Page 169 - Revista da Armada
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a costa de Portugal, aproveitando os
ventos favoráveis reinantes.
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Em Lisboa, conhecido o evento por
comunicação do .. Lima,., as autoridades
navais eram insistentemente pressionadas
pelas embaixadas Britânica e da Argen-
tina para que fizessem tentativas de
salvar os náufragos perdidos nas duas
embarcações procuradas em vão pelo
.. Lima,.. Apesar da Marinha entender que
os aviões do comando costeiro de Gibral-
tar ofereciam melhores condições para
o fazer, o major-general da Armada aca-
bou por aceder e deu ordens para que a
A viação Naval iniciasse buscas nesse
sentido. A proa do _Pedro Nun~s. quando alistaram a ba/uira do _A'1/a Sta,..
Estudado o esquema de busca mais
adequado, preparam-se seis hidroaviões tamente por isso, apenas dois dos aviões úhima embarcação que faltava, foi pes-
.. Grumman 0-213,., atestados de gaso- empenhados nas buscas foram designa- quisar em tomo do local, sem resultado.
lina, e tendo a bordo latas de bolachas. dos para essa missão. tendo perdido o contacto com o primeiro
cantis com água, pensos e alguns medi- Constituindo uma secção, descola- avião, dadas as más condições de visi-
camentos para serem lançados junto das ram do Tejo pelas 07.00 horas do dia 22 bilidade.
baleeiras, no caso de serem encontradas. e, cerca de cinco horas depois, avista-
Os aviões descolaram do Tejo na ram uma baleeira com náufragos. nave-
ENCONTRADOS OS ÚLTIMOS
manhã do dia 17, efectuando a busca em gando à vela, quase sem vento e ao rumo
NÁUFRAGOS
linha a fim de cobrirem a maior frente E, que se verificou ser a nO. 2 do .. Avi la
possível. Regressaram à base após sete Slar,.. A visibilidade era bastante redu-
A alegria dos náufragos era mani-
horas e meio de voo, sem qualquer zida, pelo que, SÓ voando a baixa altitude
festa. Recolheram sofregamente os vo-
resultado. como fora feito (20/30 m), a podiam ter
lumes lançados do avião e ajoelhavam-se
Nos dias 18 e 20 voaram os mesmos avistado. Junto da baleeira boiava o
dentro da embarcação agradecendo com
seis aviões 8 horas e 15 minutos e 6 horas cadáver de um náufrago.
abraços e beijos aos tripulantes do avião,
e 35 minutos, respectivamente, também Um dos aparelhos ficou voando
gestos a que estes correspondiam tam-
sem resultado. sobre ela e lançou ao mar, nas suas
bém com alegria.
Os aviões tinham já pesquisado uma proximidades, latas com bolacha, cantis
O comandanle da secção deu ordem
vasta área na zona do Atlântico onde se com água, pensos e medicamentos, tudo
julgava mais provável encontrar as embrulhado em coletes de salvação para para que os aviões se encontrassem·
acima das nuvens. o que fizeram. deter-
baleeiras. As esperanças eram já poderem flutuar. Atirou-se também uma
minando a posição exacta. por rectas da
escassas. No entanto, antes de desistir, carta marítima com a posição em que se
altura do Sol e azimutes dados pela
resolveu o major-general da Armada, de encontravam e a indicação de que
acordo com os comandos da A viação permanecessem no local, ou navegassem estação do Montijo, que transmitiram
para Lisboa-34° 00' Ne 11 ° 45' W.
Naval. mandar pesquisar mais uma zona para E porque um navio de guerra vinha
Regressaram à base após oito horas de
onde, apesar de remota, se admitia a de Lisboa recolhê-los. O segundo apa-
possibilidade delas poderem estar. Exac- relho, porque constava andar pertO a '00.
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Entretanto. em Lisboa. o major-
-general da Armada ordenava a largada
urgente do aviso .. Pedro Nunes,.. a qual
teve lugar às 18.00 horas. O navio seguiu
à máxima velocidade para o local. alcan-
çando-o pelas 17.00 horas do dia 23.
Para lhe facilitar a missão. seis
.Orumman,. dirigiram-se para o local.
alingindo-o sensivelmente à mesma hora
e, sem terem avistado a baleeira, mas
tendo sobrevoado o .Pedro Nunes,..
regressaram à base com 7 horas e 45 mi-
nutos de voo.
-~ - encOnlrar a baleeira. recebeu ordem da .
O navio. após ter comunicado não
A oo/uira da _A,·ito Stor. que foi alútado pt/o hidroavit'Jo do Cenfro de Al1a(do Naml dI' Lisboa. major-general da Armada para efectuar
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