Page 106 - Revista da Armada
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Ouarto de Foi  a








            * "HOMEM  AO RIO.!                                                   * CANTINHO  CHARADíSTICO

               Canhoneira  "Zaire-,  Dezembro   lizado para lácil comunicação com a   1.  __ +TA""É presente.
           de 1935. Comandante CTEN Henri·    terra, que1icava à distância de meia   __ + TA"" Fibra das folhas da
           que Owen Pinto, imediato GMAR An-  dúzia de braças. Nunca era içado pa-             piteira.
           tÓniO  Júlio  Malheiro  do  Vale.  De   ra bordo.  8astava que  alguém  dos   __ + TA ""Aparelho de pesca
            serviço, o 2TEN SG CM Santos (não   nossos bradasse, chegando ao cais:             de  arrastar  para
            me  recordo  do  nome  próprio).   Ó  da .. Zaire .. 1 para  que o  caique  o      terra.
               Em  serviço  de  fiscalização  da   fosse  prontamente  buscar.      __ + TA "" Interj. designativa de
            pesca na Zona Norte: saindo do por-  Era um domingo de manhã, pró-                 que  alguma  coisa
            to (Douro ou Leixões). navegávamos   ximo da hora de almoço. Chuvisca-             lembrou de repente.
           seis milhas ao mar e depois segula-  va. Alguém chamou do cais! Tinha    CONCEITO: Antigo instrumento
            mos em rumo paralelo à costa, para   acabado de tomar um chuveiro e de             musical, que é uma
            N ou  para S.                     vestir um uniforme lavado, botas de              forma de cravo.
               A velha -Zaire .. era um pequeno   água por dentro das calças de cotim   2.  Domina  qualquer  multidáo
            navio a carvão, onde a vida a nave-  cinzento. O calque, de boça amarra-  aquele  que  é  mandão.  2-2
           gar era muito dura -  e para ser du-  da  ao  anel do fundo  da escada de   (Adie.).
            ra bastava o verdadeiro suplicio dos   quebra-costas do pau de surriola a   3.  Recrear os  pulmões  com  puro
            fogueiros e chegadores na casa das   88, lutava com a corrente. Saltei les-  ar, é também a vida recrear. 3-2
            máquinas e as cinzas que, dia e noi·   to, a mão direita bem segura, a tirar   (Aler.).
           te, com temporal ou com mar calmo,   a folga do guarda-mancebos. Mas as   4.  Tirano  sem  bondade,  não  dá
           tinham  de  ser  içadas  em  grandes   botas de borracha escorregaram no   felicidade.  3-2 (Apoc.).
            baldes de ferro, à  força de  braços,   pau  de  surriola  molhado  e ...  cai  à   5.  Mentira de hipócrita de renome
           e lançadas ao mar pelo pessoal do   água  em  posição  vertical.  Dado  o   não  mata  a  fome.  (Em  terno).
           convés.                            alarme, alguém correu à popa do na-  6.  Vagaroso  e  velhaco  cascudo.
               Quando o tempo permitia a en-  vio e lançou uma bóia circular presa   também  será  telhudo?  2-2
           trada no rio Douro,  ali  passávamos   a uma retenida. Inútil: quando a mi-  (Enead.).
           o periodo de folga.  O  navio perma-  nha cabeça emergiu à tona de água,   7.  A intriga não tem barreira; corre
            necia  em  Massarelos,  próximo  da   já ia longe, arrastado pela corrente.   ligeira.  6(-3)5.
            margem  direita,  com o ferro  de E8   As calças molhadas aderiram às bo-  B.  Faço brindes em qualquer ban-
            no  fundo e amarrado  por  88 a  um   tas  -  e  pouca  água  entrou  nelas.   quete  para  que  o  homem  não
           velho cais construido sobre  pilares   Consegui nadar para terra, fui dar a   seja  nenhum  joguete.  2-3
           de madeira,  que não existe já -  o   uma reentrância  entre duas forma-  (Epen!.).
           cais do 8icalho.  Aquele fim  de Ou-  ções rochosas da margem, onde um   9.  O fraco nem com abanador será
           tono  havia  sido  excepcionalmente   lugre estava virado de querena. Ali   um ganhador. 2-2 (3)  (Haplot).
           chuvoso e a corrente do rio era tão   me foram buscar com o gasolina do   10.  fr contra a força  do mar é  ape-
           forte que tivemos necessidade de re-  navio, prontamente arriado. Um chu-  nas devanear.  2-2 (Interc.).
           forçar a amarração do navio com ca-  veiro quente, um copo de café, e a   11 ... Lula ..  sem  razão  por  disputa
           bos de aço lançados para cabeços   minha pele arroxeada pelo frio, vol-  ser  fraca  luta.  5  (5)  (Metam.),
           existentes  na  muralha.  Arrastados   tou  ao tom  natural.         12.  Afbino que não canla é porque
           pelas  águas  lodosas  da  cheia  vi-  Um copo de café? Naquele dia,     não tem garganta. 2-3 (Parag.).
           nham troncos de árvore, canas, pe-  como  muitas  vezes  aos domingos,   13.  Em  casa  de  hóspedes  apenas
           daços  de  madeira,  arbustos      havia cozido ao almoço - não o sim-   pelo .. tostão"  hã consideração.
           arrancados e até barris vazios. Não   ples cozido de carne de vaca e legu-  2-3 (Pro!.).
           havia naquele tempo barragens que   mes,  de  tradição  judaica,  mas  o   14.  Um poucochinho de léria pode
           pudessem controlar o caudal.       delicioso cozido com chouriço e tou-  lançar  alguém  na  miséria.  3-2
               Herdado de outros navios que ali   cinho  e,  por  isso,  .. à  Portuguesa ...   (Sinc.).
           tinham estado em anteriores comis-  Mas o choque tinha sido muito forte   15.  Ri  da  desordem  do  lupanar
           sões, havia um caíque, embarcação   -  nesse dia não almocei. ..         quem a alma tem a definhar. 2-2
           típica  do Douro inferior, espécie de   O acidente, ainda comentado a    (Sin!.).
           -dory .. dos lugres bacalhoeiros: fun-  bordo  uns  dias,  em  breve  foi  es-
           do  chato,  duas  bancadas,  dois  re-  quecido.
           mos que um homem manobrava de                                                            MINDOGUES
           pé, virado para a proa. Outras vezes.
           com um único remo, à ginga, era uti-                A.  Cosia Santos  ••••••••••••••••••

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