Page 294 - Revista da Armada
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m Nota de Abertura
Dia da Marinha
ãO é a primeira vez, e não será certa-
mente a última. dada a pouca impor-
N tância que no nosso pais se dá aos
órgãos da Imprensa Militar, que ventilamos es·
ta questão que, por mais que façamos por is-
so, não nos entra na cabeça.
Trata-se dos dias do ano que são dedica·
dos a isto e àquilo ... Há o da Mãe, o do Pai,
o do Bombeiro, o da Liberdade, o do Trabalha-
dor ... não faço ideia se os 365, ou 366 de qua-
tro em quatro anos, estarão todos preenchidos.
Partindo da hipótese que não, pergunto a T:r-~~ •• -
quem de direito - sim, porque há-de haver al-
guém que superintenda no caso - , porque ha-
vemos nós de juntar alguns que, de per si,
justificam plenamente um em exclusivo?
É o caso, a meu ver incompreensível, de co- ção Naval do Bom Sucesso, ter sido nomeado
memorarmos num mesmo dia três coisas tão para ir almoçar a um quartel de cavalaria
importantes: Portugal, Camões e as Comuni- localizado em Belém. E lembro-me também que
dades Lusíadas. E por que não um dos 365 ou foi um agradável convívio, onde se estabele-
366, para cada um? ceram diálogos muito interessantes para nos
Outro caso, este a dizer-nos respeito, é ser conhecermos melhor.
o Dia das Forças Armadas comemorado em si- Quanto ao segundo caso, e para não me-
multâneo com um dos três ramos, alternada- ter a foice em seara alheia, pois cada um sabe
mente_ Porque não. se houver vaga no de si, diria que o Dia da Marinha devia englo-
calendário, um dia para as Forças Armadas e bar tudo quanto cheire a maresia, ou se ja: AI-
Militarizadas e, se ainda houver vagas, um pa- mada (nome que prefiro a Marinha), a Marinha
ra cada um dos ramos? Mercante, as Pescas, a Marinha de Recreio, os
No primeiro caso - Dia das Forças Arma- Estaleiros de Construção Naval, a Academia
das·, seria uma boa oportunidade para convi- . de Marinha, Comissões que tratam. de assun-
vermos - marinheiros. soldados e aviadores- tos ligados ao mar. etc. Seria também uma
numa manüestação de amizade e camarada- oportunidade para, pelo menos uma vez por
gem cimentada através dos tempos e que é ab- ano, confraternizarmos, convivermos e dialo-
solutamente necessário manter bem vivas. garmos, para nos conhecermos melhor uns aos
Seria muito interessante ver camaradas do outros. Creio que também já foi assim.
Exército e da Força Aérea em confraternização A ideia aqui fica. com desejo de que, que-
connosco nos navios e nós com eles nos quar- brando a tradição do deixa andar, alguém lhe
téis e bases ... Creio até que já não seria iné- dê forma e a concretize.
dito pois, lembro-me de quando era segundo-
-tenente e prestava serviço no Centro de A via-
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