Page 337 - Revista da Armada
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NAVIOS DIFERENTES lDG ·Alfange~ e MAriete", que
chegaram a Bissau no dia 1 de
As LDG eram navios de Outubro de 1965, depois de
concepção muito diferente do lerem escalado as ilhas da
habitual, faclo que ao tempo Madeira, $.Vicente e Fogo.
constiluia uma inovação na Enquanto a LDG "Alfange"
tradicional arte de manobrar: ficou atribuída ao Comando
em vez da proa afilada dis- da Defesa Marítima da Guiné,
punham de uma porta de a lDG "Ariete" continuou
abrir, fundeavam a ré e uti- viagem com destino a Angola,
lizavam um cabo de aço em tendo saído de Bissau a 4 de
vez de amarra a suportar o Outubro e chegado a Luanda
ferro. no dia 20 de Outubro de
Eram navios de fundo chato, 1965.
com pouco calado e com fra- Alguns meses depois, no
ca potência motora, caracte- dia 27 de Abril de 1966 saí- Bissau com rumo a Moçam- cas adaptadas às necessidades
rfs ticas que se traduziam ram de Lisboa a LDC N(i_ bique, tendo escalado S.To- das lDG. foram os seus ofi-
numa grande dificuldade de mitarra" e a LDG "Montante", mé, Luanda, Moçâmedes, ciais que tiveram a iniciativa
manobra e que exigiam eleva- qu e fizeram uma viagem Walvis Bay, Capetown, Port de recolher informação sobre
da perícia manobre ira dos idêntica à das anteriores e Elisabeth e entrado em Lou- as condições concretas dos
seus comand antes. O ri gi- chegaram a Bissau no dia 21 renço Marques no dia 2 de locais de abicagem e de a
nalmente dispunham apenas de Maio de 1966. A lDG Agosto de 1966(2). reunir em verdadeiros rotei-
de artilharia de 20 mm, embo- "Montante" ficou atribuída ao ros, indispensáveis ao planea-
ra a realidade operacional da Comando da Defesa Marftima Nos diferentes cenários em mento e à execução das suas
Guiné tivesse levado à poste- da Guiné, mas no dia 6 Junho que actuaram e porque não missões.
rior instalação de artilharia de a LDG "Cimitarra" largou de havia informações hidrográfi- Durante cerca de 10 anos
40 mm nas unidades que as LDG da classe "A lfange~
prestaram serviço nesse terri- tiveram uma actividade inten-
tório. sa e constante, tendo-se torna-
Na sua concepção não foi do num dos símbolos mais
levada em devida conla que relevantes da eficácia do dis-
as suas guarnições iriam per- positivo logístico instalado.
manecer a bordo por longos Tiveram uma vida curta, mas
períodos, pelo que a sua ha- todas estiveram envolvidas em
bitabi lidade era muita pre- aturados trabalhos, garantindo
cária, com alojamentos escas- um inestimável apoio logfstico
sos e incómodos, sem venti- e operaciona l às forças mi-
lação adequada ou condi - litares da Guiné, do litoral
cionamento de ar. As suas angolano e da orla costeira do
superffcies eram essencia l- norte moçambicano.
mente planas e expostas ao Com O fim da guerra e com
sol tropical, fazendo com que o processo de descolonização
as temperaturas nos interiores que se desenvolveu em 1974
e nos exteriores se tornasse e 1975, foi superi ormente
insuportável. decidido que nenhuma das
quatro unidades regressasse a
As primeiras quatro LOG Lisboa e que fossem entregues
foram construfdas nos Esta- às autoridades nacionais dos
leiros Navais do Mondego e novos Estados.
entraram ao serviço em 1965.
A primeira recebeu o nome de LDG N ALFANGE"
"Alfange" e deu o nome à
classe. surgindo depois, suces- Prestou serviço na Guiné
sivamente. a LOG "Ariete", a desde 1 de Outubro de 1965
LDG "Cimitarra" e a LOG até 15 de Outubro de 1974,
"Montante" (1). data em que saiu para Cabo
No dia 9 de Setembro de Verde. Durante esse período
'965 largaram de Lisboa as LOC ""riete': operaçJodt>t>mb.1rquedasúllimosmillt;Jrl!$porftIgues(,$I'mLuandd de cerca de 9 anos em que
NAVIOS DA CLASSE " AlFANGE"
NAVIO IND CHAMADA !ND CHAMADA ESTALEIRO DATA DE AUMENTO DATA DE ABATI AREAS _
VISUAL RADIO HLEGRAf CONSTRUTOR AOfFfCT1VO AO EfECTIVO OE INTIRVENÇAO
ALfANGE LDC 101 CTIA ENM 4-).65 10-11 -75 GUINÉ/ANGOLA
ARlETE LDG 102 CTIB ENM 9-7-65 10-11-75 ANGOLNGUINt
C1M1TARRA LDG 103 CTle ENM 9·9-65 ) 1-)-75 MoçAMBIQUE
MONTANTE LDC 104 CTID ENM 1)·12-65 7-9-74 GUINt
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