isso nos aponta e contem-
A Marinha tem vindo a pla.
cumprir o fundamental
que a Nação de nós Continuaremos a repen-
espera, ainda que com sar o esquema da nossa
menos recursos . Certa- manutenção de navios e
mente com mais dificul- forçaremos o redimensio-
dades, mais sacrifícios, ~ namento e melhoria da
mas sempre com o valor e ~~ nossa componente fixa.
a têmpera inquebrantável ~ Tal é indispensãvel para
que é apanágio dos ho- que contemos com os re-
mens do mar. cursos indispensáveis à
nossa c~mponente opera-
Somos herdeiros de uma ./ cional. E esta a nossa ra-
tradição multisecular e zão de ser. Mas também é
que advém da imensa justo que todos sejam alvo
maritimidade do nosso dos mesmos critérios de
país. O Mar fez-nos gran- custo-eficácia.
des, no e do Mar sobre-
viveremos independentes. Apostaremos, sempre,
Sempre assim foi na nossa no homem , sempre no
história e assim, estou marinheiro. através da sua
bem certo, será. formação. Ele será a Ma-
rinha de amanhã, a Ar-
Foram centros da exce- mada do próximo século.
lência da nossa Corpora- É por tal que não hesita-
ção e exteriormente reco- remos em dedicar valiosos
nhecidos, no ano transacto, as três fragatas como navios- recursos, para além do nosso tradicional, mas moderno,
-chefe da STANAVFORlANT, com os seus helicópteros edifício da formação e treino, ao novel modelo de ensino
operacionalmente integrados, força essa sob o comando, à distãncia. Somos todos responsáveis por dar formação
pela primeira vez, de um almirante português. Tudo isto académica suficiente a quem serviu a Nação, e a quem
numa operação real, no Adriático, de importância a nível esta, na altura devida, lha não deu ou não pôde dar. Este
mundial. será um enorme esforço da Marinha e terá, necessaria-
mente, de ser um esforço do pessoal-alvo.
Cumprimos, como rotina se bem que de forma propor-
cionai aos meios de que dispomos, as nossas tradicionais Mulheres e Homens da Armada,
missões. Desde a salvaguarda da vida humana no mar, ao
exercício da autoridade marítima do Estado (que tanto Exorto-vos a que, neste dia nosso que comemoramos,
impacto económico, social e de segurança provoca) e às lhe concedam coesão, disciplina, empenho e trabalho. O
de índole cultural e de investigação científica. dela e vosso futuro disso necessitam. Saibam que zelarei
para que todos naveguemos num mar de ética e de
Empenhámo-nos no nascer das marinhas irmãs de África intransigente defesa dos nossos seculares padrões do
e somos militarmente agora mais credíveis, como atesta a ~botão-de-âncora ~. 9
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