Page 227 - Revista da Armada
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giadas diversas actividades envolvendo as te. Milhares de pessoas e centenas de pe- semanas de navegação em áreas do FOST
guarnições dos navios da força desde “com- quenas embarcações davam as boas vindas (Sul de Inglaterra) tendo a “Vasco da Gama”
petições” de avaliação de conhecimentos a às dezenas de navios que participavam nos contado com a colaboração dos reabaste-
actividades de destreza e marinharia, bem festejos dos 819 anos do porto de Hambur- cedores da Royal Navy RFA “Orangeleaf”
como, a realização de uma prova de velo- go. Estes exortavam a actividade no mar e a e RFA “Gold Rover” (navio irmão do NRP
cidade de reacção dos navios. Nesta última, vida de marinheiro. “Bérrio”). Neste trânsito, a nota dominante
realça-se a prestação da “Vasco da Gama” Ao longo de quatro dias, as guarnições foi a preparação para a participação na OAE
tendo sido o navio mais rápido entre os na- dos navios contactaram de perto com um tendo-se vocacionado o treino para acções
vios da força composta pelos SPS “Blas de evento considerado o maior do género a específicas necessárias à missão.
Lezo”, FGS “Luebeck” e USS “Nicholas”. nível mundial. A população local acorreu Por fim, na manhã de 22 de Maio, o
O treino interno, ao nível da limitação em massa ao porto da cidade a fim de co- SNMG1 entrou a barra do porto de Lisboa
de avarias e socorrismo, foi também uma nhecer os navios e interagir com os ma- e foi possível aos militares da “Vasco da
componente exercitada com o objectivo rinheiros. Gama” reverem os seus entes queridos.
de manter os níveis de proficiência do pes- A “Vasco da Gama” abriu a visitas no Z
soal, tendo-se realizado diversos exercícios dia 11 e no dia 12 de Maio, neste segundo (Colaboração do COMANDO
de combate a incêndios e alagamentos, de dia apenas durante a manhã, tendo recebi- DO NRP “VASCO DA GAMA”)
avarias de máquinas e socorro a elementos do mais de 2150 pessoas. Paralelamente, a
sinistrados. presença do navio português em Hamburgo Notas
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CJTF. Combined Joint Task Force.
Na passagem por águas holandesas, antes assumiu um papel de realce dado esta cida- 2 COMSNMCMG1. Comandante do Standing NATO
de arribar ao porto de Hamburgo, efectuou- de possuir uma das maiores comunidades Mine Countermeasures Group 1, em preparação, tal
se um PASSEX com uma força holandesa de emigrantes portugueses na Alemanha, como o COMSNMG1, para assumir funções na NATO
composta pelos HMNLS “Johan de Witt” e garantindo assim uma ponte de ligação en- Response Force (NRF).
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COMDATG, Comandante do Grupo-Tarefa Di-
HMNLS “De Ruyter” onde foi possível aferir tre Portugal e os seus cidadãos residentes namarquês, em preparação para assumir funções de
procedimentos e garantir a interacção entre naquele país. Comandante da Componente Naval da Operação En-
diversas marinhas NATO. A largada do porto de Hamburgo criou during Freedom.
4 COMUSDESRON28, Comandante do Esquadrão
A chegada a Hamburgo foi uma agradá- um sentimento contraditório: a tristeza de
vel surpresa para todos. Depois de três se- deixar uma cidade onde todos os militares de Destroyers 28 da US Navy, em preparação para
operações no Golfo da Guiné.
manas consecutivas no mar e onze horas de da “Vasco da Gama” foram bem recebidos 5 COMNLMCMFOR. Comandante da Força de Dra-
navegação em águas restritas no rio Elba, a e a alegria de rumar a Lisboa. Porém, antes ga-minas Combinada Holandesa-Belga.
entrada nesta cidade alemã foi entusiasman- de chegar, seriam ainda necessárias duas 6 MSO. Maritime Security Operations.
SALVOS NO MAR !
SALVOS NO MAR !
endo do conhecimento comum que o resultado do permanente alagamento. Após são para embarque a bordo da corveta.
mar adjacente à linha de costa de Por- a aproximação ao veleiro, iniciaram-se as Finalmente com os tripulantes já embarca-
Stugal Continental é diariamente percor- acções de avaliação dos danos com o em- dos e a salvo, foi iniciada uma tentativa re-
rido por um enorme tráfego de navios mer- barque de uma equipa técnica e de ime- paração do veleiro, a qual se viria a revelar
cantes, se juntarmos a este constante fluxo diato se encetarem acções de esgoto para infrutífera, uma vez que moribundo e conde-
um elemento em crescimento denominado compensar a entrada de água. nado desde o embate, o “Alhur” continuou a
navegação de recreio, ob- aumentar o seu caimento a
temos decerto uma misce- vante iniciando a sua que-
lânea perigosa de potencial da para o precipício, afun-
conflito, que muitas vezes dando-se.
termina em tragédia. Aos náufragos foi pres-
Na noite de 1 de Maio tada assistência médica e
de 2008, encontrando-se fornecido vestuário e ali-
o veleiro de nacionalidade mentação, com a corveta
francesa de nome “Alhur” a rumar a Cascais, onde
a navegar com destino a os dois franceses foram de-
Barcelona, a cerca de trin- sembarcados ficando sob
ta milhas ao largo do Cabo coordenação da Polícia
de Sines, sofreu uma coli- Marítima local.
são com o navio mercante Como anotação final
“Celtic Commander”, cujo desta acção de Busca e Sal-
saldo resultou num rom- vamento, fica na memória
bo e consequente entrada as palavras de reconheci-
de água. mento e agradecimento ex-
Alertado o MRCCLisboa, de imediato foi O “Alhur”, com duas pessoas a bordo de pressas pelos tripulantes do veleiro “Alhur”,
empenhado o N.R.P. “António Enes” com ambos os sexos, sem qualquer tipo de feri- as quais todos os elementos da guarnição do
instruções para se dirigir para a posição do mentos, apresentava a proa destruída, com um N.R.P. “António Enes” guardaram como eco
acidente e prestar a pedida e necessária rombo a estibordo ao nível da linha de água. do esforço e dedicação das guarnições dos
assistência. A surpresa e o desespero dos tripulantes navios que velam pela salvaguarda da vida
Navegando à máxima velocidade dis- ensombrados pelo acidente, constituíram um humana no mar.
ponível, ainda durante a noite foi possível obstáculo à sua recolha, uma vez que, teimo- Z
alcançar o veleiro sinistrado, que já se en- samente, insistiam em não abandonar o velei- (Colaboração do COMANDO
contrava com um franco caimento avante ro, apesar das contínuas tentativas de persua- DO N.R.P. “ANTÓNIO ENES”)
REVISTA DA ARMADA U JULHO 2008 9