Page 116 - Revista da Armada
P. 116
o moral
das Forças Armadas
neceSSidade de rees- uma significativa redução de
truturação das forças efectivos nas suas Forças
A Armadas Portuguesas Armadas. Não obstante, o seu
não pode ser coniundida, prestígio e a sua imagem con·
conforme tem vindo a ser tinuaram intocáveis, tomando
aproveitado por alguns men- possível a rápida mobilização
tores da opinião pública, com de militares altamente morali-
o propôsilo da sistemática zados, a inversão da marcha
destruição da sua imagem, dos acontecimentos e a vitó-
pondo em causa, inclusiva- ria numa guerra tão distante e
mente, a sua utilidade. tão complexa, com uma
Esta atitude tem ajudado a capacidade de mobilização
agudizar, ainda mais, a crise ímpar na história militar da
de valores que assola alguma Inglaterra.
juventude portuguesa. Para este desíecho, muito
A motivação dos que ser- contribuiu o facto de não ter
vem a Nação como militares havido qualquer divisão ou
terá que continuar a assentar polémica na sociedade ingle-
na lealdade à Pátria e não sa, militar ou civil.
pode ser atingida pela mani· Provavelmente, o mesmo
festa incompreensão e intenci· não aconteceria entre nós,
anal ignorância, atê porque embora para tal não se en·
conhecemos bem que a contre qualquer justificação
Instituição Militar 56 é real- razoável.
mente compreendida e dese- Vive· se uma época de
jada nos periodos críticos. em mudança convulsiva e nessa
que se lorna lndispensâvel a turbulência são deturpados
sua actuação na salvaguarda princípios e conceitos, que
dos interesses da comunidade. poderão abalar a segurança e
A História Mititar Portu- até a identidade nacional.
guesa é muito rica e tem sido O culto dos sentimentos
positivamente determinante patrióticos deverá ser uma
nos destinos do país, para constante para todos os por·
agora não merecer tão injusto tugueses, bem como o respei·
tratamento. É o culto dos valo- to pelas suas Forças Armadas,
res da Nação que está profun· por representarem uma reser·
damente abalado e que urge va estratégica da Nação, a
comgir, para que os jovens possam, natu· tudo possa acontecer naturalmente , quem cabe a responsabilidade de a defen-
ralmente, continuar a seguir, com devoção, sendo assim possível, quando necessário der quando falharem todos os oulros
a carreira das annas, sem haver a necessi· e só com voluntários, acorrer, em todo o meios, de diálogo político, de persuasão
dade de se recorrer a quaisquer mecanis-- mundo, aos mais variados conflitos. ou de dissuasão.
mos de publicidade ou propaganda. Não é igualmente em vão que, nos É nesta certeza que deverá assentar o
Não é em vão que diariamente em EUA, em cada hipermercado de zona, moral de todos os militares, prestigiando-
todas as escolas dos EUA. desde o ensino aparece em lugar de destaque uma ·se através da demonstração cabal da sua
primário até às universidades, no início Galeria de Honra com as fotografias e res· eficácia no cumprimento das missões em
da primeira aula da manhã, os alunos, pectiva identificação dos militares daquela tempo de paz e na permanente prepara·
com a mão estendida sobre o coração. região que tiveram funções de comando ção para enfrentar as agressões que
cantam o Hino Nacional, olhando respei. na operação "Tempestade no Deserto". podem surgir a qualquer momento, neste
tosamente para a sua Bandeira, exposta Outro exemplo, também recente, acon· mundo cada vez mais conturbado. .t-
em lugar nobre da sala. Esta é uma das teceu quando eclodiu a guerra das IA Lopes Carvalheira
sementes que germina e que permite que Malvinas. Decorria então no Reino Unido VMM
6 A8Rtl93 . REVtSTA DA "lIMADA