Page 380 - Revista da Armada
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Polícia
Marítima
cerca de 7000 navios de todas as nacionalidades, movi-
mentando cerca de 400 000 passageiros - incluindo os que
viajam em trânsito - e com tripulações que ultrapassam
as 300 000 pessoas.
No entanto, a Polícia Marítima é uma corporação com
um efectivo modesto: I inspector, 3 chefes, 6 subchefes,
a
32 agentes de I.a classe e 59 de 2. classe, num total de
101 homens que, acrescido de 13 cabos-de-mar ao seu
serviço, perfaz um efectivo de 114 componentes. Mesmo
assim , sempre que solicitada, está presente em qualquer
ponto da costa portuguesa: todos os crimr,:; marítimos
- desde o homicídio e o furto até às contravenções de
maior ou menor vulto - são susceptíveis da sua interven-
ção. Criada há mais de 50 anos, numa ocasião em que os
chamados «filhos da noite» assaltavam a carga dos navios
e cometiam toda a espécie de delitos, a Polícia Marítima
ainda não atingiu um grau de aperfeiçoamento técnico
que a todos interessaria - até porque tal só está ao alcance
de grandes organizações policiais, que dispõem de labo-
ratórios altamente especializados e de uma possibilidade
de selecção de pessoal por enquanto ainda vedada à
Polícia Marítima. Mas verdade é que o seu <;ector de inves-
tigação conta com pessoal muito bem preparado e dispõe,
mesmo, de brigadas especializadas em pesquisas lofoscó-
picas que trabalham, quando necessário, em colaboração
estreita com o Laboratório da Polícia Científica.
Todo o seu pessoal é oriundo da Armada e sujeito a um
curso de adaptação profissional. Ofensas corporais, deser-
ções e actos passíveis de acção disciplinar são os crimes
com que mais depara; quanto às transgressões, a poluição,
os excessos de carga e as faltas de matrícula legais são
as que lhe requerem maior vigilância.
A Polícia Marítima, em Lisboa, conta actualmente com
duas vedetas que podem desenvolver 20 nós e, graças
à compreensão que desde sempre lhe tem sido dispensada
superiormente, espera que, em breve, lhe sejam entregues
mais duas com velocidade superior a 30 nós. Igualmente,
existe no seu comando a esperança de que destacamentos
da Polícia Marítima venham a ser colocados em zonas
marítimas de maior interesse, como Setúbal, Faro, Porti-
mão, Viana do Castelo, Funchal, etc. A evolução dos seus
serviços é hoje um facto incontestável e o interesse cons-
tantemente manifestado pelas instâncias superiores é
evidente.
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