Page 351 - Revista da Armada
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leira, sendo responsável j>elos
dois Estados de MaIo Grosso.
A base é actualmente coman-
dada por um almirante e tem
cerca de tOOO homens, incluin-
do um batalhão de fuzileiros e
um grupo de mergulhadores.
Dispõe de grandes oficinas,
uma doca seca, rampa de en-
calhe e um armazém para heli-
cópteros. A flotilha tem quatro
navios fluviais armados e bar.
caças de desembarque. O hos-
pital é um grande edifício den-
Iro da base, que foi construido
em 1951. Dispõe também de
casas para oficiais e sargentos
e de um hotel para pessoal em
trânsito e suas famílias, uma
piscina que funciona de dia e
histórica, por neles lerem nave- Em 1778 o forte foi assaltado sugerindo a Leme do Prado que de noite, salão de festas e
gado verdadeiras frotas de C.l~ por rndios guaicurús e este ali se instalasse, enquanto era ou Iras instalações de apoio,
as das monções de Cuiabá, vin· assalto pressionou o governa- preparada a fundação de tudo num estado impecável.
das de S.Paulo, numa viagem dor a criar uma povoação nas Albuquerque. Assim nasceu, Ao comandante da base ofe-
de cerca de 3.000 quilómetros suas proximidades, que lhe também, a povoação de reci fotografias da vila portu-
que durava 4 meses e em que desse apoio, encarregando o Corumb.i. guesa de Ladário e do bonito
eram vencidas 114 cachoeiras, experimentado sertaniSla Leme A data de 2 de Setembro de solar da casa da ínsua, onde
ora a favor, ora contra a cor· do Prado de procurar um local 1778, em que Leme do Prado Luís de Albuquerque viveu,
rente. para o efeito. O local escolhido chegou àquele local, é consi- depois de regressar do Mato
Foi o português Aleixo Gar· foi denominado Albuquerque, derada a dala da fundação de Grosso.
da o primeiro branco a passar em homenagem ao governa- ladário, o nome da povoação
pelo Mato Grosso, tendo desci· dor, e siluava-se também na portuguesa, próximo de Viseu, ALBUQUERQUE
do o rio Miranda e entrado no margem direita do rio Paraguai, onde nascera o governador
rio Paraguai, numa pré-bandei. a cerca de 100 quilómetros ii Luis de Albuquerque. ECORUMBÁ
ra que partiu do litoral (Cana· montanle do forte Coimbra.
neia) em 1524, a caminho das Na frota de canoas em que A BASE FLUVIAL Albuquerque teve um começo
riquezas do Peru. Leme do Prado seguia com a difícil. devido ao isolamento
famma, integraram·se as canoas DELADÁRIO geográfico, à baixa.produtivi.
FOR~E COIMBRA, do cabo Silva Freitas, que ia dade do solo calcário e ao
para Coimbra. Pouco depois de
LADARIO se separar de Leme do Prado, Em 1874 o Arsenal de Marinha mau clima devido à influência
de Cuiabá foi Iransferido, com
do Pantanal, com uma estação
E ALBUQUERQUE um vendaval obrigou-o a pra- todo O seu material , para seca e outra de grande pluvio-
curar abrigo numa pequena Ladário, onde, alguns anos sidade, em que as temperaturas
o 4° governador de Mato bala. Silva Freitas explorou o depois, foi criada a Flolilha de máximas atingem os 46 II e as
Grosso, que muito se notabili· local e verificou que ali havia Mato Grosso. Em 1945, com a mínimas se aproximam de
zou no Governo duranle de· ~uns matos excelentes de ba- criação dos distritos navais, a zero.
zassete anos (1772/89), mano cudzais, capazes de dar toda a Base de Ladi'irio lornou-se a Lacerda e Almeida, oficial da
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dou construir, a norte, o majes- qualidade de mantimentos", sede do 6 Distrito Naval brasi· Marinha Real de Portugal e
toso forte Príncipe da Beira
(latitude 12 5) e, para defesa
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do sector meridional, encarre·
gou o capitão de auxiliares
Ribeiro da Costa de construir
um forte numa posiç~ estraté-
gica facilmente defensável,
que separava o Chaco do Pano
tanal. A expedição, devida·
mente aparelhada, safu de
Cuiabã em 12 canoas, trans·
portando 220 homens. Ao fim
de um mês de navegação, che-
garam a um local, onde cons·
truiram, em 1755, na margem
direita do rio, um forte de
madeira a que deram o nome
de forte Coimbra (latitude 20R
SI, cuja artilharia veio em
canoas da longínqua Belém
do Pará , porque os espanhóis
não permitiam a sua pass.lgem
pelo rio da Prata.
REVISTA DAALI.lADA . NOVeM6RO 92 2S