Page 13 - Revista da Armada

MARINHA CONQUISTA PRÉMIO DE MELHOR
Realizou-se em 24 de janeiro, no hotel
Sana de Lisboa, o Bright Challenge
2013, competição nacional de gestão
de projetos, na qual a Marinha concorreu
com duas equipas multidisciplinares, com
elementos do Estado-Maior da Armada e
dos Setores do Material e das Tecnologias da
Informação, tendo conquistado o prémio de
melhor gestão de risco.
O evento, organizado pela Bright Partners
– empresa nacional líder em soluções para
gestão de ciclos de investimento e gestão de
projetos – foi considerado o mais desafiante,
alguma vez realizado em Portugal.
O Bright Challenge colocou à prova gestores
de projeto oriundos de algumas das maiores
empresas e instituições nacionais como a PT, a
EDP, a IMPRESA, a SIBS, o Montepio, o Ban-
co Popular, a SONAE, a Jerónimo Martins e o
MDN, entre outras. Nesta primeira edição
participaram um total de 26 equipas, com
quatro elementos cada, envolvendo, assim,
mais de 100 pessoas.
Esta iniciativa, de carácter essencialmen-
te formativo, decorreu num ambiente de sã
competição onde, durante mais de 6 horas,
as equipas trabalharam, com grande empe-
nho e entusiasmo, no SIMULTRAIN, um dos
simuladores de gestão de projetos mais sofis-
ticados do mundo.
O cenário em jogo consistia na realização
de um projeto de restruturação de uma orga-
nização – que é atualmente um tema bastante
em voga – estando à partida identificado um
conjunto de tarefas que requeriam determi-
nadas valências e um grupo constituído por
elementos com capacidades, motivações,
disponibilidades e salários muito distintos.
Na primeira fase, era fundamental pla-
near as tarefas com os recursos humanos
mais adequados e ao mais baixo custo, ga-
rantindo a sua realização no prazo de 11 se-
manas, assim como avaliar o risco do projeto
e decidir sobre o respetivo plano de mitiga-
ção. Além disso, era ainda necessário planear
as inspeções de qualidade que, caso não fos-
sem realizadas, acarretariam erros, provocan-
do atrasos e aumento dos custos.
Na fase seguinte, iniciou-se a interação con-
tínua com o simulador, durante a qual, atra-
vés da consulta de vários painéis, as equipas
tinham de controlar o progresso do projeto, ao
mesmo tempo que tomavam decisões de ges-
tão que lhes eram colocadas por uma secretá-
ria que “entrava” sorridentemente no gabinete,
atendiam telefonemas, respondiam a e-mails e
marcavam reuniões com os vários stakeholders,
assegurando, assim, que todos os intervenientes
se encontravam positivamente comprometidos
com a implementação do projeto.
Quando as equipas não conseguiam dar
resposta e omitiam algumas destas ações, o
simulador encarregava-se de as passar para o
12 AGOSTO 2013 • REVISTA DA ARMADA
GESTÃO DE RISCO
“chefe”, que tomava sempre a pior decisão (por
absurdo que possa parecer!…), influenciando
negativamente o desenrolar do projeto e pena-
lizando a respetiva equipa.
Foi neste ambiente de grande pressão e stress
que uma das equipas da Marinha esteve na li-
derança até 15 segundos do final, tendo apenas
sido ultrapassada, nesse período, pela IMPRE-
SA, que foi a vencedora final.
Para além desta 2ª posição na classificação
geral, a Marinha alcançou ainda um 5º lugar,
colocando as suas duas equipas no Top 5 desta
competição nacional.
O Bright Challenge premeia um vencedor
global e cinco por categorias, distinções atri- ao exterior, em linha com os objetivos estraté-
buídas às equipas que revelam melhor de-
sempenho na gestão do risco, na gestão da
qualidade, na gestão do prazo, na gestão do
custo e na motivação da equipa, tendo a Ma-
rinha conquistado o prémio de melhor gestão
de risco - The Brightest Risk Management.
Na opinião dos participantes da Marinha,
mais importante que as classificações foi a
oportunidade muito positiva de partilhar ex-
periências na área da gestão de projetos com
empresas de referência, facto que contribuiu
para incrementar os nossos conhecimentos
nesta vertente da gestão, em benefício de
uma Marinha cada vez mais moderna, eficiente
e eficaz. Releva-se, ainda, a oportunidade que
este evento constituiu na abertura da Marinha
gicos estabelecidos na DPN 2011. Os aspetos
que todos apontaram como mais relevantes
foram:
∙ As mais de 6 horas de contínua aprendiza-
gem, garantida pelo feedback que o simula-
dor vai dando sobre todas as ações/decisões
da equipa;
∙ Aimportância de uma adequada e contínua
comunicação com todos os stakeholders do
projeto;
∙ A vantagem de investir num bom planea-
mento inicial, adequando as valências dos
recursos humanos aos requisitos das tarefas;
∙ O treino no que respeita à tomada de de-
cisão em equipa, num ambiente de elevado
stress;
∙ A necessidade de uma boa gestão do tem-
po, de disciplina e de método na tomada de
decisão, pela aplicação do ciclo Observe,
Orient, Decide, Act (OODA loop);
∙ O benefício em atribuir uma área específica
da gestão do projeto (risco, qualidade, prazo,
custo e motivação) a cada elemento da equi-
pa, que a controlará com maior rigor.
Por seu lado, João Virott da Costa, Managing
Partner da Bright Partners, afirmou que «a 1.ª
edição do Bright Challenge superou todas as
expectativas e marcou definitivamente a cele-
bração do 10.º aniversário da Bright Partners.
O índice de satisfação dos participantes foi
muitíssimo elevado o que é muito gratificante
e um desafio para preparar uma edição 2014
ainda melhor. Já temos ideias».
E a Marinha não se fica atrás e também
já tem as suas ideias, que pretende pôr em
marcha já em 2013, com a realização de
mais uma sessão de formação e certificação
de pessoal em gestão de projetos, visando a
progressiva consolidação desta capacidade,
e, quem sabe, num futuro próximo, desafiar o
MDN, o Exército e a Força Aérea para a reali-
zação de um Defesa Challenge.
Sérgio da Silva Pinto
CFR