Page 222 - Revista da Armada
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A Mar'nlta na 'or.a,ão



                               Prollss'onal C'v"



         As  novas formas de gestão de recursos                                         pronta por  parte  das  escolas
         humanos e da organização do trabalho                                           deste  Grupo,  nomeadamente,
                                                                                        em  áreas  funcionais  tão sen-
         produtivo concorrem, cada vez mais,                                            síveis para a ol>cradonalidade
         para a criação de importantes desafios                                         da  esquadra  como  a propul-
         no campo de formação profissional.                                             sào, a produção e distribuição
                                                                                        de energia,  a electrónica  e a
         A Marinha tem vindo a cooperar com                                             logística do abastecimento.
                                                                                          A extinção  da  EAM  não
         entidades civis no campo da formação                                           esvaziou,  assim,  de  conteúdo
         profissional através da sua experiência                                        a missào do G I EA, antes cons-
         em articulação com o potencial formativo                                       titui  um  estimulo  para  que  a
         dos seus estabelecimentos de ensino,                                           nossa  identidade, como  uni-
                                                             dade dedicada à formação, possa sair reforçada,  quer no âmbito
         designadamente os Grupos nºl  e nº 2                da Marinha,  quer  na  perspectiva  de  uma  maior  ligação  à
         de Escolas da Armada.                               sociedade Civil.
                                                              RA:  Sendo certo que a Marinha se encontra numa fase de ema-
         FORMAÇÃO DE CIVIS NO GRUPO N' 1                     grecimento de efectivos e, como lal, com menores necessidades
         DE ESCOLAS DA ARMADA                                de  fomlação, considera  existirem  condições  para o reforço  da
                                                              posição do G1 EA  no seio do sistema de formação da Marinha?
             m 1961, no quadro da  reorganização do ensino na Armada,
             foi extinta a Escola de Mecânicos fundada em  1935, em Vila   VF: Essa é uma questão muito interess.lnte, cuja  resposta se cen-
         Efranca  de  Xi ra, e  criado  o Grupo  NII  I de  Escolas da   tra  exactamente  no  eixo  de  um  projecto que  poderá  constituir
         Armada,  que engloba  presentemente  as  Escolas  de  Abas-  uma  boa  alternativa,  caso a extinção do ClEA  não venha a ser
         tecimento, Electrotecnia e Máquinas.                 decidida em  face dos ainda  indefinidos, mas certamente avulta-
           O Comandante  do  G1EA, (MG  Viegas  Filipe  (VF)  concedeu   dos,  custos que envolvem  o reordenamento do  parque escolar.
         uma entrevista à Revista  da  Armada (RA),  onde aborda a reali-  De  (acto, o quadro que  se perfila  no que  respeita  aos  recursos
         dade actual da Unidade.                              humanos  necessários,  na  categoria  de praças,  indicia  que  a
                                                              Marinha venha a recorrer em quantitativos cresceflles a pessoal
                                                              em regime de contrato.
                                                               Esta  circunstância  obriga  a cuidados acrescidos  no  tocante à
                                                              reintegração na  vida activa dos que  não optem pela carreira mi-
                                                              litar, conforme  previsto na  legislação própria que regulamenta a
                                                              prestação de serviço em  RC
                                                               Esta  é,  entrE'  outras,  uma  das  razões que  levam  a uma  clara
                                                              al)osta  da  Marinha  no sentido de  ver  reconhecidos  junto do
                                                              Ministério da  Educação  (ME)  e do  Instituto  de  Emprego  e
                                                              Formação  Profissional  (lEFP),  os  cursos  de  cariz  técnico·profis-
                                                              sional ministrados nas escolas do Crupo.
                                                               Por outro  lado, o processo  de  reconhecimento  será  segura-
                                                              mente  mais  facilitado  caso  seja  estimulada  a constituição  de
                                                              parcerias com  entidades  ligadas ao sector da  formação  profis-
         RA:  Agora  que a Escola  de  Alunos  Marinheiros foi  extinta  e a  sional, em áreas funcionais com afinidade com as escolas insta-
         formação  de recrutas  passou  para  a EF,  qual  é  a situação  do  ladas em Vila Franca de Xira.
         G1EA?                                                 Esta  lógica corresponde, estou  certo,  às  orientações  do
                                                              Almirante  CEMA  no  sentido de se  procurar  uma  maior  identi-
         VF:  Antes  de  mais,  gostaria  de  agradecer à  RA  a oportunidade  dade dos nossos  cursos, em  particular dos  que  têm  vocação
         que concede ao Gl EA  para exprimir perante a nossa corporação  profissional  vis  a vis  a estrutura curricular estabelecida para  os
         alguns  pontos de  vista  sobre a realidade  aClual  desta  unidade.  diferentes  níveis da  for-
         Embora a ex-EAM conferisse ao G I EA  ii visibilidade externa que  mação  profissional  a nível
         as  escolas de  formaç~o técnica  só  parcialmente  conseguiram  nacional.
         transmitir, o cerne da  missão  da  unidade sempre  passou,  no
         entanto,  pelo  processo de formação  que tem  lugar  nas escolas  RA: Poderá concretizar um
         técnicas aqui sediadas.                              pouco  mais a ideia expres-
           Não podemos esquecer que ao longo de mais de meio século,  sa, tipificando essa linha de
         a  Marinha  encontrou  nesta  unidade  plena  resposta  para as  acção?
         necessidades que se têm colocado no tocante ii formação técni-
         co-prática, de parte importante do seu pessoal.      VF: A linha de acção apon-
           As diferentes fases da evolução tecnológica l)Dr que pas5Qu  o  tada  está  subjacente  ao
         país e particularmente a Marinha, sempre encontraram  resposta  processo de  parceria  ence-  F(xnJaçJo  fI<I  Escola de EJectrotécniJ

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