Page 356 - Revista da Armada
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AQUILO QUE A GENTE NÃO ESQUECE (19)
«Ainda p'ra mais
da Marinha ... »
ão há muito passei por Cantanhede, uma linda chouriços, etc., etc.?! E depois, vejam bem, tudo isso não
terra beirã, pequeno burgo de uma rica história e, passava de aperitivo. O almoço era coisa para estudar,
Nao que parece, uma localidade de invulgares ino- calmamente, perante lista requintada, enquanto se sa-
vações. Assim pude concluir por duas ocorrências. A pri- boreavam as iguarias expostas, regadas com generoso
meira desenrolou-se no restaurante Marialva, restauran- vinho da região.
te de se lhe tirar o chapéu. Ao sentar-me à mesa com al- Tudo bem, tudo nos «conformes», se nâo deparasse
guns convivas amigos, não decorreu dois minutos sem com outra originalidade.
que aparecesse na nossa frente um maravilhoso tabulei- Para digestivo alguém me sugeriu uma preciosidade,
ro de acepipes que fazia arregalar os olhos dos mais ri- Hesitei em acreditar na sugestão. Mas era verdade. E,
gorosos abstémios no campo gastronómico. Não era o como era verdade, desculpem, mas o termo lá estava es-
meu caso, felizmente. E, mesmo que o fosse, quem po- tampado no rótulo da garrafa, eu vou dizer: alguém me
deria ficar impassível perante o presunto seco e fumado, sugeriu beber um " licor de merda,, _
perante a variedade infinita de queijos nacionais e es- Provei, gostei, bebi, repeti. Coisas de quem se senta
trangeiros, sem falar, claro está, dos salames, salpicões, à mesa, sem ferir os bons costumes e as boas maneiras.
Algures na estrada Rio de Janeiro-Cabo Frio, a Churrascaria Oe/mar.
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