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Nunes Marq
CALM
REVISTA DA ARMADA | 489
NRP D. CARLOS I EM FÁTIMA
No dia 22 de maio, por volta das 23h00, quinze elementos da atingiram finalmente o Santuário de Fátima. Esta chegada foi
guarnição do NRP D. Carlos I saíram em direção a Fátima, a marcada pelo sentimento de união e dever cumprido, mas com
pé, a partir do Parque das Nações onde se inicia o Caminho de muitas lágrimas e dores à mistura. Alguns familiares, orgulho-
Santiago Português. sos, estavam à espera deles para o grande convívio final, que se
realizou no parque de Merendas do Santuário de Fátima.
Caminharam o primeiro dia durante 14h00, percorrendo 50 km
de baixo de chuva, frio, sol, por trilhos, estradas e passeios marí- O espírito de sacrifício, de cooperação, de partilha e de grupo
timos. Passaram por Alverca, Vila Franca de Xira e Carregado, até foi sentido por todo o grupo e esses eram os grandes objetivos
ver o seu dia terminar às 13h00 do dia 23 de maio na Azambuja, desta caminhada, pois todos adoraram esta experiência única,
onde permaneceram a descansar até às 03h00 no Centro Social que os marcará para o resto das suas vidas e os fará crescer de
Paroquial da Azambuja. várias formas.
As dores, as bolhas e o cansaço físico eram elevados, mas o Esta atividade contou com o apoio do Instituto Hidrográfico,
grupo estava forte e a vontade de continuar era grande. Após um a nível de transporte e de vários elementos do navio que provi-
bom banho quente, um excelente tratamento médico, e já con- denciaram o apoio logístico, alimentar e de saúde, ficando aqui o
fortados com uma boa comida, estavam como novos. nosso profundo agradecimento a todos os envolvidos.
No dia 24 de maio acordaram com algumas dores, mas for- Colaboração do COMANDO DO NRP D. CARLOS I
tes e confiantes para uma nova etapa, arrancando da Azam-
buja às 03h00. Percorreram 60 kms em 16 horas difíceis, de
exaustão e algumas desistências devido a lesões. O frio duran-
te a noite e o calor durante o dia, por trilhos, estrada, serras e
vales, passando pelo Cartaxo, Vale Santarém, Santarém, Azoia
de Baixo e terminando com bastantes dificuldades físicas, mas
muita força psicológica e espírito na localidade de Olhos de
Água, por volta das 19h00, onde permaneceram para repouso,
reposição de forças e tratamentos no Centro da Ciência Viva
da Nascente do Alviela.
Na última etapa, último dia desta jornada, todos acordaram
com uma força do tamanho do mundo, pois apesar de estarem
todos debilitados, era o dia de atingir o objetivo maior, a che-
gada a Fátima. Saíram às 08h00 do dia 25 de maio, cinco ele-
mentos dos quinze que iniciaram este caminho, que após 31 km
com vento, sol e lindas paisagens passando por Covão do Feto
e Minde, viam o seu esforço chegar ao fim às 15 horas quando
DEDICAÇÃO DA CAPELA DA ETNA A SANTA BÁRBARA
Tendo sido concluídos em dezembro de 2013 os trabalhos de A cerimónia ocorreu por ocasião da primeira visita do Bispo do
edificação da capela da Escola de Tecnologias Navais (ETNA), Ordinariato Castrense à ETNA, acompanhado pelo Vigário Geral
realizou-se no passado dia 25 de junho a cerimónia da sua dedica- e todos os capelães da Marinha. A visita foi iniciada com umas
ção a Santa Bárbara, padroeira dos Artilheiros, a qual foi presidida palavras de boas vindas pelo Superintendente dos Serviços do
por Sua Excelência Reverendíssima o Bispo das Forças Armadas e Pessoal, VALM Rocha Carrilho, que lhe agradeceu a disponibilida-
das Forças de Segurança, D. Manuel da Silva Rodrigues Linda. de apresentada e as recentes palavras de encorajamento aos mi-
litares, proferidas por ocasião da peregrinação militar a Fátima.
Após uma breve apresentação sobre a Escola, pelo Coman-
dante, CMG Henriques Gomes, D. Manuel Linda teve a opor-
tunidade de dirigir uma saudação de apreço aos oficiais, sar-
gentos, praças e civis que preenchiam na totalidade o auditó-
rio, pela missão dos militares da Marinha em geral e da ETNA
em particular.
Concluída uma pequena visita às instalações, deu-se início à
cerimónia Eucarística de Dedicação da Capela a Santa Bárbara,
que pôde contar com a ilustre presença do Comandante Naval,
VALM Monteiro Montenegro, artilheiro mais antigo no ativo,
bem como do CALM Casqueiro de Sampaio, anterior Comandan-
te da ETNA, e outros convidados, e que culminou com o descer-
rar de uma placa assinalando a efeméride e umas fotos para me-
mória futura.
Desta forma a ETNA viu concretizado um anseio antigo da sua
guarnição, passando a dispor de um espaço dedicado à reflexão e
prática religiosa, com a dignidade e localização adequadas.
Colaboração do COMANDO DA ETNA
OUTUBRO 2014 29