Page 240 - Revista da Armada
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transformaçl1o,  a  nl!cl!ssidadl!  dt  ainda há pouco, pensava como n&s, agia   caso era outro, felivnente.  Nilo se tra-
            conservar-se, de manter, a troco de lutas   livremenrl!,  sonhava,  delirava,  ruor-  tava de uma  vida,  mas sim de uma Mia
           ferozes, a espécit t m que se reproduzem  dam,  vivia  enfim.  e  que,  agora,  se   que o cOl1umdante.  para experimentar.
            constantememe?                    debatia nas ondas, prestes a submergir-  havia  lançado d água.
               Um  mistüio  que  nenhuma  teoria   -se de fadiga,  de  pavor,  ou nos dentes   Salvámos a b&ia.  Mas os devaneios
            explica,  mistério  ...           acerados dI!  um  tubarilo ...    do nosso esp(rito, as interrogoçlJtS que.
               Neste momemo, uma paragl!m súbi-  E I!ssa  vida,  esse tesouro de pt!ifei-  desde o seu berço,  a Humanidadl!  vem
            ta  de  tudo  o  qUI!  I!m  n&s  pensa~'Q  e   çlJes qUI! Deus construiu I! que ninguém,  formulando, ficaram, mais uma vez sem
            circulat.'Q trou.:u-nos brutalmente d rea-  nem sábios nem anistas saberl10 upro-  resposta ...
            lidade  crua  das  coisas terrenas.   duzir,  estava  ali  d  mercê  de  um  erro   ApreluJemos, no entonlO, o demorar
               Soou pelo fUlVio fora o grito far(dico   nosso que tlUlo aniquilasse ou, para que   mais um pouco a dose de  vida que cabe
            de  "Homem  ao  mar!»             essl!  coroçl1o  conrinuasst  o  pulsar.   ao conjunto dos 1I0SS0S seme/1ulIItes.  E
               Sensaçl10  terrivel  de  responsabili-  dependente  de  uma  sábia  I!  rápida   tivemos oponunidade de tirar proveito
            dade quando,  conduzindo o  quano na   manobra  qUI!  permitisse colhê-Ia  rapj-  da  liçdo! ...
            ponte, se contempla, absono e medira-  damenlt! ...
            tivo,  essa Naturt!1.a  de mistérios inson-  -  Olhe  que  é  uma  Mio.  senhor
            dáveis  e,  naquele  dia,  de  tl10  doces   guarda-marinha  -  segredou-nos  o
            quietaçlJes ...                   IIomem  do leme.                                (ln  "No MurnlQ da  lI" com ••
               Tratava-se da  vida  de alguém qut.   Soltámos  um  suspiro  de  aUvio.  O   dI!!  IIl!!n riqul!!  Tmmssos  Valdl!!l,)



                                                                           Filatelia









            AS NOVAS EMISSÕES DE SELOS PORTUGUESES

            EUROPA 1988 - Melas de Trans-                                        1864,  fim  à  actividade daquela dili-
            porte e  Comunicações                                                gência.
               Grande podia considerar-se, até
            há  algumas  décadas,  a  distância                   80.               Para  os  Açores  -  Carrio  da
            entre localidades, principalmente se                                 Ilha de Sio Miguel -  Nos Açores
            não eram  ligadas  por vias naturais                                 a correspondência era, de meados
            de  comunicação.  Até  ao  aparecI-                                  do  século  passado  até  ao  InIcio
            mento do comboio, veIculo que teve                                   deste, transportada em carroças, em
            muita influência na vida dos povos,                                  conjunto  com  produtos agrfcolas e
            quase se não sala do lugar onde se                                   outras mercadorias, mas havia tam-
            havia nascido; quanto ao transporte  carros  que  são  hoje  pertença  dos   bém, nas principais localidades, um
            de correio, ele começou a fazer-se a  Correios,  e  um deles  foi  escolhido   tipo próprio de carro, conhecido por
            pé,  mas,  em  tempos  que  podem  para  ilustrar este  selo.  Fora  usado   carrão.  Era  um  veIculo  de  quatro
            considerar-se já bastante recuados,  entre  Lisboa  e  Porto,  de  1855  a   rodas,  puxado  por duas  ou  quatro
            carros  puxados  por  animais  foram   1864, e era constitufdo por uma ber-  muares, capaz de transportar dez a
            encurtando  os  caminhos  que  hoje  linda com imperial. Dispunha de dez   doze passageiros e alguma merca-
            são, em função dos meios de trans-  lugares, sendo quatro de 1.·  classe,   doria.  As  rodas  dianteiras  eram
            porte actuais,  curtos.           no interior, e seis de 2.·, distribufdos   móveis e mais baixas, o que facili-
               Os  cn,  chamando  a  nossa  por  dois  bancos  no  exterior.  Nos   tava a manobra. Efectuava carreiras
            atenção para alguns meios de trans-  bilhetes  era  escrito  o  nome  do   regulares entre Ponta Delgada e as
            porte ligados à história postal, emiti-  viajante, a data da viagem e o peso   localidades das costas norte  e sul.
            ram três selos de 80$00, um para o  da bagagem que não podia ultrapas-  De botas altas, jaqueta e colete,
            Continente  e outro  para cada  uma  sar  15 quilos.
            das regiões autónomas. t: a emissão   Ao carro eram atreladas duas ou
            que,  há  muitos  anos,  se  realiza  três parelhas de cavalos que, ao lon-
            num  grupo de  parses,  denominada  go dos 300 quilómetros, durante 34
            EUROPA (CEPT).                    horas de viagem, eram mudados 23                       80.
                                              vezes, Porque a diligência se movi-
               Para  Portugal  Continental  -  mentava  entre  o  Carregado  e  o
            Diligências  de  Mala-posta  -  No  Porto, o transporte entre Lisboa e o
            Telheiro  do  Infante  do  Palácio  da  Carregado era feito  de barco.
            Ajuda encontravam-se quatro destes   O comboio pôs, a 7 de Julho de

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