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EXERCÍCIOS NAVAIS
“Lusíada 98”
“Lusíada 98”
INTRODUÇÃO
ecorreu entre 21 de Setembro e 1 de Outubro o LUSÍADA
98, exercício nacional conjunto que veio culminar um ano
D de intensa actividade operacional da Força Naval
Portuguesa (FNP).
O conceito do Lusíada 98 obedeceu à necessidade de exercitar o
planeamento, o comando e controlo, a condução e execução de
uma operação conjunta de apoio à paz (PSO) sob mandato da
ONU, em que se efectua a projecção dos meios para um teatro de
operações distante.
Da responsabilidade do Chefe do Estado-Maior General das
Forças Armadas (CEMGFA), o Lusíada realiza-se anualmente,
sendo atribuído, rotativamente, o comando operacional das forças
a um dos ramos. Este ano tal tarefa foi acometida ao Comando
Operacional das Forças Terrestres, que se viu reforçado por um
estado-maior conjunto.
Exercício de crescente importância no quadro de actividades
nacionais, o Lusíada 98 envol-
veu cerca de 3700 homens dos UNIDADES DE FUZILEIROS A missão superiormente
três ramos das Forças Armadas UNIDADES NAVAIS E DE MERGULHADORES atribuída consistia em efectuar
(FA), contando ainda com a uma operação anfíbia na costa
participação de meios da For- • 1 Fragata • 1 Batalhão Ligeiro Portuguesa, (simulando a costa
ça Aérea Espanhola. • 1 Helicóptero de Desembarque do país distando de 1800 mi-
• 3 Corvetas • 1 Companhia de Fuzileiros lhas, onde se desenrolaria a
A Marinha participou com • 1 Reabastecedor de Esquadra • 1 Pelotão de Reconhecimento operação), entre a Figueira da
cerca de 1100 homens, que se • 1 Lancha de Desembarque • 1 Destacamento de Acções Foz e a Nazaré, a fim de esta-
constituíram numa força anfí- • 1 Submarino Especiais belecer uma cabeça de praia
bia comandada pelo Capitão- • 1 Patrulha • 1 Grupo de Botes que garantisse as condições
-de-mar-e-guerra Melo Gomes, • 1 Lancha de Fiscalização Rápida • 1 Destacamento de para o desembarque das forças
empenhando um conjunto sig- Mergulhadores Sapadores de segundo escalão (Exército).
nificativo de meios, conforme Total 686 Homens Total 353 Homens Finda esta acção deveria a FNP
Quadro 1. Quadro 2 efectuar uma operação de
O presente artigo fará assim interdição marítima aos mes-
uma abordagem das incidências e actividades desenvolvidas pela mos portos, visando garantir o embargo imposto no quadro de
FNP, enquanto componente naval da força conjunta. resoluções do conselho de Segurança da ONU.
Por outro lado, e uma vez garantido o desembarque das forças
ORGANIZAÇÃO OPERACIONAL de segundo escalão, o Batalhão Ligeiro de Desembarque (BLD)
Para a execução da missão atribuída foi activada a Força passaria a integrar a estrutura do Comando da Componente
Anfíbia constituída por Unidades Navais, de Fuzileiros e de Terrestre, sendo-lhe atribuídas tarefas no âmbito da missão deste
Mergulhadores, conforme ilustrado no Quadro 2. comando, e que passaram pelo estabelecimento de postos de
patrulha e observação, actuando ainda em
ORGANIZAÇÃO OPERACIONAL DA COMPONENTE NAVAL apoio a acções de evacuação de refugiados.
CTG 443.01 CONCLUSÃO
Comandante da Componente Naval
O balanço do exercício foi positivo, não só
TU 443.01.01 TU 443.01.02 TU 443.01.03
Grupo de Transporte e Cobertura Força de Desembarque Grupo de OPS de Força Avançada pelo desenvolvimento coordenado das acções
inerentes à Força Anfíbia, numa primeira fase, e
à FNP numa fase subsequente, bem como na
N.R.P. N.R.P. Batalhão Destacamento
Cte João Belo Honório Barreto Ligeiro de de Acções interligação e na operação de forças conjuntas.
(Navio Chefe) Desembarque Especiais Foram identificadas algumas limitações ao
nível da interoperabilidade com reflexos na fase
N.R.P. N.R.P. Pelotão de Clearence
Baptista Oliveira Reconhecimento Diving Team de execução, mas que mais não se constituirão
de Andrade e Carmo do que em estímulos acrescidos no sentido de
se evoluir de forma cada vez mais segura e con-
N.R.P. N.R.P. N.R.P. sistente por forma a, sublimando as vulnerabili-
Bérrio Bacamarte Barracuda
dades, crescer e fortalecer um espírito e uma
capacidade conjunta de operação, que se reve-
Grupo lam cada vez mais necessárias.
de Botes
Quadro 1
(Colaboração do CITAN)
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