Page 397 - Revista da Armada
P. 397
Património Cultural da Marinha
Património Cultural da Marinha
Faróis de Portugal
26. FAROL DA PONTA DA BARCA
Era no Pico Negro que o Plano Geral, aprovado em ples de 5 em 5 segundos, sendo a fonte luminosa a
1883, projectava a construção de um farol de 2ª ordem, incandescência pelo vapor de petróleo, tendo como re-
na Ilha Graciosa. serva um eclipsor a gás BBT. Possuía ainda um sistema
Sobre a escolha do local de edificação, pronunciou-se de emergência consti tuído por um candeeiro de nível
a Comissão de 1902: “à comissão satisfaz a proposta para constante de 4 torcidas. A rotação da óptica era produ-
ser installado n’esta zida pela máquina de
ponta um appare- relojoaria.
lho de quinta ordem O equipamento
mostrando grupos de e a lanterna que o
cinco clarões bran- alojava, adquiridos
cos...”, discordando em 1927, custaram
como se pode com- 804.200 francos fran-
provar, quanto ao tipo ceses, corresponden-
de aparelho a instalar. tes a 72.378$00.
Entendia a Comissão Em 1935 foi re-
que devido à pouca construída a estrada
navegação que vinha que liga o farol à Vila
do Norte, um apare- de Santa Cruz, em
lho de 5ª ou quanto que a Direcção de Fa-
muito de 3ª ordem, róis teve de comparti-
pequeno modelo, cipar com 6.000$00.
era suficiente, tendo A construção ini-
a vantagem de se fa- cial do farol previa
zer uma grande eco- apenas a existência
nomia. de duas habitações
A verdade é que para faroleiros, pelo
acabaria por optar-se que em 1952, foi edi-
pela construção do ficada mais uma ha-
farol na Ponta da Bar- bitação orçamentada
ca, um pouco mais em 50.000$00. Passa-
para Oeste do inicial- dos mais alguns anos
mente projectado e, viria a ser construída
uns anos mais tarde. uma outra habitação,
A escolha deste novo para que a lotação do
local terá facilitado farol passasse a ter
em muito a constru- quatro faroleiros.
ção do farol, embora O farol foi elec-
com o senão da exis- trificado através de
tência de sectores em grupos electrogéneos
que a interposição do Pico Negro não permite a obser- em 1958, passando a fonte luminosa a ser uma lâmpa-
vação visual do farol. da de 3000W, 110V, que lhe proporcionava um alcance
O farol da Ponta da Barca entrou em funcionamento luminoso de 41 milhas, ficando como reserva a incan-
em 1 de Fevereiro de 1930 e está localizado na Ponta da descência pelo vapor de petróleo. Já nos anos oitenta, a
Barca a Noroeste da Ilha Graciosa. Tem uma torre com lâmpada foi substituída por outra de 1000W, 120V, re-
23 metros de altura e 71 metros de altitude. Foi equi- duzindo o alcance luminoso para 20 milhas.
pado com um Em 1978 uma forte trovoada fez grandes estragos no
apa relho lenti- farol e habitações.
Local: Noroeste da
cular dióptrico Tratando-se, actualmente, da torre mais alta do Arqui-
Ilha Graciosa
catadióptrico, pélago dos Açores e encontrando-se numa zona muito
Altura: 23 m
girante de 3ª exposta, tem sido periodicamente objecto de obras de
Altitude: 71 m ordem grande recuperação de alguma dimensão, a última das quais já
Luz: Fl W 7s mo delo (500 nos anos oitenta.
Alcance: 20 M mm distância Foi electrificado com energia da rede pública em 1999
Óptica: 3ª Ordem – 500 mm focal), produ- e está automatizado com o sistema modelo DF.
Ano: 1930 zindo um re-
lâmpago sim- Direcção de Faróis