Page 92 - Revista da Armada
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I'.WtlS  l·muagells  IIl1Turais  I' grllllliltls qllase  f{J(./O  o comhcio   da  (/  sua enérgica (/cç<lo  1/0 desell\'(}/l'imelllo (/0  colónia de
             110 illfl'rior se fe: (/e puferência por Natal.  A  raziJo d'islo é   Natal,  mandalldo agora para lá COIIIO go\'emador Sir Gamet
             1/{II'er de Naltll para os campos de Ollro lili/a bela estmda car-  Wolesely gellera/l'encel/or na guerra dos Ashamus com UII/
             reu'ira por o/lde  fmm·iwm  IlIIliws  carretas puxa(/as a bois,   eswdo maior comflOsto de  I  corollel,  I  //Iajor de engenhei-
             hm·n /Ia  ferritório inglês tOlla a ugllmnçallecess6ria,  ferem   rO!i,  I major de tmillUlria,  I secrelário particular e o secre-
             l'll'S domfnio eJecfil·o IIOS negros e lei!i e!ipeciais por Ol/de 0.'1   tário do  govemo; dois d 'esles figllrões slJo nada lIIel/OS  que
             regem.  Nós  fell/OS  também lili/a  e!itratla  em que se gastari""   lortl!i.  O Governador trouxe wmbém cO/lsigo 2 corpos de tro-
             rios til' dinheiro, e q!1i' de /latia  serw! por causa da regil10 da   pas,  e tem  um  navio ,Ie guerra  de estaçdo às Sllas  ordens!
             mosca ISi-1Sé que ela arrm'elSll e que (lá cabo de todo o ga(lo   Deujo ardentemel/le que Lourenço Marques se desem'Ol-
             ca\"(llar e bol'illO - /Ido  tt!1II0S  segurança alguma 110 serMo,   I·U  porque o pais merece-o e agradecerá generoso qualquer
             lIelll mesmo para além do presidio - e Ilda temos leis algu-  sacrifício; desejo-o ((Imbém  /1m pouco flOr mim para me /Ido
             lIIas para reger o trabalho dos pretos, os quais,  I'elldo a nos-  arrepellder de  ter solicitado  a  V.  Exa.  a  transferêllcia  de
             sa imponãncia, e rindo-se dallossa flulidatle, CO/llelem a seu   Inhamballe para aqui. Porque /10 momento em que me eu con-
             bel-praz.er toda a casta de correrias,  e Ilda se sujeitam a lra-  vença que é cedo para o governo fazer  UIII  sacrificio a bem
             /)(IlIwr porque nl'lo lêm /lecessida(/es,  nem  IIÓS  lhas criamos   d'islO,  e que o distrito Continuará a  vegetar lal/guidomeme
             âl'ili:ando-os.                                     como até aqui, lenho vergonha de estar aqui pre!ienciando in-
                A  Alfiimlegll do  distri/o  tem lias liltimos tempos ren(lido   diferente as justas queixas (Ie  estrangeiros e I/acionais,  e as
             nU/is,  e promete comimUlr (/  (/I/mentar aillda.  De  que sUI'e   queixas do prÓIJrio pars que quer dese/lvo/ver-se e só pede qlll!
             isso, porém, se apellasfica /Ia /lasso cofre o indispensável para   lhe dêem  a mdo; desisto das  vantagens do pOSto,  úl/icas que
             li despesa ordi"ária de dois meses e se mallda todo o rema-  cá me troureram, porque as peculliárias sdo lIegall\ru, e pre-
             IIl'SCl'me para a capital? Fica-nos aqui também lodo o relldi-  firo ir alar braços a bar/avemo, a servir de comparsa como
             mellto do  impo!ito "dicional para obras públicas.   0.'1 meus alllecessores I/este ridleulo elllremês que dura hd //lois
                O Cml'eira Lopes está aqui presemememefaundo docor-  de  300 alias.
             do comigo os plallos e IJrojeclos poro as reparaçt>es lias edi-  Desculpe-me  V.  Exa.  a franqueza  com qlte IIle falo  //Ias
             /feios que já existem,  e /Xira o levamamemo dos mui/os que   fique certo que sou deI 'eras português e te"ho lIIuito amor ao
             aillda faliam:  tem  trabalhado IIIl1ilO,  com detrimento mesmo   meu pafs,  IÍnicos  //Iotivos  que  me ditam  esta frase,
             da sI/a saúde, pois mula COlIsumtemente cOlI/febres,  e 1'(li /XIr-  Espero muilO de  V.  Exa., confio lia SilO inteligência pra-
             lir para Moçambique aI/de tudo tem de ser submelit/o ti apro-  ticameme útil, e por isso dou de alllemão os par(lbéns ao meu
             I'açllo do conselho I&nico,  com excepçl1.0, porém, de alglllll(/s   distrito.  à lIaçdo,  e às  repúblicas do  Interior.
             coisas I/rgelllís!iimas e mlo difíceis q!le ele sob sua responsa-  Envio a  V.  E.ra.  para SilO  salisfaçdo um exlraclo de  um
             bilidade me alllori:a a começar já.  Para a realizaçdo, porém,   jornal de Trall.fval a respeito da expediçl10 alemiJ à ÁJrica do
             das obms mais complicadas e di/fceis é i/ltlispensá\'el a pre-  Sul.
             st'/Iça  de  11m  hábil cOl/dmor com os competentes mestres (/e   Dispollha  V.  Exo.  de quem se honra  de ser.
             oficias etc.  Co"dllfor I/tlo o "á já aqui lIem talvt>1.  em IOda a
                                                                    De  V.  Exa.
             Prol'illeia.                                           amigo discip'llo,  amigo respet. o e cr. o ohgm. o
                Oll1ra  prol'l/ de que o DistrilO  está  tdo  adiantado  como
             /lO princípio da ocupaçtlo, é eswrem cemralizados /lO Gover-                       Augusto de  Castilho
             /llIdor todo!i  os  ramO!i  de .fen1iço.  O  GOl'emador tem  a sell
             cargo a atlminislmçlJo po/fIÊCa,  tem  a ,Jirecçclo da jáze/lda:   Sem mais comentários, pois em si o documenlO que trans-
             slI/Jerilllellde por neCe!iúdade 1/0 Aljándega ollde há só direc-  crevemos é suficientemente  fácil  para interpretar o carácter
             tor e esse mesmo não boll/; decide IOdas as pelldel/cias enlre   de quem o subscreve, não lernlinaremos esta nota sobre O ilus-
             Ol réglllos e a coroa,  e toma tmllbém forçadamellle conheci-  tre oficial de Marinha, sem fazer alusão a OUlra facela da sua
             //lemo das dm régulos ellfre si para estar a par das Sllas ma;s   coragem moral:  em  1894, estando em Angola,  no comando
             recóm/itas ime/lçàe!i: tem mribuiçlJes de juiz. ortli/lário que lhe   da corveta _Mindelo,., recebeu ordem de seguir para o Brasil
             (Ibson'em lima boa pane do tempo: é comalldame militar sem   com o seu  navio,  para ali  prQleger os interesses de ponugal
             /Joderes bem âefil/iâos: t' tem mribuiçOes de Câmara Munici-  e dos cidadãos ponuguescs no conflito resultante do levanta-
             paI.'.'! Com tall/os e ItlO  complexos serviços é impossh'el que   mento da esquadra brasileira, comandada pelo almirante Sal-
             algl/lls 011  tall·elo tados "lia .wfram, com prejllizo gml'e de al-  danha  da  Gama  COntra  o  vice-presidente  da  República,
             guém e (Jescrédito da/laçllo.  É tempo tle Jazermos d ·isto IIm(l   marechal  Floriano Peixoto.  A acção de AugUSto de Castilho
             l"if(1  pelo mel/OS,  com  II  sI/a  Cámllra  Municipal,  juiz, (l(lmi-  como medianeiro entre  os dois chefes  ficou  memorável  e o
             /listrador do concelho, com 11m  bom batalhão (Ie gente euro-  seu  nobre carácter e a  finneza da  sua palavra sobressalram
             peio,  e que  tel/ha  oficiais de  roda  a confiança.   ao manter, contra o desejo do governo brasileiro e do próprio
                Escrel·i  /10  mala passada para Moçambique  um  (!.XlelISO   governo ponuguês, o _direito de asilo. ao almirante, oficiais
             oficio ao GOI"l'rruulor-Geral em qlle delidameme IIle ponde-  e  marinheiros que se tinham  refugiado  no seu  navio.
             ml"l/ as necessidades III(/i!i  urgentes do país e a maneiri/, se-  Esta atitude valeu-lhe a exoneração do comando e  o  re-
             guIU/o eu, (/e IIln dar reméllio.  Escrel'O agora este desabafo   gresso  a  Lisboa.  Após três  meses  de  prisão foi  julgado em
             p(lrticulllr a  v.  E.m.  IÚfO que lhe ,ula posso escrel'e/" também   conselho de guerra. de onde saiu absolvido e com tal  prcstf-
             oficialmente, e muito .\"ll/isfeito ficaria se V.  Em. der Olgllll/ll   gio que,  logo  a seguir.  foi  nomeado  comandante da  Escola
             mençl10 aos meus alvitres e os traduzir em breve em mellida,l'   Naval.  Para os alunos desta não  poderia,  na altura,  apontar-
             R/"(l/u/iosas P(1r(1 desel/l'olw!r  este  magnífico porto.   -se  melhor  patrono.
                Enquanto n6s parecemo.ç ,Iescurar completameme as coi-  Nomeado,  em  1909,  major-general  da Armada,  pediu  a
             llll de Lourenço MarqueS,}ll!iWmeml' /UI ocasül0 em que mais   sua  demissão ao ser  implantada  a  República.  E  assim  viria
             //(JS dnuíllmos d 'ela!i ocupar. o gm'enlo inglês emprega 10-  a  ter  fim  a  carreira exemplar deste  _marinheiro  intrépido  e

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