Page 285 - Revista da Armada
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sciro, engenheiro chefe dos serviçOS tá:nicos,   capitães e marinheiros que daquela região vie-
           eng.  Alves e chefe de cerimónias D.  Maria   ram guarnecer as caravelas e naus que deram
           João.                             '/Ovos mundos ao mwuio.  Por ali  passaram,
              Todas as diligências tiveram o patrocínio   deixando um rasto de devastação e pilhagem.
           e aprovação do almirante Andrade e Silva,   as tropas de Napoleão comandadas  por Ju-
           Chefe do Estado-Maior da Armada. Os bron-  no( que invadiram a penfnsula e se dirigiam
           zes  foram  fundidos  no  Arsenal  do  Alfeite.   a Lisboa. é. curioso assinalar que devido ao
              Altm destes bronzes e por iniciativa pes-  atraso causado  pelas  pilhagens.  a esquadra
           soal do dr. J.  Prior e apoio do ex-Chefe do   que levava o Rei e a Corte para o Brasil, te-
           Estado-Maior da  Annada,  almirante  Sousa   ve ensejo de se fazer ao largo. Os invasores
           Leitão, linha sido posta, no terreiro onde se   apenas conseguiram alvejar. sem resultado,
           encontra erigido o monumento. uma grande   alrás,  os últimos  navios da esquadra.
           Ancora.  tipo almirantado, com alguns metros   Aconselhamos  os  nossos  leitores,  que
           de amarra.                        passem peno. a subir ao monte onde está im-
              Eslá pois concretizada a ideia do dr. Prior   plantado o monumento, pois ndo se arrepen-
           de marcar ali a presença da Marinha, duran-  derão.  A vista t  maravilhosa!
           te as  comemorações dos .500 anos dos Des-  (Sobre o monumento pcxIe ver a Revista
           cobrimentos. é. uma homenagem também aos   da  Annada  n. o   151/Abril de  1984) .
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           JORNADAS MEDICAS

              De 18 a 20 de Junho passado, realizaram-
           -se. nas instalações da Academia de Marinha,
           as Primeiras Jomudas Internacionais Cardio-
           vasculares  da  Marinha.
              Na abenura da sessão, o director do Ser-
           viçode Saúde Naval, dalm. m6dioonaval Fb-
           lix António, estando presente o ministro da
           Defesa  Nadonal, que presKliu,  o represen-
           tante  do  ministro  da  Saúde.  o  Chefe  do
           Estado-Maior-General das Forças Armadas,
           o  Chefe  do  EstaOO-Maior  da  Annada.  o
           baStonário da Ordem dos MédiCOS,  e outras
           individualidades militares e civis. designada-
           mente  eminentes  figuras  cio  meio  m~ico
           nacional  e  de  alguns  palses  estrangeiros.
           pronunciou um diseurso no qual estão eonti-
           das algumas passagens  referentes às Forças
           Annadas, li Marinha e ti SaLlde do Pafs, que
           merecerwn caloroso aplauso dos assistentes,
           das quais  transcrevemos:
              ( ... ) .Estas 'Primeiras Jornadas Cardio-
           vasculares da  Marinha', tal como outras, rea-
           lizadas  em  anos  anteriores,  no  campo  da
           Onopedia,  sobre anoplastia  total  da anca e
           anroscopia,  pretendem fazer o ponto da si-
           tuação de matérias médicas de grande actua-
           lidade,  de  marcado  interesse  cientffico,
           técnico  e  prático,  desta  vez  nas  áreas  da   o c/aún. mldico ,,,JI'(.II FlIU AlIldftio, qNOrWo pro-
           Cardioangiologia,  tanto  na  venente  de   nunciol"a  Q  JWD ronft'flncia  f/OIO  d~ R~i1\(Jldo d~
                                              Can'(.lIJw}.
           prevenção  como  na  de  intervenção,  e  da
           medicina hiperbárica,  para as quais a Mari-
           nha está  paniculamlente  vocacionada~.   visão e o avi~ emendimento, curiosamente   E depois de agradecer a presença das vá·
              ( ... ) .Mas porque O viver e O apresentar   provenientes de um  rei espanhol.  de que os   rias entidades e em especial as do ministro
           o presente e o encarar e perspectivar o futu-  marinheiros  deviam  ter  o  seu  hospital   da Defesa, representante do ministro da Saú-
           ro não devem implicar o abandono e o olvi-  próprio •.               de e bastonário da Ordem dos Médicos, ter-
           do do  passado,  principalmente quando este   Depois de fazer a história do hospital att   minou  desta  maneira  a  sua  brilhante
           é nobre em tradições,  frutuoso  em  factos  e   li sua  inauguração,  em  1806,  -onde se  tem   exposição:
           rico em ensinamentos, e att porque é meu en-  mantido, com sucessivas obras de beneficia-
           tendimento devennos estar solidamente liga-  ção, acrescentamento e modernização, lUé aos   _E,  sendo a saúde  factor essencial  para
           dos ao que nos precede,  para que possamos   dias  de hojeoo,  afioua:  -Mas já antes  dessa   o bem..estar e o progresso  das  populações,
           ir mais altm e avançar confiadamente no fu-  inauguração, mais precisamente em  1798, se   sem os quais não pcxIe haver nação prospera
           turo,  pennitam-me que,  ainda que em bre-  iniciaria a actividade pioneira da Marinha no   e pátria engrandecida, valores e oonceitos es-
           ves pinceladas, lhes d~ a conhecer um pouco   campo da  medicina  nacional •.   ses que consideramos inalienáveis e que nos
           dajá longa história do Serviço de Saúde Na-  Refere em seguida as  actividades de vá-  sio muito caros, a nós médicos, a nós Saúde
           val, dcsignadamente do seu velho Hospital de   rios e ilustres médicos navais, nomeadamen-  Naval.  a nós Marinha,  a nós  Forças Anna-
           Marinha. a aproximar-se dos dois séculos de   te: Teodoro Ferreiro. de Aguiar,  Bernardino   das,  poderão os ponugueses estar cenos da
           e.tistência, por onde passaram vultos dos mais   António Gomes (pai e filho), António Maria   nossa pennanente disponibilidade,  no âmbi-
           eminentes da medicina portuguesa, alguns de-  de Lencastre. Francisco Xavier da Silva Te-  to das  nossas capacidades e das nossas pos-
           les pioneiros em Ponugal de cenas activida-  les,  Aires  Kopke,  Jost  António  de  Maga-  sibilidades,  para  contribuirmos,  com
           des  médicas  e  alé  mesmo  de  algumas   lhães, Manucl  Máximo Prates, Jodo Fraga de   humildade,  mas com  interesse e detennina-
           especialidades clfnicas, como irão ouvir em   Azevedo, etc.  Muitos destes médicos foram   çio, para esse esforço colectivo, em prol da
           seguida  •.                       noláveis tanto a nível  nacional. como no es-  sua saúde, e, consequentemente, do seu bem-
              C  .. ) «Já  nessa altura havia a esclarecida   trangeiro.        ..estllr e do seu progresso •.
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