Page 112 - Revista da Armada
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Fotografias Antigas, Inéditas ou Curiosas



































                Em 1 de Abril de 1933 entrava a barra de Lisboa pela 1ª vez o Aviso de 2ª Classe “Gonçalo Velho”. Era o primeiro
               navio do Programa Magalhães Corrêa ao qual se seguiriam o “Gonçalves Zarco”, os “Afonso de Albuquerque” e
               “Bartolomeu Dias”, os 5 Contra-torpedeiros, os 3 submarinos da 2ª esquadrilha, os Avisos “Pedro Nunes” e
               “João de Lisboa”, as 5 lanchas de fiscalização da pesca e o navio tanque “Sam Brás”.
                Era a nova Esquadra.
                E em Lisboa, Hermínia Silva, a Grande Hermínia, fardada de marujo, cantava no velho Teatro Apolo o fado do
               Gonçalo Velho.



                             Fado do “Gonçalo Velho”





                Este navio é Gonçalo                                            “Por já estar muito velhinha
                é pequenino... deixá-lo...                                    a velha esquadra não prova...”
                mas é valente e resiste.                                           − é dito já velho e relho.
                Porque, se alguém duvidar,                                         Para dar fôrça à Marinha
                chega bem para mostrar                                            ao surgir a esquadra nova
                que Portugal inda existe!                                        lá foram buscar um velho...

                Um navio era preciso                                                  É mais uma fortaleza
                p’ra a Armada tomar caminho                                   com que a Marinha de Guerra
                e ter uma esquadra enorme;                                         vai d’hora àvante contar
                e, como se chama “aviso”,                                        ao defender, com nobreza,
                é p’ra avisar o povinho                                                este pedaço de terra
                de que a Marinha não dorme!                                        que nos custou a ganhar!

                Ser marinheiro                                                             Ser marinheiro
                é ser bravo,                                                                   é ser bravo,
                é ser valente,                                                               é ser valente,
                é amar este cantinho                                                   é amar este cantinho
                que se aperta numa mão;                                            que se aperta numa mão;
                ser marinheiro                                                              ser marinheiro
                é trazer constantemente                                             é trazer constantemente
                Portugal todo inteirinho                                           Portugal todo inteirinho
                cá dentro do coração.                                                 cá dentro do coração.
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