Page 171 - Revista da Armada
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encontra na Junqueira. Foi, sem d(lvida, o ra comandarem as galés do rei. Mas, aocon·
mais imponante mestre de instrumentos cha- trário da versio tradicionalizada, esse corpo
mados de matemática que houve no nosso de marinheiros nunca veio para Portugal, da-
pars no s&:uJo XIX. das as peri~ias da polftica genovesa, então
Jacob Haas morre em 1828, sendo subs- cercada por mar e terra pelos gibelinos. Isso
titufdo JXlr seu sobrinho João Frederico Haas. terá levado D. Diniz a confiar a direcção da
que ali se manteve até 186S. data em que a guerra no mar, em 1319, aos antigos templli-
oficina foi extinta por ser considerada de pou- rios, cuja capital foi transferida de Tomar pa'
co interesse para a Marinha. Criou-se enllo ra Castro Marim, peno do mar, donde
uma oficina de instrumentos rmuücos no Ar- partiam as galts da Armada real.
sena) de Marinha, tendo Frederico Haas ven- Referiu ainda o orador que é o papel dos
dKlo as femunentas c materiais que possuía. cavaleiros de Cristo na guerra do mar que e ... ·
ficando a dirigir a nova orlCina até 1872, ano plica que o emblema dos navios dos desc0-
em que faleceu. brimentos seja a Cruz de Cristo, e que O
No dia 21 de Março. o professor Jost administrador- apostólico da Ordem, Infante
Hennano Saraiva apresentou uma comunica- D. Henrique, tenha desempenhado aoçAo tio
ç40 subordinada ao título .A Guem Naval notável na condução de toda a actividade ma·
e a Gtnesc dos Descobrimentos_. rflima do s6culo XV. Assim, na sua primei·
Depois de sumariar O debate j4 dúsico ra faseeaté ii viagem de Gil Eanes em 1434,
na historiografia nacional entre as leses es- a e ... pansão marítima tem o carácter de acções
• piritualista e economicista sobre a origem dos da Armada ponugucsa na guerra contra o is-
descobrimentos maritimos ponuguCSC$, afir- lão. O papel do Infante D. Henrique foi o de
mou queessa allemativa esquece as fontes d0- reconvener essa actividade essencialmente
cumentais que atribuem a maior importAncia militar numa exploraçio cientifica sistemá-
às razõcs de ordem militar. tica do litoral africano, para além dos limi-
Segundo sustentou, o tenno da reronquis- tes em que ele era conhecido da navegaçllo
la do território. resultante das campanhas de corrente.
D. Afonso m no Algarve, não significa que
então tenha tenninado a guerra entre Ponu· Desse modo, concluiu, na sua origem a
gal cristão e o Islão. Pelo contrário. tenni· expansão marítima não é, nem mercantil nem
nada cm terra. ela recrudesceu no mar. e aventureira. mas insere-se no grande conjunto
obrigou a uma intensa actividade marltima das operações militares que opunham os mun-
que está amplamente documentada para a dos hoslis da cristandade e do Islllo.
Epoca de D. Diniz. é para conduzir essa guer- Todas as comunicações foram seguidas de
ra que se contrata, em 1317, o genovb Ma- animados debates em que intervieram acadé-
noel Pessanha, que se obrigou a manter ao micos e assistencia, sendo depois encerradas
serviço vinte tknicos da guerra no mar, pa- as sessões pelo presidente da Academia.
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NOTICIAS OA MARINHA ANFíBIA
CORPO DE FUZILEIROS (CF)
FORÇA DE FUZILEIROS
DO CONTINENTE (FFC)
Em 23 de Fevereiro passado, comemo-
rou-se mais um aniversário da recriação dos
Fuzileiros na Annada (24FEV6I), sendo o
312.° desde a sua existência (1618) com a
designaçio de «Terço da Annada da Coroa
de ponugal •.
Revestidas de simplicidade, que o tempo
de austeridade recomenda, mas com a digni-
• dade que a evocação representa, as comemo-
ntÇÕC5 dccorTCram, de IS a 21 de Fevereiro,
com O desenrolar de competições dcsponi-
'Ias entre os militares das unidades do CF e
culminaram. em 23 de Fevereiro, com uma
ccrim6nia militar, antecedida da deposição de
uma coroa de flores no monumento 110$ fuzi-
leiros monos em campanha e da cclebraçio
de missas nas capelas da EF e FFC, por in-
tenção dos fuzileiros falecidos. •
Da cerimónia militar, que reuniu em for- A~t:tD da ctrim6tUo ~'" <iI'~ I. roIocodo _ coroo d~ fWrts ) /UI/O DO __ '0 do fidlril"l).
matura na parada da FFC Iodas as unidades
do CF sob o comando do capArag. FZ Vi- dora do conjunto de competiÇÕC5 desponivas Ao passado - -.significado e riqueza his-
dai Resende, com a panicipaçio da banda do - EF. lórica da dataa:
Armada, constou uma homenagem aos mor- Seguidamente o comandante interino do Ao presente - .dignifieação da classe e
tos em campanha. imposição da medalha de CF, cap.-m.·g. FZ Oliveira Monteiro, que perspectiva abena aos futuros oficiais FZ's
coragem, abnegação e humanidade (Instituto presidiu às comemor8ÇÕCS, proferiu wna alo- prevendo o novo Estatuto dos Militares que
de Socorros a Náufragos) ao I.o·mar. FZ euçio iIs forças em parada tendo-sc referido O cargo de comandante do CF seja desempe-
Aroeira c entrega do troféu ii unidade vence- nomeadamente: nhado por um c/alm .. embora condicionan-
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