Page 346 - Revista da Armada
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Bem, mas vamos ao que nos levou a escrever este M.Horta,
breve apontamento: as expressivas fotografias que sarg.-aj. L
reproduzimos, das quais, as n.'" 2 e 4 a 8, foram extraí-
Bibliografia: «Anais do Clube Militar NavalH. numero especial
das do negativo de um filme feito pelo autor do relató-
dedicado ao 50." aniversário do combate (1968). ~Memórias~,
rio acima referido. (Este filme foi, mais tarde, ofereci- vol. V, 1975, do Centro de Estudos de Marinha (hoje Academia de
doao nosso Museu de Marinha). Marinha) (comunicação do pintor Alberto Cutileiro, em 20-3-74).
A colónia de Sacramento,
antigo território português
no rio da Prata
Um episódio pouco conhecido da nossa
história ultramarina é o do estabelecimen-
to dos portugueses no território da margem
norte do rio da Prata, actualmente Repúbli-
ca do Uruguai. O nosso país alegava que
esta região lhe pertencia, pelo tratado de
Tordesilhas e pretendeu estender até ali a
fronteira Sul do Brasil.
Foi em 1678 que Q. Pedro II, então ainda Príncipe
Regente, encarregou o mestre-de-campo Manuel
Lobo da fundação duma colónia naquela região, o
qual partiu de Lisboa com uma expedição composta
de 150 soldados de infantaria, um destacamento de
cavalaria e algumas peças de artilharia. Em Santos,
no Brasil, conseguiu juntar à expedição mais algumas
tropas, ficando com cerca de 400 homens que embar-
caram em dois navios grandes e duas sumacas('). Le-
vou também três lanchões e uma piroga para as ope-
rações nas águas baixas do estuário do rio da Prata.
A expedição ao estuário realizou-se em Janeiro de
1680 e Manuel Lobo desembarcou com os seus ho:
mens no continente fronteiro à ilha de S. Gabriel e
fundou ali a Colónia de Sacramento. De referir que a
implantação da colónia naquele local foi um erro sob
o ponto de vista estratégico. Muito embora a região
fosse boa para a cultura de cereais, vinha e árvores
de fruto e o clima excelente, na margem oposta ficava
a cidade espanhola de Buenos Aires e os nossos vizi-
nhos tudo fizeram para dificultar o cultivo da terra. A
quase totalidade dos abastecimentos tinha que vir do
Rio de Janeiro que ficava a cerca de mil milhas de dis-
tância.
Mone do comandenteda "Gentil Americana. em combate com um
corsán·odeAnigas. (Óleo de Elisa Felismino, 1959, Museu deMari- (') Navio semelhame ao patacho, muito usado na costa do
nha). Brasil.
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