Page 336 - Revista da Armada
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INSTITUTO HIDROGRÁFICO
Coordenação dos novos Faróis e Farolins
Coordenação dos novos Faróis e Farolins
da República Democrática de São Tomé e Príncipe
da República Democrática de São Tomé e Príncipe
o seguimento da assi- de Hidrografia, dirigido pelo
natura do protocolo de CTEN SEH Matos Madrugo, e
Ncooperação estabelecido do qual faziam parte os CTEN
entre os governos de Portugal e SEH Abílio Matias, 1TEN Mo-
da República Democrática de reira Pinto, técnico-adjunto de
São Tomé e Príncipe (RDSTP), hidrografia Neves Vieira, 1SAR
e integrado no programa qua- M Loureiro Almeida e CAB T
dro da Cooperação Técnico- Vieira Afonso. O Director-
-Militar Portuguesa, foi criado o -Técnico do sub-projecto,
Sub-Projecto 2C “Ajudas à Na- CTEN SEH Cola Duarte, acom-
vegação”. panhou toda a missão. Esta mis-
A fase de execução deste são permitiu a actualização das
sub-projecto teve início em cartas náuticas oficiais (CNO)
1993, tendo sido entregues em nº 321 a 323 da RDSTP.
20 de Setembro de 1994, os Para a realização do trabalho
primeiros faróis e farolins na de coordenação dos faróis e fa- Marco geodésico com sistema GGPS montado.
Ilha de S. Tomé. Em 30 de Ou- rolins, foram utilizados métodos
tubro de 1997 foram oferecidos clássicos, ou seja, partindo de drográfica de Angola e S. Tomé de coordenadas WGS84 em co-
ao Governo da RDSTP os últi- pontos de coordenadas conhe- (MHAST) recalculou as obser- ordenadas locais.
mos faróis, tendo-se terminado cidas foram medidos ângulos vações efectuadas, no elipsóide Com o objectivo de se obter
com esta entrega a parte de horizontais ou azimutais, ângu- internacional, tendo alterado a um conjunto de observações
identificação do projecto de si- los verticais ou zenitais e dis- origem para o marco Fortaleza. que permitissem uma ligação
nalização marítima. tâncias, tendo-se utilizado teo- Em 1951 foi criado um novo da rede local WGS84 à rede
Com o objectivo de se ob- dolitos electrónicos e distan- sistema de coordenadas carte- mundial do mesmo sistema, foi
terem as coordenadas das aju- ciómetros de luz infra-vermelha sianas, com origem no marco construído, na muralha NE da
das à navegação criadas pelo para as respectivas observa- Fortaleza, para a execução dos Fortaleza de S. Sebastião, um
projecto de cooperação técni- ções. levantamentos hidrográficos da pequeno pilar que permitiu a
co-militar referido, foi solicitado Nos locais em que não era Baía de Ana Chaves e de Fer- fixação dum suporte de antena
pela Direcção-Geral de Política possível a utilização de méto- não Dias. Por fim, em 1955, a GGPS. Neste ponto foram efec-
de Defesa Nacional, ao Estado- dos clássicos, foi utilizado o MHAST decidiu que o sistema tuadas observações que abran-
-Maior da Armada, a colabo- Sistema de Posicionamento de coordenadas locais da Ilha geram um período de nove dias
ração do Instituto Hidrográfico Global Geodésico (SPGG/ de S. Tomé, deveria ter como consecutivos. Estas observa-
(IHPT). GGPS), que utiliza a conste- origem o marco Pico, tendo ções, em conjunto com os da-
Para a execução dos traba- lação de satélites do sistema sido nesta rede que se base- dos obtidos nas estações fixas
lhos solicitados, o IHPT deslo- GPS e receptores de dupla fre- aram os cálculos das observa- de observação contínua GPS,
cou no período de 11 de Feve- quência. Estando um dos recep- ções clássicas agora efectuados. da rede do Internacional GPS
reiro a 4 de Março de 1998, um tores instalado num ponto de A rede geodésica da Ilha do Geodynamics Service, irão per-
grupo de trabalho da Divisão coordenadas conhecidas, são Príncipe foi estabelecida nos mitir a ligação à rede mundial.
obtidas com uma exactidão mi- anos de 1929-30, sob a direc- Esta ligação cria linhas de base
limétrica as coordenadas das ção do, ao tempo, CTEN João de comprimentos de vários mi-
restantes estações. Capelo, tendo os cálculos se lhares de quilómetros, envol-
As redes geodésicas que ser- baseado no elipsóide Interna- vendo cálculos efectuados em
viram de base aos trabalhos cional com datum no marco software especializado, não
realizados nas duas ilhas, S. Papagaio. Foi também criado estando ainda concluídos. A
Tomé e Príncipe, foram estabe- um sistema de coordenadas elaboração desta ligação vem
lecidas em períodos diferentes, cartesiano com o mesmo da- confirmar a capacidade do
tendo existido algumas altera- tum. Os cálculos nas observa- IHPT de obter, com os equipa-
ções no caso da rede da Ilha de ções clássicas agora realizados, mentos agora utilizados, novas
S. Tomé. na Ilha do Príncipe, foram ela- redes locais WGS84 ajustadas à
Assim, em 1918, sob a direc- borados com base nesta rede. rede mundial em qualquer
ção do, ao tempo, CMG Gago Conforme já referido ante- parte do mundo.
Coutinho, foi calculada a rede riormente, foram efectuadas Esta acção, realizada num
geodésica da Ilha de S. Tomé, observações GGPS em algumas país de parcos recursos, como a
no elipsóide de Clarke (1866) ajudas à navegação bem como RDSTP, obrigou ao transporte
com datum no marco Pico. em vários marcos de ambas as de grandes quantidades de
Foi também criado um siste- ilhas, tendo-se obtido uma rede material a fim de salvaguardar o
ma de coordenadas cartesianas local WGS84. Estas obser- necessário apoio logístico.
mantendo o mesmo datum. vações permitem ainda obter os Devido ao facto do único
Coordenação de farolim. Posteriormente, a Missão Hi- parâmetros de transformação acesso possível à maioria dos
10 NOVEMBRO 98 • REVISTA DA ARMADA