Page 11 - Revista da Armada
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Na ilha de Luanda, em 1906, um oficial da DlvlsAo Naval do AIIAnrico Sul toma al/uras do Sol usando um horizonte artificial de mercUrio. Outro
oficial enche uma «cuvetle» com aquele fluido. enquanto um terceiro toma no/a das al/uras obselVadas (f% do Museu de Marinha).
Horizontes artificiais
o horizonte artificial é um dispositivo que permite a
observação dos astros quando não é possivel utilizar o
horizonte do mar. Ponde de parte os dispositivos que fo-
ram adaptados aos instrumentos de medida, como acon-
tece no bem conhecido sextante de Gago Coutinho, no
primeiro quartel deste século eram ainda usados superfí-
cies reflectoras que, em terra, permitiam a determinação
da altura dos aslros.
,
~ Cuvette ~, caixa de protecçAo II frasco metA/iro para guardaro f1I6rr;;,;-
rio do horizonte IIxisten/e no Museu de Marinha.
para que o venlo não alterasse a superfície Ifqutda. Este
dispositivo foi pela primeira vez descrito em 1748 por
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George Adams, famoso fabricante de instrumentos em
Inglaterra.
• • ALTUAA DO ASTAO Para o mesmo efeito, foram também usados espe-
, lhos ou superfícies de mármore negro que se mantinham
na correcta posição horizontal por meio de níveis de bo-
O princípio é elementar: se medirmos, com um sex- lha ou até utilizando um fio de prumo.
tante, o ângulo entre um mastro e a sua imagem numa O Museu de Marinha conserva nas suas colecções
superfície espelhada que se mantenha rigorosamente um horizonte artificial de mercúrio, constituído por cuvet-
horizontal, basta dividir por dois o valor daquele ângulo te, caixa de vidro e frasco metálico onde é guardado o
para se obter a altura do astro. mercúrio depois de utilizado.
O mais vulgarizado horizonte artificial era constituído
por uma cUllette onde se deitava mercúrio e que se tapa- A. Estácio dos Reis,
va com uma caixa, sem fundo mas com paredes de vidro, cap.-m.-g.
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