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“O Ano 2000 e os Sistemas Informáticos: a recta final” foi o tema recaiu sobre “Comunicações: conceitos, tecnologias e sistemas no
escolhido pelo Professor Pedro Veiga, da Faculdade de Ciências da início do séc. XXI”.
Universidade de Lisboa e membro da Equipa de Missão para a Com a revolução nas comunicações, que está longe de estar termi-
Sociedade de Informação que falou em termos gerais sobre a prob- nada, os últimos anos do séc. XX são anos de opções e os primeiros
lemática do ano 2000. anos do séc. XXI serão essencialmente anos de consolidação dessas
O problema informático do ano 2000 tem a sua origem num pro- opções.
blema técnico muito simples mas que se encontra disseminado em As tecnologias de comunicação actualmente existentes não respon-
grande escala nos sistemas informáticos. dem às necessidades de “largura de banda” previstas para a próxima
Agora que o dia 1 de Janeiro de 2000 se aproxima há que fazer as década. Perfilam-se e discutem-se novas tecnologias, tanto no “back-
últimas alterações, planear os testes e eventuais migrações de hardware bone” como no “local-loop”. Até ao final do próximo ano todas estas
e software e esperar que tudo funcione como planeado. Assim, há que opções deverão estar tomadas.
planear cuidadosamente planos de contingência a aplicar nos sistemas O 1TEN Ferreira Moreira da DAMAG, falou sobre o
e aplicações informáticos que eventualmente venham a falhar. “Desenvolvimento de uma Ferramenta de Suporte para o Sistema de
O 1TEN SEP Costa Magalhães, da DAMAG, apresentou uma co- Ensino à Distância da Marinha”. O modelo adoptado pelo CNED
municação sobre “A problemáti- para dar resposta ao problema
ca do ano 2000 e as implicações do défice de habilitações acadé-
nos sistemas da Marinha”. micas ao nível do 9º ano de es-
Tendo sido inicialmente iden- colaridade, levou à necessidade
tificado como questão exclusiva de se desenvolver uma ferra-
da informática, o “problema do menta informática que supor-
ano 2000” tem hoje uma abran- tasse esse novo sistema. O de-
gência bem mais alargada, e é já senvolvimento deste sistema está
encarado como um problema a cargo da DAMAG, tendo tido
que afecta toda a organização. início em Julho de 1997.
Esta alocução teve como ob- O projecto encontra-se em fa-
jectivos uma abordagem genéri- se de definição da estrutura dos
ca sobre a problemática do ano “items” que farão parte de um
2000 e uma tentativa de diag- banco de perguntas. Pretende-se
nóstico da situação da Marinha que o sistema venha a ter capa-
relativamente às principais áreas cidade para gerar automati-
de impacte do problema. O primeiro dia de trabalhos foi concluído camente os testes, facultando aos alunos muito maior flexibilidade na
com a apresentação de uma comunicação intitulada “O Euro e os sua realização e uma maior segurança e rigor no sistema de avaliação
Sistemas de Informação”, da responsabilidade do 1TEN SEP Ramalho a implementar, nomeadamente através do aperfeiçoamento dos pró-
Araújo da DAMAG. prios “items” e dos testes gerados.
Foi feita uma abordagem genérica da problemática do “EURO”, Finalmente, o CFR EMM Carmo Durão, Subdirector da DAMAG,
seguindo-se uma análise mais específica de questões práticas tais apresentou uma comunicação intitulada “A Intranet da Marinha”.
como: regras de conversão e arredondamentos, formatos de écrans e O desenvolvimento do Sistema Integrado de Informação da
relatórios, armazenamento e conversão de dados históricos e ainda Marinha (SIIM), implicou para além do desenvolvimento de várias
um diagnóstico de situação das aplicações informáticas da Marinha. aplicações e do estabelecimento do Dicionário de Dados Elementa-
res, a necessidade de remodelar a Rede de Comunicações de Dados
SEGUNDO DIA DE TRABALHOS da Marinha (RCDM) que passou de uma rede de estrutura hierárquica
proprietária (rede SNA), para uma rede aberta e multiprotocolo, o que
as
O segundo dia de trabalhos das 2 Jornadas de Tecnologias de permitiu a criação da Intranet da Marinha.
Informação da Marinha, iniciou-se com a apresentação de uma Como em qualquer outra organização, foram os baixos custos de
palestra subordinada ao tema “Orientação a objectos: uma perspecti- instalação e a utilização de tecnologias padrão da Internet que face às
va qualitativa”, pelo Engº Fernando Brito e Abreu do ISEG. enormes potencialidades para a mudança e para a reengenharia e à
Foi explicado o êxito da orientação a objectos e a forma como este criação de um importante meio de comunicação interna para toda a
paradigma contribui para a melhoria da qualidade dos sistemas soft- Marinha, que justificaram a aposta na Intranet como uma importante
ware, quer ao nível externo, quer interno. Foram ainda dados exem- ferramenta de gestão.
plos de várias facetas do desenho e codificação de sistemas orienta- O CFR Carmo Durão fez o ponto de situação do desenvolvimento
dos a objectos. da Intranet da Marinha, descrevendo as suas principais características
A segunda intervenção do dia esteve a cargo do Engº Miguel técnicas e o repositório de informação disponível, através de uma
Goulão, do INESC, que apresentou uma comunicação sobre breve navegação pelos seus “sites”.
“Controlo da evolução de sistemas legados na Marinha Portuguesa”, Paralelamente à apresentação das comunicações, decorreu no
na qual descreveu o protótipo de um sistema de rastreio de acções de corredor exterior da Academia de Marinha, uma pequena exposição
evolução que foi implementado sobre a Intranet da Marinha, tendo sobre tecnologias de informação, com a colaboração das firmas PRO-
em vista controlar a evolução de sistemas legados (SoftTrack). LÓGICA, SOFTWARE AG, PARAREDE, ORACLE e IBM.
as
O 1TEN Palmeiro Ribeiro, da DAMAG, apresentou uma comuni- O encerramento das 2 Jornadas foi presidido pelo Vice Chefe do
cação sobre o “Levantamento do Modelo de Dados no SIIP”. Estado-Maior da Armada, VALM Barata Botelho, tendo o CFR EMM
Um conhecimento detalhado do modelo de dados dos sistemas de Carmo Durão, em conclusão, referido a importância dos temas, o rigor
informação nas organizações, tanto ao nível conceptual como aos das apresentações e o elevado nível técnico do seu conteúdo, que con-
níveis lógico e físico, é fundamental para permitir a sua evolução. feriram dignidade às jornadas, ficando assim a Marinha prestigiada.
Seguiu-se o Engº Luís de Sousa Cardoso, da MARCONI, que apre- À semelhança do que se passou com as 1 as Jornadas de
as
sentou uma palestra sobre os problemas de segurança na Rede Tecnologias de Informação da Marinha, as 2 Jornadas foram larga-
Internet, sendo esta por vezes, um veículo para diversas oportu- mente participadas. O auditório da Academia de Marinha contou
nidades de fraude e de situações que podem ser encaradas como com a presença de cerca de 220 participantes nos dois dias em que
crime – “Brincando na WEB”, foi o tema desta apresentação. decorreram as Jornadas.
A intervenção do Comandante Carlos Coelho de Campos, Alexandra Brito
Presidente do Conselho da Administração da PARAREDE SGPS, S.A., 2TEN TSN
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