Page 347 - Revista da Armada
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Viagem da II Juvemedia" no NrM IICreoula l1
Mais uma vez o NTM IICreoula" proporcio-
nou a um grupo de jovens portugueses
a gratificante experiência que é andar no mar.
Estes jovens aprenderam coisas sobre
navegação e sobre a vivência a bordo de
um navio. Aprenderam a camaradagem e a
cumplicidade que se cria entre quem anda
no mar. E aprenderam, sobretudo, porque
Portugal é um país de Marinheiros.
, tima viagem deste ano operacional do NTM "Creoula"
decorreu de 26 de Setembro a 6 de Outubro e os instruen·
Ar os embarcados foram seleccionados pela organização
'1uvemedia". Os 46 jovens instruendos embarcaram na manhã do Portugal em Marrocos, a Consulesa em Casablanca e o Adido Mili-
dia 26 de Setembro, trazendo estampada no rosto a espectativil do tar em Rabal Assim chegou o dia 1 de Outubro no qual se largou
que iria ser a viagem a oordo deste antigo bacalhoeiro e no olhar a com destino a Portimão. O tempo continuou bom, com o Sol a bri-
timidez e a curiosidade de quem faz alguma coisa pela primeira lhar todos os dias e a permitir aos instruendos usufruir de estadias
vez. Embarcaram ainda no "Creoula" um director de treino, um pachorrentas no ronvés, entre as actividades do dia a dia. O \"enio
professor de história, um jornalista da RDP e um rep6rter/"ca- que soprava moderado de NW não nos pennitiu navegar exdusi-
meraman" da RTP. O jomalista da RDP fez a reportagem a par e vamente à vela. O mar apresentou-se um pouco mais agitado do
passo de toda a viagem, inclusivé com várias intervenções diárias que na tirada anterior, no entanto, quer por uma questão de
em directo, para a Antena 1, Antena 3 e RDP Internacional. O ~ habituação, quer pela dose de medicamentação ministrada pelo
pórter da RTP recolheu imagens, impressões e depoimentos para o médiro de bordo, os enjôos quase não se fizeram sentir entre os ins-
programa "Alta Voltagem" do Canal 1 regressando de avião a Por- truendos. Nesta tirada real.i.zaram-se várias palestras destinadas aos
tugal' partll" de Casablanca O "";0 Wgou pelas 10.30 seguindo instruendos sobre os actuais instrumentos de navegação como
rumo a Casablanca com um vento bonançoso de Norte a ajudar e a também os utilizados no tempo dos Descobrimentos, e ainda sobre
permitir que se fizessem algumas horas de navegação exclusiva- os navios desse tempo.
mente à \'ela. Os instruendos rapidamente se integraram na vida de Na manhã do dia 3 de Outubro o "Creoula"" fundeou no
bordo. desempenhando funções nos quartos e noutros trabalhos de fundeadouro exterior de Portimão. Durante esse tempo em que o
bordo, como faxinas e rancheiros. Os ins- navio esteve fundeado a guarnição e os
truendos, tal como a maior parte da instruendos aproveitaram tomar um
guarnição, enconttam-se a quatro quar- banho de mar face ao calor que se fazia
tos, e durante estes vão desempenhando sentir. O na\10 atracou nesse mesmo dia
rotativamente funções em todos os locais às 15.30 seguindo-se um desafio de
do navio: adjuntos do oficial de quarto, futebol entre os instruendos e a
vigia, leme, central de limitação de guarnição do navio. No dia seguinte
avarias, casa das máquinas, e adjunto ao realizou-se um pequeno torneio de
sargento de quarto. Entre os quartos con- futebol de 5 com três equipas da
vive-se (a maior parte dos instruendos guarnição e wna dos instruendos a par-
não se conhecia antes da \iagem) ou des- ticiparem. APÓS o torneio fez-se uma
cansa-se, isto se não houver nenhuma sardinha da no cais, na qual esteve
faina geral de mastros pelo meio. Nesta presente o Capitão do Porto de
tirada para Casablanca teve-se a rara Portimão, o Presidente da Câmara de
oportunidade de assistir ao espectáculo Portimão e mais alguns convidados
que é um eclipse total da Lua visto no locais. A saída de Portimão fez-se na
mar, o qual ocorreu na madrugada do manhã de dia 5 com mais um elemento a
dia 27. E foi assim que, após dois dias de bordo: um "cameraman" da RTP que
viagem e alguns enjôos, chegámos a recolheu imagens para a realização de
Casablanca. Antes da entrada procedeu- um documentário sobre o rei D. Carlos.
-se às nonnais limpezas ao navio, com A viagem até Usboa fez-se sob um vento
todos os instruendos a participarem forte de Norte e mar agitado o que
activamente nas limpezas aos "amarelos" diminuiu a velocidade do navio e fez
e na baldeação geral com que a chegada ocorresse duas horas
A entrada no porto fez-se sob nevoeiro cerrado, de modo que os e meia mais tarde que o previsto. Entre os instruendos ninguém se
instruendos nem sequer deram pela aproximação ao seu primeiro mostrou incomodado com o facto e até se ouviu alguém dizer
porto como "marinheiros" e "marinheiras" do "Creoula", não fora « Mais horas fossem ... ».
o apito a faina geral a chamar todos para os seus postos. A estadia Gratificante é também para nós, guarnição deste navio, sentir que
em Casablanca decorreu sem qualquer tipo de inàdentes, sendo o estes jovens partem levando consigo uma experiência que os
tempo livre aproveitado para fazer compras de artEsanato maII"IT marrou e da qual certamente não se esquecerão ao longo da vida. 9
quino e visitar os locais de maior interESSe histórico e não só. No dia
30 decorreu a bordo um almoço ao qual se deslocaram várias António MOl/rinha
entidades da Marinha de Marrocos, assim como o Embaixador de GMAR
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