Page 408 - Revista da Armada
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Em busca




             do




             passado

















                    Um aspecto parcial das 8SC8VaçWs
                          QtJ6 56 estio IJ realizar em                i
                             Ayudhy8, na TlÚISndia
                Em visita que fizemos recentemente a Banguecoque,   Portuguet», tendo sido já descobertas três igrejas cons-
             fomos convidados pelo embaixador José de Mallo Gou·   truidas por portugueses. Estes foram os primeiros euro-
             veia, cuja residência é uma antiga feitoria portuguesa be-  peus a chegar ali, vindos de Malaca. Sete anos mais tar-
             lamente recuperada.                                 de foi assinado um tratado entre os dois parses, cujas re-
                Devido  ao  seu  enorme  entusiasmo  o  embaixador   lações se mantiveram excelentes.
             tem  vindo a desenvolver um trabalho arqueológico em   Agora  que  Portugal está praticamente  reduzido  ao
             Ayudhya, antiga capital da Tailândia, graças ao apoio fi-  seu território europeu, a valorização histórica da nossa
             nanceiro da Fundação Calouste Gulbenkian e a colabo-  presença no Ultramar é  um acto de elevado significado
             ração do arquitecto KoI de Carvalho.                histórico-cultural. É por isso que quero deixar bem paten-
                Para mostrar os resultados das escavações, está pa-  te, para conhecimento  e  satisfação dos que  me  lêem
             tente ao público, na antiga feitoria, uma exposição com   que, além de ser importante a acção que está a ser toma-
             inúmeros documentos fotográficos. O próprio embaixa-  da  Relo  embaixador  Mello  Gouveia,  ela  constitui  um
             dor conduziu-nos  ao longo dos trabalhos  realizados  e   exemplo que deve ser seguido por esse mundo que os
             dos sucessos alcançados que, aliás, estão contidos num   portugueses criaram.
             belo e bem ilustrado catálogo.
                O srtio em Ayudhya onde estão a ser feitas as esca-                             A. Eslácio dos Reis,
             vações  estende-se por uma área conhecida por .. San                                         csp.-m.-g.




             «Os  Homens do  Mar»


                A  boneca da  Durande ua particular-  Ihierry na jane/a  valia  um sinal.  Quando   fez vender todos os terrellOS.  Todo aquele
             mente cara a Mess  Lethierry.  Tinha reco-  o viam na jane/a das 8 ravies acender o ca-  espaço está ocupado, hoje em dia,  por te-
             mendado ao carpinteiro que a fizesse bem   chimbo, já lodos diziam: O barc:o a vapor   lheiras de quebradores de pedra.
             parecida  com  Deruchette.  E parecia-se a   está ti vista.  Uma fumaça anunciava a ou-
             machado.  Era  um  cepo.  forcejando  por   tra.
             parecer uma bonita moça.             A  Durande, quando entrava no porto,
                Este cepo,  ligeiramente disforme.  ilu-  amarrava o cabo, mesmo por baixo das ja-
             dia  Mess Lethierry.  Considerava-o com a   nelas de Mess  uthiury, a um forte arga-
             contemplação do crente.  Estava de boa fé   néu de  ferro,  chumbado no roda-pi das
             diante daquele mono.  ReconheciD perfei-  8ravies.  Nessas  noites dormia  Lathierry
             tamente nele a sua querida Deruchetle. t,   noseu catre, c6(no um abade, sentindo, de
             pouco mais ou menos assim, que o dogma   um lado,  Deruchetle adormecida,  do ou-  Dt!_OJHomt!/Udo Mar,..
             se assemelha à verdade,  e o idolo a Deus.   tro, a Durande amarrada.   Ediçdo de _Jardim do Povo» (Bib/iOlua
                Mess Lethierry linha duas 8randes ale-  O sItio da amarração da Durande era   Econ6mica). Lisboa, 1866.
             grias por semana: uma à tuça-feira, e ou-  próximo  da  sineta  do  porto.  Diante  da   (Obras de Vltor Hugo, t!mportuguls. eSldo
             tra  ti sexta.  Primeira alegria. ver partir a   porta das 8 ravies havia um pequeno cais.   ctmwr('Ír,fiulIllIs "tolas .. diwrll.f Al/lIIull'
             Durande;  segunda.  vi-la chegar.  Punha-  Cais,  8ravées, casa, jardim, marinhas   Lt:llos, Ci~ilizaçdo e Europa-Amlrica)
             ·.1'/' ti 1'(111('//1,  {'(lIIfemphlllll llslla (Jhm I' ,f/'II-  bordadas  de  sebes,  até  mesmo  a  maior   (Fala do St!fviço dI' Documt!l1Iaç60
             tia-se feliz.  Há o quer que seja disto no Ge-  parte das habitaç6es próximas, já hoje não   do _ Didrio dt! Noticias_
             nési~. EI vidil quod esse bonum.   existem.
                A  sexta-feira,  a presença de  Meu u-  A exportação do granito de Guernesey  ••••••••••••••••••••
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