Page 266 - Revista da Armada
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DA "MOEDA-
~ERCADORIA"
A "CONCHA-MOEDA N
o ouro, adorno inato do
Homem e dos Deuses, conheci·
do antes do bronze e do ferro,
cedo se tornou sinónimo de
poder e prestígio. Muito antes
de Creso, rei da Lídia, ter cu-
nhado no séc. Va.c. a 11 moeda
em ouro, já este era utilizado
em pagamentos vultuosos no
âmbito externo, tributos e res·
gales entre cidades e impérios.
No plano iII/enio, no quotidi-
ano popular, e mesmo no
comércio de retalho em so-
ciedades mercantis como a
Fenícia e a Grega, os pagamen-
tos faziam-se por troca directa
baseada em sistemas de equi-
valência entre diversos bens.
Na Grécia de Homero por
exemplo, 1 escravo valia 4 a 20
bois e 0.1 Mesopotâmia no séc.
VW a.c. troc.wam-se 120 L de
cevada por 3 peles de carneiro.
Estes sistemas de equivalên-
cia, já por si complicados, lor-
navam-se inexequíveis nas ~
taS entre comunidades muito
distantes. Estabeleceu-se então
uma relação ponderai entre os
"metais" e as outras mercado-
rias. Assim, por exemplo,l
Gur (unid./Mesopotâmia) = 8
gr. prata == 120 L cevada = 3
peles de carneiro.
O cobre foi muHo usado no
Egipto (Império Novo/lSOO
a.C.), a Mesopotâmia de Ha-
murabi preferiu a pra/ii, e na
Grécia (Esparta) deram a pri-
~zia ao ferro.
A semelhança dos metais, as
conchas, impõem-se como
objecto monetário, indepen-
dentemente do seu valor
intrínseco (adorno ou fetiche),
graças à sua 1/Iilf!cjabi/idnde
(fácil divisibilidade, contagem
e transporte) e durabilidade.
Os povos que adoptaram as Fi,..,Il:; - ColIChu ÚS C4rQibOlS . '"
conchas como unidade de troca 1- Stroonbus p /Jus L (Úlraa.tlsJ 2 - Spondylus icttricv:s Kimn (BrDSi/J J. CYJ'rDl'II dOMlOOl'ti Ptlllch (NJVm~mÚl)
4 - Aslntt photbW RorImg CCannhls) 5 - Tmbra tallrilJllligtfool (Grralhls) 6· Andl/Q linumli BtmrrJi (Bmil)
escolheram entre as existentes 7 - Am"d/Q lrrDSilul/IlI (BrDSi/) 8· MuftX Imult'llTlcosum ()Quturlbng (GrraQws) 9 -Milra htlmM R. & Bibbty (Hondunzs)
na região as que julgaram mais 10· VlISum C~5Sifr1rmt Kirrrtr (BITl5i/).
adequadas: o limbo no Congo,
o Wampum no Nordeste he1énica nos séc. VD e VI a.c..
Americano, o Cauri no Indo- Figurtl 6 - O ~:imbo" M~dll do Rri1lo do
Congo (O/iwllll 1IQIIIll.amaTck.J São moldadas em prata e elec-
Pacífico et. (Fig. 7). -E ~ /DrJs (di ÚIoJ1IdlI)~ os d~ tron depois em ouro. Ostentam
ntgroS U1l5 b\i::iIs ptIfIICQ ljUt 1IIiJ .. 1IIri::>rt5 esfinges de deuses ou outros
ljUt ~ ln!! ~ $1/4 0lSal. 1l1jUt dd thonam
AS P~/MEIRAS MOEDAS ·li!n!m~. 0f ljIIItis tm tmlI di Mmri:otIgo símbolos emblemáticos dos
METALlCAS wrnm PJr mcltI1/I; t d7up1en1ll deles d40 PJr lImIl respectivos Estados (Atenas,
gali1lha. t tre:m10f ru/tm uma C/2brQ.taAA 115 Aretusa, etc.L A primeira
As primeiras moedas metáli- 0IItn1s tIlIL.(jI$ segundo ... - moeda cunhada na Lídia, coló-
Du:I7ft f'a:M1!!'mln •
cas surgiram nas cidades gre- ,,2/3 ~.S;II<~ nia, da Ásia Menor, tinha
gas na 2 fase da colonização gravado o leão Micénico e foi
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