Page 185 - Revista da Armada
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5 Nota de Abertura








                                   Espectáculo






                                    degradante







                     á  não é  a  primeira vez que aborda-      Paço, da Rua Augusta, etc. Vamos à  pri·
                     mos  o  assunto.  Mas,  como os nos-       meua:
               J sos apelos não têm encontrado eco,                 Propositadamente, esperei a Primave·
               voltamos a ele.                                  ra para confirmar aquilo de que eu tinha
                  Antes, porém, devemos declarar, com           quase  a  certeza.  O  estado  verdadeira-
               toda a convicção, que temos apreciado, e         mente deplorável  em que se encontra o
               nos regozijamos, com o que de bom a  Cã~         respectivo  arvoredo.  É  certo que  há ali,
               mara  Municipal  de  Lisboa  está  a  fazer      ainda, árvores frondosas, mas tamb~m é
               pela cidade. A  Rua do Carmo, que tanta          certo que há dezenas  a  pedir substitui·
               tinta fez correr,  e  tantas criticas acerbas    ção. Desci·a hoje a  pé, que assim é que se
               provocou, está, a  meu ver, uma beleza. O        vê bem, e fiquei desolado.
               aterro que está em construção em frente              Estou a  ver multiplicarem·se -      mais
               do  Edifício da Marinha,  junto ao rio,  vai     uma  iniciativa  louvável  da  CML  -       as
               ser certamente um logradouro magnífico,          esplanadas  na  Avenida.  Elas  vão  ser,
               o primeiro passo para levar a população a        certamente,  no  Verão,  locais  privilegia·
               olhar o Tejo, um dos mais famosos rios do        dos para alfacinhas e  turistas, nacionais
               Mundo - ou não fosse dele que partiram           e  estrangeiros, passarem umas horas de
               os navios dos Descobrimentos.                    lazer.  Só  é  pena  que,  nalgumas  delas,
                  Aplaudimos, na devida altura, a  faze-        tenham que o fazer à  sombra de guarda·
               mo-lo agora novamente, as modificações           -sóis de praia, porque as árvores que as
               introduzidas no trânsito, na zona da Bai·        cobrem estão raquíticas, completamente
               xa, e, bem assim, o terem sido reservadas        secas, ou em vias disso. Muitas, erguem
               algumas ruas, só para peões.                     os seus ramos ressequidos ao céu, como
                  Tudo isto nos leva a  esperar muitas e        que a  implorar:. por amor de Deus, tirem·
               boas coisas  mais,  em prol desta cidade·        ·nos daquI, porque estamos mortas ... e os
               ·jardim, sem dúvida, uma das mais belas          mortos enterram·se !
               da Europa.




                   Mas ...  e  aqui  retomamos  o  assunto
               desta  nota,  há  coisas  que  não  podem
               esperar e têm de ser feitas quanto antes.
               É o caso da Avenida da Liberdade, do Ros·
               sio, do Parque Eduardo VII, do Terreiro do





                                                                                                               3
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